Hoje, 8 de janeiro de 2020, faz 11 meses da tragédia que matou 10 adolescentes e deixou três feridos no Centro de Treinamento do Ninho do Urubu, em Vargem Grande, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. 11 meses são bem mais que 11 dias.A maior tragédia da história de 125 anos do Clube do Regatas do Flamengo, sem que os responsáveis, sequer tenham sido identificados, quanto menos punidos. É mais um caso de extrema gravidade a comprometer a eficiência da justiça brasileira.
CURTO-CIRCUITO – NHJ do Brasil, empresa responsável pelas estruturas, e CR do Flamengo, proprietário da área, admitiram a presença de poliuretano, produto inflamável, mas disseram que havia tecnologia antichamas nos alojamentos. Em cada um, três beliches, com seis pessoas, instalados em contêineres, inadequados, segundo analistas.
CULPA DO CLUBE – Eram nove os módulos habitáveis no Centro de Treinamento do Ninho do Urubu, todos alugados. Responsáveis pela empresa NHJ do Brasil, com sede em Manguinhos, Zona Norte do Rio, disseram que competia ao clube: a contratação de seguros; a prevenção contra incêndio, e a instalação de aparelhos elétricos. Ou seja, só houve um culpado da tragédia, o Clube de Regatas do Flamengo, de acordo com a NHJ do Brasil.
O CURTO-CIRCUITO foi às cinco horas da madrugada da sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019, provocando a tragédia, que só não se alastrou mais rápido, devido à chegada, em menos de 20 minutos, do Corpo de Bombeiros. Três dias depois, na segunda-feira (11), houve a primeira reunião dos responsáveis pela análise da tragédia, que nunca se apagará da história.
MINISTÉRIO PÚBLICO do Rio de Janeiro, Ministério Público do Trabalho, Defesa Civil, Polícia Civil, Prefeitura e Corpo de Bombeiros reuniram-se, bom repetir, na segunda-feira, 11 de fevereiro, três dias depois da tragédia. Já passaram 11 meses sem que a solução tenha sido encontrada e alguém punido. Não à toa, na maioria dos casos, as punições prescrevem.
Foto: Gazeta do Povo