O FLUMINENSE foi superior de ponta a ponta e ganhou o bicampeonato carioca com a goleada sobre o Flamengo por 4 x 1, na noite de ontem (9), no Maracanã, pela primeira vez sem renda nem público anunciados em uma final. O Flamengo só saiu do próprio campo depois de sofrer o gol de Marcelo, que abriu o placar aos 27 minutos, com chute forte e colocado à meia altura, sem defesa para o goleiro Santos, que se esticou todo e não chegou na bola.

O FLUMINENSE ampliou a vantagem aos 31 minutos, com o primeiro gol de Cano, que finalizou rasteiro e a bola ainda tocou na trave esquerda. O árbitro foi chamado pelo VAR e em dois minutos validou o gol por ter revisto que o zagueiro Leo Pereira, com um pé à frente, dava condições de jogo a Cano. O Fluminense poderia ter saído para o intervalo com 3 x 0, mas o goleiro Santos fez grande defesa em chute de Alexsander, melhor no meio do que na lateral.

O FLUMINENSE foi salvo por boa defesa do goleiro Fabio, logo aos 2 minutos do 2º tempo, em cabeçada de Pedro, em um de seus raros momentos no jogo. Em dois lances seguintes, o escanteio de Arias, pela esquerda, foi desviado com a mão pelo zagueiro Fabrício Bruno. Em revisão de três minutos na tela do VAR, o árbitro confirmou o pênalti, que Cano só converteu após o rebote do goleiro Santos, aos 9 minutos. Já então com o placar que lhe garantia o título, o Fluminense continuou atacando e chegou à goleada de 4 x 0 com Alexsander, aos 20 minutos.

O FLAMENGO só conseguiu diminuir a goleada nos acréscimos, com o lateral Ayrton Lucas marcando gol bem parecido ao que fez no primeiro jogo da decisão, com chute enviesado no canto esquerdo, aos 51 minutos. Pouco depois da nova saída o árbitro Bruno Arleu Araújo terminou o jogo e os torcedores do Fluminense iniciaram a festa, comemorando o bicampeonato e o 33º título da história de 121 anos do clube tantas vezes campeão, como se ouve no hino.

O TIME DA FINAL DE 2023: Fabio, Guga, Nino (c), Felipe Melo (Vitor Mendes) e Marcelo (David Braz); André, Alexsander e Ganso (Gabriel Pirani); Jhon Arias, German Cano e Keno (Lima), o Fluminense, do técnico Fernando Diniz, mineiro de 49 anos, que voltou a ser campeão no clube depois de 21 anos, quando formava o meio-campo de 2002 com Marcão, hoje um de seus assistentes na comissão técnica.

FERNANDO DINIZ não pôde ficar na área técnica, cumprindo suspensão por ter sido expulso no primeiro Fla-Flu da decisão, mas logo após o jogo desceu ao gramado e comemorou, como se não houvesse amanhã, abraçando os jogadores, os companheiros da comissão técnica e os torcedores. Poucas vezes se viu um técnico tão alegre e tão feliz. O abraço em Cano foi o mais demorado e afetuoso que se viu no gramado.

  • EDUARDO BARROS, de 38 anos, paulista de Campinas, assistente de Fernando Diniz, a quem substituiu na área técnica, exaltou mais uma atuação aplicada da equipe, mas fez questão de ressaltar o trabalho do treinador: “Do lado de lá, muito dinheiro, que permite grandes contratações, e do lado de cá, um gênio. O Diniz é muito técnico e sabe preparar uma equipe para todos os momentos, principalmente os adversos”.
  • MARCELO abriu o caminho para a goleada e tornou-se campeão carioca em apenas um jogo, ao voltar ao Fluminense como recordista de 25 títulos do Real Madrid, que defendeu em 16 temporadas consecutivas: 6 campeonatos espanhóis; 5 Champions; 5 Supercopas da Espanha; 4 Mundiais de clubes; 3 Supercopas da Europa e 2 Copas do Rei da Espanha. A esposa Clarice e os filhos Enzo e Liam foram ao gramado tirar fotos e comemorar com ele.
  • O FLUMINENSE quebrou um tabu, tornando-se o primeiro a ganhar o Campeonato Carioca, depois de perder o primeiro jogo da decisão por diferença de dois gols. O lateral Marcelo ganhou 17 das 20 finais que disputou e marcou gol em duas das decisões das quatro que ganhou pelo Real Madrid no Mundial de clubes.
  • O FLUMINENSE manteve uma escrita no Fla-Flu, ao vencer o oitavo dos onze em que precisava ganhar por dois gols ou mais. Os jogadores ressaltaram o trabalho psicológico de Fernando Diniz durante toda a semana, talvez alguns sem saber que o técnico é formado em psicologia pela Universidade de São Marcos.
  • ARTILHEIRO do Carioca 2023 com 16 gols, Cano ultrapassou Lelê, do Volta Redonda, com 13, ao ser eliminado nas semifinais pelo Fluminense. Lelê será uma novidade na estreia do Fluminense no Brasileiro, no próximo sábado (15), com o América, no estádio Independência, em Belo Horizonte.
  • O FLUMINENSE se manteve como 2º maior campeão carioca, com 33 títulos e 25 vice-campeonatos, e diminuiu a vantagem do Flamengo, 37 vezes campeão e o maior vice, com 35. O 3º maior campeão é o Vasco, com 24 títulos, o último em 2016, e o Botafogo, sem título desde 2018, foi 21 vezes campeão carioca.
  • O CAMPEONATO CARIOCA, em declínio técnico acentuado, depois de fases áureas, é o terceiro mais antigo do futebol brasileiro (1906), depois do Paulista (1902) e do Baiano (1905). O final do campeonato, que poderia ter sido uma festa bonita, foi deslustrado pela presença de muita gente no gramado.

BOTAFOGO GANHA A TAÇA RIO

O BOTAFOGO garantiu a vaga na Copa do Brasil de 2024, ao golear o Audax, de Angra dos Reis, por 5 x 2, ontem (9), no estádio da Cidadania, em Volta Redonda. Os gols foram de Lucas Fernandes (2), Gustavo Sauer (2) e Philipe Sampaio, e Romarinho e Julinho marcaram os do Angra dos Reis, que já saiu para o intervalo perdendo por 3 x 1. A vitória valeu o inexpressivo 5º lugar do Campeonato Carioca ao Botafogo, que nos bons tempos disputava o título.

O BOTAFOGO terá duas estreias na semana: 4ª feira (12), na terceira fase da Copa do Brasil, com o Ypiranga, de Erechim, no Norte gaúcho, e sábado (15), no novo gramado artificial do estádio Nilton Santos com o São Paulo. Bom lembrar: na Série A de 2022, o Botafogo foi o 11º entre os 20, com 53 pontos, 15 vitórias, 15 derrotas, 8 empates, saldo negativo de 2 gols (41 a 43).

Fotos: Divulgação