COM A DERROTA do Palmeiras para o Bahia por 1 x 0, na noite de ontem (21), na Arena Fonte Nova, em Salvador, o Campeonato Brasileiro completa 44 anos com um só campeão invicto, o Internacional. Dirigido pelo ex-meia Ênio Andrade, da seleção campeã que representou o Brasil no Pan-Americano de 1956 no México, o Internacional decidiu com o Vasco, em dois jogos, como era o formato do campeonato de 1979.
FOI O ÚLTIMO ANO no Internacional do notável volante Paulo Roberto Falcão, que passaria a ser o Rei de Roma, mas a equipe colorada também contava com outros de técnica refinada, tais como o zagueiro Mauro Galvão, que depois brilharia no Vasco, Botafogo e na seleção; o meia Batista, da Copa de 78; o experiente Valdomiro, ponta-direita da Copa de 74, e o meia e ponta-esquerda Mario Sergio, campeão mundial de clubes de 83 no Grêmio.
O INTERNACIONAL foi campeão brasileiro invicto de 1979 com 39 pontos, na época em que a vitória só valia dois pontos, com 16 vitórias e 7 empates, marcando 41 gols e sofrendo 13 em 23 jogos. Tinha um goleiro excepcional, o paraguaio Benitez, tricampeão gaúcho em 81-82-83, que sofreu grave acidente em campo, durante amistoso, que o obrigou a encerrar a carreira, após ficar tetraplégico.
NO 1º JOGO DA DECISÃO, com 60 mil torcedores no Maracanã, o Internacional venceu o Vasco por 2 x 0, gols do ponta-direita Chico Spina, reserva de Valdomiro. No jogo de volta, com 55 mil torcedores no estádio Beira Rio, no domingo, 23 de dezembro, o Internacional confirmou o título de campeão brasileiro invicto de 1979, com 2 x 1, um gol de Falcão, outro de Jair. O ponta Wilsinho, dos mais velozes da época, marcou o gol do Vasco.
INTERNACIONAL – Benitez, João Carlos, Mauro Pastor, Mauro Galvão e Claudio; Falcão (c), Batista e Jair; Valdomiro (Chico Spina), Bira e Mário Sérgio, que se tornou um dos bons comentaristas da televisão e morreu no desastre do avião da Chapecoense. Seis anos depois, o técnico Ênio Andrade ganhava com o Coritiba o título brasileiro de 85, no Maracanã, vencendo o Bangu nos pênaltis. No Palmeiras, ele foi campeão paulista em 59 e brasileiro em 60, título que ganhou também em 81 no Grêmio.
VASCO – Emerson Leão, Orlando, Gaúcho, Ivan e Paulo Cesar; Zé Mário, Paulo Roberto (Xaxa) e Paulinho (Zandonaide); Catinha, Roberto Dinamite e Wilsinho. O técnico carioca Oto Glória, dos melhores de sempre do futebol brasileiro, dirigiu Portugal na primeira Copa do Mundo da seleção das quinas, em 1966, na Inglaterra, e a levou ao 3º lugar, vencendo a então União Soviética, hoje Rússia, por 2 x 1. Eusébio, aos 24 anos, tornou-se o único português artilheiro em Copa do Mundo, com oito gols, e sempre foi grato a Oto Glória pelos ensinamentos.
Foto: Felipe Oliveira / EC Bahia / Divulgação