Entre o tri de 92-93-94 no Vasco e 1999-2000-2001 no Flamengo, o correto volante Leandro Ávila, que completa 49 anos hoje, 6 de abril de 2020, também foi campeão brasileiro de 1995 com o Botafogo, com o prêmio de melhor da posição. Invicto na seleção, ganhou sete dos oito jogos, sem sofrer gol em seis. Marcador duro e forte, mas sempre muito limpo no desarme, foi dos primeiros a ser chamado de ladrão de bola.

PRIMEIRO TRI – Gaúcho de Porto Alegre, Leandro passou a usar o sobrenome Ávila, ao entrar no Flamengo, que já tinha o atacante maranhense Leandro Machado. Fez boa base no Vasco, de 88 a 92, quando Joel Santana o promoveu. Leandro Ávila logo se destacou, em 23 dos 24 jogos do título invicto de 92 (18 vitórias, 6 empates), em que o time marcou 44 gols, sem sofrer gol em 15 jogos. Ele sabia comandar o bloqueio. Era difícil entrar na área.

NA CAMPANHA do bi, em 93, Leandro participou de 22 dos 24 jogos e o Vasco não sofreu gol em 10, marcando os mesmos 44 do ano anterior. Em 94, com Jair Pereira dirigindo o time, ele atuou em 17 dos 18 jogos e o Vasco não sofreu gol em nove, mas fez menos 16 gols do que nas duas campanhas anteriores, marcando 28. No resumo do primeiro tri do Vasco no Maracanã, Leandro fez 62 dos 66 jogos. Foi o último ano do atacante Dener.

O BRASILEIRO – Motivado pelo tri e no auge da forma aos 24 anos, Leandro Ávila fazia a primeira troca de camisa e acreditava no Botafogo: “O grupo era muito bom e o Autuori um técnico excelente. O Cruzeiro foi eliminado na semifinal e a decisão com o Santos foi ganha no Maracanã, com os gols do zagueiro Gotardo e de Tulio, artilheiro do campeonato com 23 gols. O segundo jogo foi no Pacaembu e o 1 x 1 garantiu o Botafogo, campeão brasileiro de 95.

OS CAMPEÕES tiveram uma grande base, com o goleiro Wagner se sobressaindo. Dos 27 jogos, 14 vitórias, 9 empates, 4 derrotas e o saldo de 21 gols, com 46 marcados. O Botafogo terminou com 51 pontos, um a mais que o Santos, e o time contou com a base sólida de Wagner, Wilson Goiano, Gotardo, Gonçalves e André Silva; Jamir, Leandro Ávila, Beto e Sergio Manoel; Donizete e Tulio.


SEGUNDO TRI – Cinco anos depois do tri do Vasco, Leandro Ávila iniciava a campanha que o levaria ao segundo tri, em 1999-2000-2001, desta vez pelo Flamengo, em três finais com seu ex-clube. Ele recorda que Juan e Gamarra formavam zaga sólida e que contava com o apoio de Rocha e Beto, que voltava para ajudar na marcação. A cereja do bolo do tri foi o gol de falta de Petkovic, nos minutos finais, no ângulo impossível de defesa para o goleiro Helton.

LEANDRO atuou em 43 jogos da campanha do tri, em que o time teve Julio Cesar, Alessandro, Juan, Gamarra e Cássio; Leandro Ávila, Rocha, Beto e Petkovic; Reinaldo e Edilson. Na lembrança de Leandro, a aplicação do time, que Zagallo conseguia motivar mais e mais a cada jogo: “Zagallo orientava sobre como explorar as deficiências dos adversários e ao mesmo tempo mostrava como neutralizar os pontos fortes”.

ÚLTIMO TÍTULO – Leandro Ávila ficou pouco tempo no Vasco, em 96, teve duas temporadas no Palmeiras (96-97), foi do Fluminense em 97-98, tornando-se um dos quinze jogadores de nível a atuar pelos quatro grandes do Rio, como também o fizeram, entre outros, Paulo Cesar Lima, Claudio Adão e Leonardo Moura. O último título foi o gaúcho de 2002 no Inter. Depois, em 2003 e 2004, passagens apenas pelo saudita Al-Hilal, Marília (SP) e Serrano (Petrópolis).

LEANDRO TÉCNICO – Leandro Ávila aguarda agora a chance para se firmar como técnico. A primeira e rápida experiência foi em 2007 no CFZ e quatro anos depois no União Torreense, de Torres Vedras, em Portugal. Foi assistente do técnico Paulo Torres, português de Évora, 48 anos e ex-meia campeão mundial sub-20. Leandro resume: “Aprendi muito em campo e com os bons técnicos que tive. Posso mostrar trabalho. Só falta a chance.

Fotos: Blog do Sillas, Fla Hoje e Pinterest