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Primeira grande competição entre os dois maiores centros do futebol brasileiro, o Torneio Rio-São Paulo, disputado anualmente desde 1950, criou o clima de rivalidade entre as duas principais cidades do país, depois que os paulistas foram campeões das seis primeiras edições, com três títulos do Corinthians, dois da Portuguesa e um do Palmeiras, e passaram a chamar o Maracanã de Recreio dos Bandeirantes, sem alusão alguma ao bairro de belas praias da Zona Oeste do Rio.

VIRADA NA ABERTURA – O domínio dos paulistas sobre os cariocas começou logo no primeiro jogo, que as seleções de novos disputaram na tarde ensolarada da segunda-feira, 17 de junho, um dia depois da solenidade em que o general Angelo Mendes de Morais, prefeito do Rio, declarou inaugurado o Maracanã, construído em tempo recorde para a quarta Copa do Mundo. Didi, meia que o Fluminense comprou do Madureira, fez o primeiro gol aos 10 minutos, mas os paulistas viraram com dois gols de Augusto e um gol do carioca Ponce de Leon, que trocou o Botafogo pelo São Paulo.

PRIMEIRO E INVICTO – Depois que os paulistas ganharam os seis primeiros Rio-São Paulo, o primeiro título carioca, invicto, foi do Fluminense, em 1957, dirigido pelo gaúcho Sylvio Pirilo, que no mesmo ano lançou Pelé na seleção, um ano antes de se tornar o mais jovem campeão do mundo. O Vasco foi o campeão em 1958, ano em que o capitão Bellini foi o primeiro a erguer a Copa. Dois anos após ganhar o primeiro Rio-São Paulo, o Santos impôs sua maior goleada no torneio: 7 a 1 no Flamengo.

MEXEU MAL COM O REI – A goleada de 7 a 1, no sábado, 11 de março, foi seis dias depois de Pelé ter feito o gol de placa, driblando meio time do Fluminense (Santos 3 x 1), na tarde muito quente do domingo (5). O zagueiro Fernando, do Flamengo, perguntou em tom irônico a Pelé: “Tá pensando que essa defesa é igual à do Fluminense?” Pelé não respondeu: só fez três gols, deu os passes para Dorval e Coutinho, e Pepe marcou os outros dois”. 71.988 pagantes, porque era dia de praia…

TEMPOS DEPOIS – O Recreio dos Bandeirantes, como os paulistas passaram a chamar o Maracanã nos anos 50, ressurgiu mais de meio século depois, em duas finais consecutivas da Copa do Brasil. Em junho de 2004, o Flamengo perdeu a decisão com o Santo André (2 x 0 no Maracanã, depois de 2 x 2 em São Paulo), e em junho de 2005, o Fluminense perdeu a decisão com o Paulista de Jundiaí, que fez 2 x 0 em casa, e segurou o 0 x 0 no Rio. Bom dizer: Santo André e Paulista não eram da Série A…

SANTOS e PALMEIRAS, que decidem neste sábado (30) a Libertadores, e o Corinthians, foram cinco vezes campeões do Rio-São Paulo. Os cariocas, um pouco menos: Botafogo (4), Vasco (3), Fluminense (2) e Fluminense (1). O Recreio dos Bandeirantes é o cenário ideal para a primeira final paulista da Libertadores, depois de o Palmeiras ganhar o primeiro Mundial de clubes em 1951, vencendo a Juventus, e de o Santos, em 1963, ter sido o primeiro brasileiro bicampeão Mundial de clubes, ganhando do Milan.

Foto: Brasil Escola