Muito mais que um lateral estilo moderno, que marca, apoia e finaliza bem, Marcelo teve atuações descomunais e foi uma das figuras destacadas na décima terceira Liga dos Campeões, a quarta de suas doze temporadas consecutivas como titular no Real Madrid,  recordista dos títulos do maior torneio de clubes do mundo. O reconhecimento do técnico espanhol Julen Lopetegui, de 52 anos, resume bem a importância de Marcelo, titular sem contestação.

ALTO NÍVEL – Não é menos verdade, entretanto, que o início da temporada 2018-19 apresentou ligeiro declínio do rendimento de Marcelo, como na decisão da Supercopa da Espanha, perdida para o Atlético de Madrid, em que o erro que cometeu levou o jogo à prorrogação. Depois, na abertura de La Liga, como é tratado o Campeonato Espanhol, Marcelo não esteve bem e foi substituído no jogo com o Girona.

MARCELO chegou a reagir após a substituição: “Fiquei surpreso, mas mantive o respeito à decisão do mestre” (como ele gosta de tratar os técnicos). O lateral diz que assim aprendeu, como norma do clube, que reconhece e exalta, desde que chegou ao futebol espanhol. “Nem sempre tudo está bem e os erros devem ser corrigidos” – acrescenta Marcelo. Por sua vez, o treinador não desaprovou a reação, ainda que não esteja de todo satisfeito com o rendimento do jogador.

JULEN LOPETEGUI resume: “Como todos os técnicos que me antecederam, só posso esperar o máximo de Marcelo. É um profissional de alto nível técnico e taticamente muito disciplinado, obediente e cumpridor do que lhe é determinado. Um jogador interessado e a cada dia mais dedicado” – diz o ex-goleiro, com 61 jogos, de 85 a 88 no Castilla (Real Madrid B), e que só fez um jogo no time titular em 88-89. 

MARCELO teve a compensação dos dias de férias, após a Copa da Rússia, e não foi aos Estados Unidos com o time para a pré-temporada, deixando de iniciar a temporada 2018-19 sem o ritmo dos demais companheiros. Isso também aconteceu com o zagueiro francês Raphael Varane e o apoiador croata Luka Modric, que foram à final, igualmente fundamentais, e que também levaram mais dias para recuperar o condicionamento e voltar a jogar bem, como sempre sabem fazê-lo.

MARCELO não foi chamado para os amistosos de sexta (7) e terça (11) da seleção nos Estados Unidos. Ganhou tempo para se dedicar mais aos treinos no clube e deve voltar na quarta rodada do campeonato, dia 16, com o ritmo de antes. O carioca de 30 anos – quatro vezes campeão espanhol, quatro vezes campeão da Liga dos Campeões, três vezes da Supercopa da Espanha e com três Mundiais de clubes – diz que é pouco e quer muito mais títulos. 

MARCELO não cogita de outra camisa quando encerrar a carreira no Real Madrid, que defende desde 2007 – 455 jogos, 33 gols – e onde tem o reconhecimento também dos torcedores e do engenheiro civil Florentino Perez, presidente do clube -, como um dos grandes da história. Afinal, o branco do Real Madrid é também a cor da paz da família, que formou com os filhos Enzo e Liam, do casamento, que dia 24 completa nove anos, com Clarissa, sua paixão para sempre.

Foto: site Marca