VI MARINHO PERES titular nos sete jogos da seleção na Copa do Mundo de 74, a segunda das oito consecutivas que cobri, em que só não formou a zaga com Luis Pereira, expulso na semifinal com a Holanda, no último jogo, o da decisão do 3º lugar com a Polônia, quando seu parceiro foi Alfredo. Marinho Peres foi um dos raros defensores que jogavam limpo, sem recorrer ao antijogo para o desarme, daí estar entre os que menos faltas cometeram, em sua carreira de 16 anos.
FILHO DE ESPANHÓIS, Marinho não quis seguir a carreira do pai, médico formado em Madrid, tornando-se economista, enquanto iniciava a carreira no São Bento, de Sorocaba, segunda maior cidade do sudeste paulista, onde nasceu na 4ª feira, 19 de março de 1947. Transferiu-se para a Portuguesa, da capital, e marcou o primeiro gol da inauguração do estádio do Canindé, no domingo, 9 de janeiro de 72, no amistoso festivo vencido pelo Benfica por 3 x 1.




O PRIMEIRO TÍTULO de Marinho Peres foi o de campeão paulista de 1973 pelo Santos, que defendeu em 94 jogos, marcando cinco gols, já perto do final da carreira de Pelé. Campeão gaúcho e brasileiro de 1976 no Internacional, formou a zaga com o chileno Elias Figueroa, em uma equipe em que também brilhavam Manga, Falcão e Carpegiani. Pouco antes, passou a temporada 74-75 no Barcelona, que o isentou do serviço militar, convocado por ser filho de espanhóis.
MARINHO PERES ganhou 35 dos 72 jogos pelo Palmeiras, em 78-79. Encerrou a carreira em 80-81 no America do Rio, logo iniciando a de técnico em 81-82. Foi bem-sucedido em Portugal, onde começou no Vitória de Guimarães, em 86-87, e dirigiu quatro vezes o Belenenses, campeão da Taça de Portugal de 89. Em 90, lançou no Sporting o meia Luis Figo, futuro notável do futebol português, Bola de Ouro em 2000 e prêmio Fifa de melhor do mundo em 2001.
MARINHO PERES também foi técnico do Botafogo em 96-97, e os últimos times que comandou foram Juventude em 2003, Paysandu em 2006, Santos em 2008 e o Belenenses em 2011, de onde saiu com grande homenagem, lembrado pela conquista da Taça de Portugal de 1989. Na visão dele, a linguagem direta é a que o jogador mais entende, e até brincava com um exemplo: “Submarino, não; é melhor dizer, navio que viaja embaixo d’água”…

NA SELEÇÃO, Marinho Peres ganhou 8 jogos, empatou 4, perdeu 3, entre julho de 68 e 74, ano em que marcou o único gol, nos 2 x 0 do amistoso de 12 de maio com o Paraguai, no Maracanã (o outro gol foi de Rivelino). A seleção de seu último jogo, em 6 de julho de 74, no Estádio Olímpico de Munique, com a Polônia (1 x 0, gol de Lato): Leão, Zé Maria, Alfredo, Marinho Peres e Marinho Chagas; Carpegiani, Ademir da Guia (Mirandinha) e Rivelino; Valdomiro, Jairzinho e Dirceu.
QUE DEUS DÊ MUITA LUZ AO ESPÍRITO DE MARINHO PERES.
Fotos: Terceiro Tempo, UOL, Reddit, Diário de Notícias, oGol e Metrópoles