FERNANDO DINIZ, do Fluminense, será o 22º técnico interino da história de 109 anos seleção brasileira. É tudo o que se sabe, depois do anúncio desta 3ª feira, 4 de julho de 2023, a exatos dois meses das eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026, a primeira com 48 seleções e em três países-sede. Não está claro se o mandato-tampão será de seis meses ou de um ano, depende da confirmação de Carlo Ancelotti. Se é que ele vai confirmar.
A INDEFINIÇÃO é algo que não causa mais surpresa no futebol brasileiro. Enquanto as seleções da Europa têm calendário ajustado, com adversários, datas e horários definidos, com mais de um ano de antecedência, a Confederação Brasileira de Futebol ainda não sabe onde será o jogo de estreia nas eliminatórias com a Bolívia, daqui a exatos dois meses, em 4 de setembro. Não à toa, desde 30 de junho de 2002, já são 21 anos, ou cinco Copas sem Copa.
O ANÚNCIO do interino leva ao conflito de interesses, inclusive do próprio técnico, que não terá como deixar de causar prejuízo ao clube, ao assumir a seleção. O interino mais recente, ganhou o Sul-Americano, mas, ao se dividir, ficou pelo meio do caminho no Mundial Sub-23, eliminado por Israel, e perdeu feio para o Senegal, depois de não ter feito mais do que obrigação de ganhar da Guiné. Com o mandato-tampão na seleção, é o que Diniz pode repetir no clube.
POR MAIS QUE os resultados das eliminatórias possam ser positivos, o que vai representar para o técnico ter sido interino da seleção? Ainda que venha a ser mantido na comissão técnica, não será mais que um subalterno, ofuscado pelo comandante-chefe. Trocar o certo pelo duvidoso, pode ser pior do que alcançar o objetivo pela metade. Mais vale esperar pelo momento certo do que errar a tacada e perder a bola da vez.
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