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SOB PRETEXTO DE PASSAR FÉRIAS, o técnico Jorge Jesus voltou ao Rio para se oferecer ao Flamengo, em demonstração vergonhosa de falta de ética com o compatriota Paulo Sousa, desde fevereiro no comando da equipe. Foi muito além, ao se insinuar a assumir a seleção brasileira. Sua área de trabalho era restrita ao Sporting e ao Benfica, última porta a se fechar pela campanha desastrosa ao voltar do Brasil.

MEIA SEM BRILHO de equipes portuguesas modestas, em mais de 30 anos Jorge Jesus nunca teve proposta de clubes europeus, sequer de porte médio, enquanto muitos outros se sobressaíram, estiveram e estão em clubes da Inglaterra, Itália, Espanha e França. O próprio Paulo Sousa, antes de assinar com o Flamengo, pagou multa rescisória elevada para deixar a seleção da Polônia, em plena fase de eliminatórias da Copa.

O DESGASTE DE JORGE JESUS AUMENTOU, depois de ter tido a coragem de dar prazo, até o dia 20, para a decisão do Flamengo. O clube foi firme, ao rechaçar 100% seu retorno, e ao renovar apoio ao trabalho de Paulo Sousa, que ganhou também a solidariedade de vários colegas, sendo a primeira de José Mourinho, atualmente na Roma, o mais bem-sucedido dos técnicos portugueses no futebol mundial.

O BENFICA EMITIU NOTA OFICIAL revelando que um dos motivos da saída de Jorge Jesus foi o mau relacionamento. O técnico afastou e colocou o meia Pizzi a treinar em separado. Todos os jogadores fizeram greve e disseram que só voltariam aos treinos quando Pizzi fosse reintegrado. O técnico não teve outra saída, se não a de ceder, e desde então, perdeu o comando do grupo.

OS JORNAIS PORTUGUESES também foram duros nas críticas a Jorge Jesus, que voltou se achando acima de tudo e de todos, perdendo a humildade pelos títulos que ganhou no Brasil. Quando foi demitido do Benfica, A BOLA publicou: “Adeus sem glória”. O JOGO foi além: “Benfica livra-se da cruz”. O clube gastou o que não podia para atendê-lo e Jorge Jesus saiu sem ganhar nada.

O TÉCNICO PAULO SOUSA recorda que ao assumir a equipe fez questão de exaltar o trabalho de Jorge Jesus como uma referência de qualidade dos treinadores portugueses. Paulo Sousa não escondeu a decepção, mas preferiu não avançar nas declarações. Seu agente, no entanto, não poupou críticas: “É um ataque nunca antes visto a colegas de profissão e a compatriotas. Uma atitude de muita grosseria”.

Foto: Fotlha de Goiania