AS DUAS PRIMEIRAS DECISÕES RADICAIS, desde que a Fifa decidiu adotar punições mais severas contra o racismo, foram registradas em amistosos de ontem (19). A seleção da Nova Zelândia vencia o Catar por 1 x 0, gol de Marko Stamenic, no Estádio Sonnense, da cidade de Ritzing, na Áustria, a 70 km da capital Viena, e não voltou para o 2º tempo, pelo insulto racista do lateral Yousuf Abdurisag, de 23 anos, ao zagueiro Michael Boxall, de 34 anos, antes de uma cobrança de falta.
OS DIRIGENTES NEOZELANDESES não se sensibilizaram com o apelo, que chegou a ser patético, dos dirigentes do Catar, cuja seleção é treinada pelo português Carlos Queiroz, ex-goleiro de 70 anos. O presidente da Federação de Futebol da Nova Zelândia, Frank van Hattum, ex-goleiro de 64 anos, disse que enviará ofício à Fifa relatando o ocorrido e pedindo punição rigorosa para o jogador da seleção do Catar.
FRANK VAN HATTUM integrou a seleção histórica da Nova Zelândia, que participou pela primeira vez da Copa do Mundo, em 1982. Ele foi o goleiro que sofreu os quatro gols do Brasil – Zico (2), Falcão e Serginho Chulapa -, na goleada de 4 x 0, que cobri no Estádio Benito Villamarin, em Sevilha, na 4ª feira, 23 de junho de 1982. Hattum disse que “a Nova Zelândia repudia, e pune com rigor máximo, qualquer ato racista em seus estádios”.
OUTRO ABANDONO de campo, ontem (19), também foi registrado na Áustria, aos 23 minutos do 2º tempo do amistoso em que a seleção Sub-21 da Irlanda vencia a seleção Sub-22 do Kuwait por 3 x 0, na Arena Park Therme, em Badradkersburg, cidade a 204 km da capital Viena. Minutos depois de ter um jogador ofendido por um irlandês, a seleção do Kuwait decidiu abandonar o gramado.
NOS ESTADOS UNIDOS, uma das três sedes da Copa do Mundo de 2026, os 65 mil torcedores que lotaram o Allegiant Stadium, em Paradise, no estado de Nevada, na final da Liga das Nações da Concacaf, Estados Unidos 2 x 0 Canadá, na noite do último domingo (18), obrigaram o árbitro a suspender, três dias antes, por cantos homofóbicos, a semifinal Estados Unidos 3 x 0 México. Ofendidos, os mexicanos provocaram duas confusões, e dois de cada seleção foram expulsos. As manifestações racistas têm aumentado, mesmo diante da ameaça de punições mais rigorosas da Fifa.
Foto: Reprodução/Alkass Channel