Vinte e dois anos depois, o Ajax deu o troco e tirou a Juventus da semifinal da Champions League, com a virada (2 x 1) da noite desta terça (16), na Allianz Arena, em Turim, depois de 1 x 1 no jogo de ida em Amsterdam. Na semifinal de 1996-97, a Juventus havia eliminado o Ajax nas semifinais, com 2 x 1 na Holanda e 4 x 1 na Itália, ainda no antigo estádio Dele Alpi, em Turim. O Ajax vai decidir a vaga para a final com o inglês que se classificar nesta quarta (17): Manchester City ou Tottenham.
BEM SUPERIOR – O Ajax mostrou-se bem superior à Juventus, apesar de ter ficado em desvantagem aos 28 minutos, quando Cristiano Ronaldo abriu o placar após o escanteio que o volante Pjanic bateu de curva da direita. Entre a pequena área e a marca do pênalti, o artilheiro cabeceou à esquerda do goleiro Onana, marcando seu sétimo gol consecutivo em quartas de final. O meia Van de Beek empatou aos 34, com chute rasteiro cruzado no canto do polonês Szczesny.
O gol da virada do Ajax, aos 22 do segundo tempo, foi de cabeça do zagueiro De Ligt, após escanteio do meia Zyech, sem que os zagueiros Bonucci e Rugani tenham conseguido desviar a bola. De Ligt tornou-se o mais jovem do Ajax a fazer gol na Liga dos Campeões, aos 19 anos 246 dias.
ÁRBITRO DE VIDEO – O francês Clément Turpin, de 36 anos, foi um árbitro muito calmo. Ele recorreu ao árbitro de video no lance do gol de Cristiano Ronaldo, que não tocou em nenhum adversário ao correr para cabecear – o zagueiro Blind foi quem empurrou De Ligt, que caiu – e no gol de empate de Van de Beek, certificando-se de que não houve impedimento. E anulou bem o belo gol de Zyech, no ângulo, aos 35, pelo aceno correto do assistente, confirmado pelo árbitro de video.
26 FALTAS, 2 CARTÕES – O árbitro marcou 26 faltas, 14 da Juventus, que teve os dois únicos advertidos com cartão amarelo: o meia alemão Emre Can, por impedir o contra-ataque de Zyech aos 22 do segundo tempo, e Cristiano Ronaldo, por falta dura no lateral Veltman, aos 48 do segundo tempo. Cristiano Ronaldo era a própria imagem da desolação: sentou-se em campo e levou as mãos ao rosto, eliminado depois de oito temporadas nas semifinais e dos últimos três títulos do Real Madrid.
AJAX FC – Onana, Veltman, De Ligt, Blind e Mazraoui (Sinkgraven, 11 do primeiro tempo, e depois Magallán, aos 36 do segundo tempo); De Jong, Zyech (Huntelaar, 43 do segundo tempo), Van de Beek e Schone; Dusan Tadic e David Neres, o paulistano que não aproveitou chance clara aos 29 para fazer o terceiro gol.
JUVENTUS FC – Szczesny, De Sciglio (João Cancelo, 19 do segundo tempo), Bonucci, Rugani e Alex Sandro; Pjanic, Matuidi, Bernardeschi (Betancur, 37 do segundo tempo) e Emre Can; Cristiano Ronaldo e Dybala (Moise Kean, intervalo). O técnico Massimiliano Allegri reconheceu a queda de rendimento do time no segundo tempo.
TREMENDA DECEPÇÃO – Foi o título do diário Tuttosport, que completou: “Cristiano Ronaldo não foi suficiente. O Ajax teve méritos para eliminar a Juventus”. Já a Gazzetta dello Sport, jornal de muita tradição, destacou: “Outra vez a Juventus não teve forças para ir além das quartas de final. O Ajax foi bem superior e mereceu”. O multimilionário Andrea Agnelli, de 39 anos, dono da Fiat e presidente da Juventus, abraçou o técnico e disse: “Tranquilo, Allegri. Seu lugar continua sendo a Juventus”.