Fotos: Lucas Uebel | Grêmio FBPA
O Grêmio esteve duas vezes em vantagem para ser finalista pela segunda vez consecutiva da Libertadores – ao vencer (1 x 0) o jogo de ida em Buenos Aires e ao abrir o placar na noite de ontem (30) em Porto Alegre -, mas foi eliminado na virada (2 x 1) do River Plate, com o gol de pênalti, que o árbitro só marcou depois de alertado pelo quarto árbitro e de consultar o árbitro de vídeo. O toque do zagueiro Bressan, de braços abertos, foi claro e o pênalti muito bem marcado.
CARTÃO SEM BOLA – O zagueiro Bressan teve atuação desastrosa e foi o segundo culpado da eliminação do Grêmio. Ao entrar aos 26 do segundo tempo no lugar de Paulo Miranda, que só jogou porque o argentino Kannemann estava suspenso, que saiu com cãibras nas pernas, Bressan foi advertido com cartão amarelo, antes mesmo de tocar na bola pela primeira vez, por trocar agarrão na área do Grêmio com o zagueiro Pinola, e nos acréscimos, aos 49, cometeu o pênalti com os braços abertos, após chute de Scocco pelo alto. Foi expulso ao levar o segundo amarelo, por insistir em reclamar com o árbitro.
PLANO ALTERADO – O Grêmio entrou com a vantagem do empate para ser finalista e alterou o plano de jogo, normalmente ofensivo, ao recuar para tentar o gol só em contra-ataques. Só conseguiu tirar proveito aos 37 minutos, quando o lateral-direito Leonardo Gomes fez 1 x 0, de fora da área, com chute forte de pé direito, no canto direito do goleiro Franco Armani, que saltou bem, mas não chegou na bola.
CHANCE DE OURO – O segundo culpado da eliminação do Grêmio foi o atacante Everton, que perdeu aos 22 minutos, a chance de matar o jogo. Com passe de Cicero, em contra-ataque rápido, Everton correu desde o meio do campo e finalizou muito mal, em cima do goleiro Franco Armani, que deixou os flancos abertos. Se houvesse feito o gol, Everton teria assegurado a classificação porque obrigaria o River Plate a fazer três gols em menos de 25 minutos.
CÃIBRAS – Dois jogadores do Grêmio tiveram que ser substituídos por sentirem cãibras. O zagueiro Paulo Miranda, aos 25, e o atacante Jael, com atuação apenas discreta, aos 39, entrando Thaciano dois minutos depois. Na cobrança de falta, aos 36, o atacante Rafael Borré desviou de cabeça e empatou, e o meia Gonzalo Martinez fez o gol da virada aos 49, cobrando de canhota, no ângulo esquerdo, o pênalti que Bressan cometeu com o braço esquerdo bem aberto.
ÁRBITRO CORRETO – O árbitro uruguaio Andrés Cunha foi correto, acertando em todas as decisões, em um jogo muito marcado pela tensão. Mostrou um cartão amarelo no primeiro tempo para o meia argentino Enzo Perez, aos 31, e seis amarelos e o vermelho no segundo tempo: Paulo Miranda, Cortez, Bressan e Cicero, e para os argentinos Pinola e Gonzalo Martinez, que provocou os torcedores do Grêmio com gestos, após converter o pênalti.
Renda na Arena Grêmio não estabeleceu novo recorde: R$4.477.119,50. 49.893 pagantes. Choveu muito no segundo tempo. O árbitro Andrés Cunha, da Associação Uruguaia de Futebol, saiu escoltado até o vestiário por 12 policiais da Brigada Militar de Porto Alegre.
300 JOGOS – O apoiador Leonardo Ponzio completou 300 jogos pelo River Plate, que defende desde 2012, ano em que ficou marcado, ao sair de campo às pressas, em jogo da segunda divisão com o Boca Unido, após sofrer forte hemorragia, causada por uma crise violenta de hemorroidas. Deixou o gramado com o calção todo sujo. No jogo desta noite com o Grêmio foi substituído por Enzo Perez aos 23 minutos do segundo tempo.
FINAL ARGENTINA – O River Plate saiu de campo, após eliminar o Grêmio, na expectativa de fazer a final argentina da Libertadores 2018, a última em dois jogos, de vez que a partir de 2019 o torneio será decidido em jogo único e já até com data marcada: 23 de novembro, no Estádio Nacional de Santiago. Agora, em 2018, as finais serão nos dias 7 e 28 de novembro.
O BOCA JUNIORS ganhou (2 x 0) o jogo de ida com o Palmeiras, em Buenos Aires, e na noite desta quarta (31) pode até perder por um gol. O Boca tenta se igualar ao Independiente, de Buenos Aires, mais ganhador da Libertados com sete títulos, sendo três consecutivos: o bi em 64, 65, e o tetra em 72, 73, 74, 75. O River Plate foi campeão em 86, 96 e 2015. O Palmeiras leva a decisão aos pênaltis se ganhar por 2 x 0 ou será finalista se vencer por 3 x 0 ou mais. A única Libertadores que o Palmeiras ganhou foi em 1999, quando também era dirigido por seu atual técnico Luis Felipe Scolari.