A UMA SEMANA de completar 53 anos, o suíço-italiano Giovanni Vicenzo Infantino disse hoje (16), ao ser reeleito por aclamação no 73º Congresso da Fifa, em Quigali, capital de Ruanda, na África Oriental, que “o futebol é um espetáculo em que a paz e a alegria devem ser mantidas, e não mediremos esforços para conseguir”.

POLIGLOTA, INFANTINO disse aos 211 membros das associações de futebol da Fifa, falando em seis idiomas, em seu discurso de 52 minutos, que “o calendário de jogos internacionais foi alterado até 2030 e a saúde dos jogadores estará protegida. A Copa do Mundo, masculina e feminina, continuará melhorando a cada edição”.

O PRESIDENTE disse mais: “A Fifa tem a confiança do mundo e continuará com os programas de desenvolvimento do futebol porque sua base financeira de 4 bilhões e 500 milhões de dólares é sólida, e sua infraestrutura é perfeita. A Copa de 2022, sem incidente, repetiu o que havíamos feito no Mundial feminino de 2019”.

INFANTO DESTACOU também: “Os Estados Unidos devolveram à Fifa os 200 milhões de dólares roubados pelos ex-líderes corruptos”. Ele não citou, mas José Maria Marin, presidente da CBF, ficou seis meses preso na Suíça, e em 2017 foi condenado a quatro anos pela Corte de Nova York, por corrupção e lavagem de dinheiro.

O PRESIDENTE disse que “a Fifa trabalha com a mais absoluta transparência e cada dólar investido é investigado por um órgão independente”. E salientou: “O mundo parou por causa da Covid, mas o futebol sobreviveu, porque em meio a uma terrível pandemia, a Fifa reconquistou a confiança dos patrocinadores e da televisão”.

INFANTINO fez uma revelação nova no discurso: “A Fifa passará a controlar as negociações entre clubes, com mudanças que deverão acontecer o quanto antes. Gastavam 7 milhões em transferências, 700 milhões em comissões e só 70 milhões se destinavam ao desenvolvimento do futebol”.

NONO PRESIDENTE DA FIFA, Infantino antecipou outra novidade: “Implementamos o VAR e agora estamos testando o VAR light, com quatro câmeras. O objetivo é aumentar a dinâmica e tornar o futebol cada vez mais atraente”. O antijogo é uma das principais preocupações da comissão de arbitragem da Fifa.

O PRESIDENTE salientou que “a Fifa já criou a Câmara de Compensação, que será rigorosa no controle das novas regras”. Infantino disse ainda que “a Fifa enfrentará a EA Sports, ao lançar um videogame rival” (a EA Sports rejeitou pedidos de dinheiro para manter o nome da Fifa).

“O NOVO JOGO FIFA, Fifa 25, 26, 27 etc, será sempre o melhor jogo eletrônico para qualquer menino ou menina” – enfatizou o presidente Infantino, acrescentando sobre o assunto: “Muito em breve teremos novidades, que com certeza serão bem recebidas, principalmente pelos mais jovens, em todos os quadrantes do mundo”.

O NOVO MUNDIAL DE CLUBES, a partir de 2025, de quatro em quatro anos como a Copa, não será a única novidade. O presidente antecipou: ” A Fifa vai promover também um Mundial de clubes feminino e um torneio com as equipes campeãs de cada Confederação. O Mundial sub-17 será de dois em dois anos, tanto no masculino quanto no feminino, e estamos pensando também no sub-15 porque não queremos que as gerações se percam”.

GIANNI INFANTINO completará 53 anos, 6ª feira (23). Filho de italianos, nascido no distrito suíço de Valais, entrou na União Europeia de Futebol (Uefa) como advogado em 2000 e passou a secretário-geral em 2009. Foi eleito presidente da Fifa em 26 de fevereiro de 2016.

O PRESIDENTE DE RUANDA, Paul Kagame, de 65 anos, foi o convidado especial da Fifa para a posse do terceiro mandato de Gianni Infantino, que disse logo na abertura da solenidade: “Ruanda cresceu sem ajuda, sem ninguém por trás, só com o apoio de seu povo”. O presidente Kagame levantou-se e aplaudiu Infantino.

FLUENTE EM INGLÊS, francês, alemão, italiano, árabe, espanhol e português, o presidente da Fifa é casado com a libanesa Leena Al Ashqar, que conheceu em Beirute, quando foi secretário-geral adjunto da Associação de Futebol do Líbano, e tem quatro filhas: Shania, Alessia, Dhalia e Sabrina.

Foto: Fifa