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O Atlético Mineiro se classificou com dois jogos de antecedência para o mata-mata das oitavas de final, ao vencer por 3 x 1 o América de Cali, no mais tenso dos 64 jogos, em que foi concluída a quarta rodada da fase de grupos da Libertadores, na noite de ontem (13),  na cidade portuária de Barranquilla. O jogo teve que ser paralisado cinco vezes pelo árbitro uruguaio Andrés Cunha, devido às bombas de gás lacrimogêneo, lançadas de fora do estádio Romelio Martinez por manifestantes que entraram em vários confrontos com a polícia, extravasando a revolta pela reforma tributária do governo da Colômbia.

TRÊS JOGOS, CINCO GOLS – Depois de quinze anos na Europa e na Ásia, o paraibano Hulk, de 34 anos, está disputando a primeira Libertadores, e ao abrir o placar aos 21 minutos, completando de cabeça o cruzamento do meia argentino Nacho Fernandez, marcou o quinto gol em três jogos, e já é vice-artilheiro, junto com o colombiano Jarlan Barrera, do Nacional de Medellin, só com menos um gol que Miguel Borja, do Junior Barranquilla, e Gabriel, do Flamengo.

SÓ FALTOU UM GOL – Depois de fazer dois gols no América de Cali e dois no Cerro Porteño, no Mineirão, Hulk só precisava de mais um gol, que não conseguiu na noite de ontem (13), para se tornar o terceiro brasileiro a fazer dois gols em três jogos consecutivos na Libertadores. O feito foi alcançado em 2000, no Corinthians, por Luizão, maior artilheiro brasileiro da Libertadores com 29 gols, e em 2010, no Cruzeiro, por Kleber Gladiador. O primeiro a fazer dois gols em três jogos seguidos na Libertadores foi Juan Lima, do Deportivo Quito, em 1986.

O MAIS BONITO – O América de Cali empatou aos 24 minutos com o gol do meia Santiago Moreno. Na volta do intervalo, o Atlético fez 2 x 1 com o gol do lateral Arana, aos 10 minutos, e nos acréscimos, aos 52 minutos, o atacante chileno Eduardo Vargas, de 31 anos, marcou o gol mais bonito da noite. Ao receber um lançamento primoroso de Diego Tardelli, Vargas deu um toque sutil, encobrindo o goleiro Joel Graterol e em seguida se ajoelhou para marcar de cabeça o terceiro gol dos 3 x 1. Pintura!

EVERSON, Guga, Igor Rabelo, Junior Alonso e Arana; Jair (Rever), Tchê Tchê e Nacho Fernandez (Dodô); Savarino (Eduardo Vargas), Keno (Diego Tardelli) e Hulk (Allan) – o Atlético Mineiro, do técnico Cuca, quase sempre em rota de colisão com os árbitros. Dessa vez, no entanto, ele foi ao centro do campo, cumprimentar o uruguaio Andrés Cunha, árbitro FIFA desde 2013: “Dei meus parabéns pela coragem que ele teve de levar o jogo até o final, com tantas paralisações causadas pelos problemas”.

MUITA ÁGUA – Os jogadores do Atlético Mineiro utilizaram muita água, seguindo a orientação do médico Rodrigo Lasmar, que também é da seleção brasileira, como foi seu pai Neylor, para lavar o rosto durante as paralisações, em virtude do efeito das bombas de gás lacrimogêneo. Com 10 pontos, três vitórias, um empate e saldo de sete gols (10 a 3), o Atlético é um dos cinco brasileiros líderes invictos de grupos, junto com Palmeiras, São Paulo, Fluminense e Flamengo. Bom lembrar: a única vez que o Atlético ganhou a Libertadores, em 2013, Cuca era o técnico e Ronaldinho Gaúcho a estrela do time.