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Foto: José ROMERO / TELAM / AFP

Pela segunda vez, a decisão da última Copa Libertadores em jogos de ida e volta teve que ser adiada. A primeira, devido ao temporal que alagou o gramado da Bombonera, estádio do Boca. A segunda, neste último sábado (24) de novembro, por culpa da ação de bandidos, travestidos de torcedores do River, que atacaram a pedradas o ônibus do Boca na chegada ao estádio Monumental de Nuñez, lotado, e só aguardando o início do jogo da final histórica entre os times mais populares do país.

Foto: site Clarín.com Deportes

NO OLHO DO CAPITÃO – Uma das pedras atiradas no ônibus do Boca, assim que a delegação chegou ao estádio, atingiu o olho esquerdo do volante Pablo Perez, 33 anos, levado imediatamente de ambulância para o Sanatório Otamendi, onde foi examinado. Liberado pelo médico, que marcou nova avaliação para amanhã (domingo, 25), Pablo Perez voltou ao estádio e a própria ambulância que o levava foi o alvo de novas e intensas pedradas.

DANIFICADO – As janelas do ônibus do Boca foram quebradas pelas pedras atiradas por torcedores do River. Os jogadores tiveram que se abaixar para evitar que fossem atingidos, mas nem todos conseguiram. O atacante Carlos Tevez, por exemplo, levou uma pedrada pouco acima do olho esquerdo, escapando por sorte de ser tão atingido quanto seu companheiro Pablo Perez.

Foto: Twitter Boca Júniors

SEGURANÇA – O secretário de Segurança de Buenos Aires reconheceu ter havido falha no esquema de proteção para a chegada do ônibus do Boca ao estádio. Marcelo D’Alessandro disse que “a proteção foi calculada, mas erramos em não montar um esquema bem mais rigoroso, que mantivesse a viatura protegida muito antes de estacionar”. Desde que soou o aviso da chegada do Boca, o presidente Rodolfo D’Onofrio, do River, movimentou a segurança particular do clube.

CARLOS TEVEZ e seu companheiro de elenco, o volante Fernando Gago, 32 anos, deixaram o vestiário, quando os ânimos pareciam mais calmos e sob controle, para atender os jornalistas. Reafirmaram não haver clima para um jogo de tamanha importância, em que o nome do futebol argentino se impõe com relevância até mesmo acima dos clubes. Ambos admitiram que o adiamento pode ser uma solução parcial, mas está longe de ser a ideal.

Foto: A saída do estádio Monumental / AP Sebastian Pani

DECISÃO – Foi às 19h23m que o paraguaio Alejandro Dominguez, presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol, anunciou a decisão oficial do adiamento do jogo para amanhã – domingo, 25 -, às 17 horas, horário de Buenos Aires. O trio de árbitros do Uruguai chegou a se preparar com o aquecimento em campo, mas os jogadores do River e do Boca não apareceram no gramado. Nem havia clima para isso.

OS BANDIDOS da torcida do River Plate não podem deixar de merecer uma punição exemplar. Mas, por mais rigorosa que venha a ser, não apagará nunca mais da história do futebol da Argentina a mancha que ficará para sempre, com as cenas deploráveis deste sábado tão triste vivido em Buenos Aires.

O QUE RESTA é esperar que o domingo chegue e que os ânimos estejam controlados. Entretanto, não há como evitar que a Confederação Sul-Americana de Futebol tome uma decisão firme e forte sobre o que houve neste sábado, 24 de novembro de 2018, nos arredores do Estádio Monumental de Nuñez. O palco histórico do primeiro título mundial que a Argentina ganhou há 40 anos não pode ser reduto de bandidos. Tem que continuar sendo o cenário dos craques.