Depois de passar fácil (3 x0) pelo Lyon, na noite desta quarta (19), no estádio José Alvalade, do Sporting, o Bayer Munique entra com as honras de favorito na final da Liga dos Campeões 2019-20 do próximo domingo (23) com o PSG, no estádio da Luz, do Benfica, em decisão de quinze títulos: os oito consecutivos de campeão alemão do Bayern, que tenta a sexta Champions, e  os sete seguidos de campeão francês do PSG, pela primeira vez finalista do maior torneio de clubes do mundo.

QUEM NÃO FAZ… – As primeiras chances de gol foram do Lyon, com o capitão Depay, logo aos 4 minutos, chutando fora, cara a cara com o goleiro, e aos 16 com Ekambi acertando a trave. Como quem não faz, leva, o Bayern já saiu para o intervalo com 2 x 0. Serge Gnabry foi da ponta para o meio, e da meia-lua, finalizou de canhota, no ângulo direito, aos 18. Foi dele também o segundo gol, aos 33, livre na pequena área, após a bola passar por Muller em cruzamento de Davies da linha de fundo.

SERGY GNABRY é alemão de 25 anos, 1,75m, nascido em Stuttgart, em 14 de julho de 95, mas iniciou no Arsenal de Londres. Foi de todas as categorias da seleção alemã  sub-16 a sub-23 , campeão europeu sub-21, em 2017. Um ano antes, foi artilheiro dos Jogos Rio 2016, com seis gols, ganhando a medalha de prata na decisão com o Brasil, pela primeira vez ouro, no Maracanã. No Bayern, seu maior feito foram os quatro gols nos 7 x 2 sobre o londrino Tottenham, nas quartas da Champions 2016-17.

PERTO DO RECORDE – Com domínio absoluto, o Bayern reduziu um pouco o ritmo na volta do intervalo, e só ampliou a vantagem aos 43, com o gol de cabeça de Robert Lewandowski, antes da linha da pequena área, acertando o canto direito, após a cobrança de falta do lateral francês Benjamin Pavard. Artilheiro da Champions 2019-2020,Lewandowski, com gol em todos os jogos, está a dois gols de igualar o recorde de Cristiano Ronaldo, que marcou 17, em 2013-2014, quando foi campeão com o Real Madrid.

PENÚLTIMO – O meia Philippe Coutinho substituiu Gnabry aos 30 do segundo tempo e cinco minutos depois teve um gol (bem) anulado por impedimento. Foi seu penúltimo jogo pelo Bayern, desde que entre na final do próximo domingo (23), de vez que o clube alemão decidiu não pagar os 120 milhões de euros pedidos pelo Barcelona. Coutinho foi emprestado ao Bayern por um ano por 8.500 mil euros e vai se reapresentar ao Barcelona, que tenta negociá-lo.

VERDE AMARELO – Os três cartões amarelos em Bayern 3 x 0 Lyon foram para brasileiros do time francês: os zagueiros paulistas Marcelo e Marçal, ambos por falta dura em Lewandowski, no primeiro tempo, e para o meia maranhense Tiago Mendes, que substituiu o carioca Bruno Guimarães, por falta dura em Thomas Muller. O árbitro espanhol Antonio Mateu Lahoz, de 43 anos, com atuação correta, marcou 20 faltas (12 do Lyon). Dos 10 escanteios, 6 a favor do Bayern.

BAYERN – Neuer (c), Kimmich, Boateng (Sule), Alaba e Davies; Goretzka (Pavard), Gnabry (Coman) e Thiago (Tolisso); Muller, Lewandowski e Perisic (Coman). O técnico alemão Hans-Dieter Flick, de 56 anos, ex-meia, completou 35 jogos com 32 vitórias, 2 derrotas, 1 empate, 115 gols marcados, 26 gols sofridos. Em 2019-2020, o time marcou 142 gols em 44 jogos, média de 3.22 gols por jogo. Invicto há 29 jogos, com 20 vitórias consecutivas desde fevereiro. Na atual Champions, em 10 jogos, 42 gols.

LYON – Anthony Lopes, Denayer, Marcelo e Marçal; Dubois (Tete), Bruno Guimarães (Tiago Mendes) e Caqueret; Aouar, Cornet, Depay (Dembélé) e Ekambi (Reine-Adélaide). O técnico francês Rudi Garcia, de 56 anos, ex-meia, reconheceu a superioridade do Bayern, que considera favorito na final com o PSG, mas lembrou não existir parâmetro entre os valores individuais nem em termos de conjunto entre um time oito vezes consecutivas campeão alemão e uma equipe que ficou em sétimo no campeonato francês.

A FINAL INÉDITA do próximo domingo (23), no estádio da Luz, do Benfica, será o nono confronto Bayern x PSG na Liga dos Campeões, com 5 vitórias e 13 gols do time francês, e 3 vitórias e 12 gols do time alemão.Bom dizer: os oito jogos foram na fase de grupos, sem que os times tenham se enfrentado nem mesmo em oitavas de final.

BAYERN NÃO SABE MAIS COMO É PERDER

New York Times, considerado o jornal mais importante do mundo, publicado desde 18 de setembro de 1851 e com 117 prêmios Pullitzer, mais do que a soma de qualquer outro, abriu espaço para os 3 x 0 sobre o Lyon e iniciou a notícia em elevado tom de brincadeira: “Que time impressionante é esse do Bayern, que até já nem sabe mais como é perder, referindo-se à última derrota, sofrida em 7 de dezembro de 2019 para o Borussia Monchengladbach (2 x 1), pelo campeonato alemão. 

GRANDES NOMES – O jornal ressalta que “o Bayern resume bem o termo equipe, ao mostrar que não são apenas os seus grandes nomes, como Lewandowski e Muller, que brilham, mas o conjunto como um todo”. New York Times destaca também a aplicação do time alemão: “Parece ter mais de onze jogadores em campo. Quando se olha, dois ou três aparecem de uma vez para desarmar o adversário. E com que facilidade é capaz de fazer gols. Só nos dois últimos jogos marcou 11. Incrível!”

O NEW YORK TIMES, através de seus analistas, considera praticamente impossível o PSG evitar que conquiste seu sexto título de campeão europeu: “Pelo que se vê do Bayern Munique e de seus adversários, a diferença é muito acentuada. Se conseguirem vencê-lo, os franceses terão alcançado um milagre sem precedentes na história recente do futebol”.

PSG, PREMIAÇÃO SUPERIOR A 130 MILHÕES

O jornal francês Le Parisien revela que o PSG poderá superar a soma de 20 milhões de euros – mais de 130 milhões de reais -, em prêmios, se ganhar a final de domingo (23), em Lisboa, com o Bayern. De acordo com o jornal, cada jogador ganhará 500 mil euros – 3.300 mil reais -, pelo título inédito. Le Parisien lembra que o valor estava acertado desde 2013, dois anos depois que o Fundo de Investimento do Catar assumiu o clube, quando o atacante sueco Ibrahimovic, hoje no Milan, era o líder da equipe.

CADA JOGADOR do PSG, de acordo com o jornal, já ganhou na atual temporada 2019-2020, 400 mil euros – 2.600 mil reais -, pelo sétimo título consecutivo de campeão francês, além de 100 mil euros – 660 mil reais -, pelas outras duas conquistas, a da Copa da França e da Copa da Liga Francesa. Le Parisien ressalta que o acerto acaba sendo revelado, embora mantido com muita discrição pelo presidente Nasser Al-Khelaifi, de 46 anos, bilionário que representa o Fundo de Investimento do Catar na França.

SEDE DA COPA DO MUNDO de 2022, a primeira a ser disputada no Oriente Médio, o Catar poderá promover uma festa, antes do Campeonato Francês de 2020-2021, a ser iniciado em setembro, se o PSG ganhar domingo (23) a final da Liga dos Campeões com o Bayern. De acordo com o jornal francês, seria um presente aos torcedores qataris, que até nem pagariam ingresso para ver de perto Neymar, Mbappé, Di Maria e as outras estrelas do time heptacampeão francês.

BOM DIZER – Desde 2011, quando assumiu o controle do clube, o Fundo de Investimento do Catar já aplicou no PSG mais de 1 bilhão e 200 milhões de euros, com a aquisição de jogadores. São suficientes as somas de Neymar, que custou 222 milhões de euros – multa paga em 2017 ao Barcelona – e Mbappé, revelação da Copa do Mundo de 2018, em que foi campeão com a França, comnprado do Mônaco por 180 milhões de euros.

Foto: FRANCK FIFE / AFP. SportBuzz UOL