River e Boca começam a decidir amanhã (1) quem vai fazer com Flamengo ou Grêmio a final da Libertadores 2019, em jogo único no Estádio Nacional de Santiago do Chile, no sábado, 23 de novembro. São emocionantes 106 anos de história, iniciada em Boca 1 x 2 River, dia 24 de agosto de 1913.
SEGUNDA VEZ – O Boca tenta se igualar ao recordista Independiente, também de Buenos Aires, maior vencedor da Libertadores com sete títulos e único tetracampeão – 72-73-74-75 -, após ser bi em 64-65, e ganhar pela última vez em 1984. É a segunda vez que Boca e River decidirão a vaga para a grande final, décima quinta entre brasileiros e argentinos.
FINAL HISTÓRICA – Assim os argentinos consideram a decisão de 2018. No primeiro jogo, 2 x 2 no estádio do Boca. O segundo jogo foi duas vezes adiado, porque torcedores do River apedrejaram o ônibus do Boca, quando chegava ao estádio, e Pablo Perez, capitão do Boca, teve que ser levado às pressas ao hospital, com estilhaços de vidro no olho.
NO REAL MADRID – Pela primeira vez, a final do maior torneio de clubes da América do Sul teve que ser disputada na Europa. A Confederação Sul-Americana escolheu o estádio do Real Madrid, onde o River ganhou (3 x 1, na prorrogação) e conquistou seu quarto título. O Boca chegou a pedir para ser proclamado campeão, mas a Confederação não atendeu.
OS TÍTULOS – O River tem mais títulos de campeão argentino que o Boca (36 a 33), mas o Boca tem seis Libertadores, e o River, quatro. O Boca foi bi em 77-78 e 2000-01, 2003 e 2007. O River em 1986, 1996, 2015 e 2018. Boca e River são campeões mundiais, invictos, de clubes. O Boca em 77, 2000 e 2003. O River, em 1986.
A DIFERENÇA – Fundado em 25 de janeiro de 1901, o Club Atletico River Plate é mais velho quatro anos que o Club Atletico Boca Juniors, fundado em 3 de abril de 1905. Ambos nasceram no bairro de La Boca, bairro de operários, e os moradores não perdoaram o River por ter se mudado, em 1920, para Belgrano, bairro nobre, da alta sociedade.
RIVALIDADE – A grande distância que separa La Boca de Belgrano, logo aumentou a rivalidade entre as equipes. A disputa acabou se tornando em confronto de povo x elite. Foi por isso que o River ganhou o apelido de Los Millonarios. Os torcedores do River se destacam pelo traje elegante, quase sempre vestidos com peças finas de importados.
AZUL E AMARELO – Se a decisão de dar ao clube o nome do bairro onde foi fundado, a escolha das cores do uniforme do time deixou a todos indecisos. Os fundadores decidiram então que seriam as cores do primeiro navio que atracasse no porto de Buenos Aires. Foi um navio sueco, com a bandeira em azul e amarelo, a partir daí, as cores do Boca.
NOME E FAIXA – Pedro Martinez, um dos fundadores, escolheu o nome do clube pelas caixas que chegavam da Escócia ao porto de Buenos Aires, com a inscrição River Plate. A camisa, toda branca, ganhou a faixa diagonal porque uns garotos que voltavam de taxi para casa, viram uma fita de seda vermelha e a levaram. A ideia deles foi aprovada.
BRASILEIROS – Há cinco brasileiros citados como notáveis na história do Boca: o zagueiro Domingos da Guia; o volante Dino Sani, e os atacantes Heleno de Freitas, Almire Paulo Valentim, o mais marcante, por ser o maior artilheiro dos jogos com o River. Ele fez cinco gols na final de 1957 do campeonato carioca Botafogo 6 x 2 Fluminense.
LA MÁQUINA – O Fluminense copiou, ao ser bicampeão carioca 75-76, La Máquina, termo criado pela torcida do River para o time campeão de 1947, com um ataque arrasador: Reyes, Moreno, Di Stefano, Labruna e Lousteau. Di Stefano – primeiro penta da Liga dos Campeões – foi o maior jogador da história do Real Madrid, que o condecorou presidente de honra.
JOGO 26 –O jogo de amanhã (1), no estádio Monumental de Nuñez – 57.074 lugares -, será o vigésimo sexto entre River e Boca pela Libertadores, com 10 vitórias do Boca, 8 do River e 7 empates. O segundo, dia 22, será no estádio La Bombonera – 49 mil lugares -, assim chamado por sua forma retangular, como uma caixa de bombom. É o temido alçapão do Boca.
MARCELO GALLARDO, argentino, 43 anos, ex-meia, campeão da Libertadores como jogador e técnico, jogou no River de 92 a 99, e foi campeão em seus quatro outros times: Mônaco, PSG, DC United de Washingtone Nacional do Uruguai. É idolatrado pelos torcedores do River, que o chamam de Muñeco (Boneco).
GUSTAVO ALFARO, argentino, 57 anos, ex-meia, técnico do Boca desde 2 de janeiro de 2019, controla sua própria estatistica e registra 833 jogos, com 341 vitórias, 239 empates, 253 derrotas. Atualizado com o futebol mundial, foi comentarista nas últimas quatro Copas, contratado do prestigioso grupo Caracol, líder de rádio e televisão na Colômbia.
PRESIDENTES – Rodolfo Raul d’Onofrio, 72 anos, empresário bem-sucedido, presidente da Associação Argentina de Seguradoras e dono de uma rede de restaurantes em Buenos Aires, preside o River desde 15/12/2013, depois de perder a eleição anterior, por seis votos, para o ex-zagueiro Daniel Passarella, capitão da seleção campeã do mundo em 78.
DANIEL ANGELICI, 55 anos, presidente do Boca, é vice-presidente da Associação de Futebol da Argentina (AFA) e dirige cinco empresas importantes de jogos eletrônicos importados, com faturamento anual astronômico. É também o presidente da Companhia Argentina de Salões de Bingo.
PATROCINADORES – O anúncio master da camisa do Boca é da Qatar Airways, empresa oficial da próxima Copa do Mundo (2022). Outro anunciante, Huawei – que significa flor -, multinacional chinesa de equipamentos para telecomunicações. OUTRA empresa aérea – Turkish Airlines – é o anunciante master da camisa do River, que conta também com o desodorante Axe, com a Konami – significa ondas pequenas -, empresa japonesa de jogos eletrônicos, e Coca-Cola.
BOM DIZER – Raphael Claus, 40 anos, da Federação Paulista e da FIFA, apitará amanhã (1) River x Boca. Na quarta (2), o argentino Néstor Pitana, 44 anos, árbitro da final da Copa do Mundo 2018, apitará Grêmio x Flamengo, em Porto Alegre.
Foto: Diário21.TV, Foto: REUTERS/Marcos Brindicci, Foto: Lá Nación, Foto: Ivan Pisarenko / AFP