Foto: Pedro Martins / MoWa Press

Brasil e Uruguai comemoram Bodas de Diamante de um dos maiores clássicos do futebol mundial, que completa 75 jogos nesta sexta (16). Desde 18 de setembro de 1920, quando se enfrentaram pela primeira vez, foram 34 vitórias do Brasil, 20 vitórias do Uruguai e 20 empates. O jogo 75 será no Emirates Stadium – 63.631 lugares -, do Arsenal FC, único campeão inglês invicto e um dos cinco times do mundo que conseguiram ganhar da seleção brasileira.

12 ANOS DEPOIS – O estádio do Arsenal, em Holloway, no bairro de Islington, zona norte de Londres, foi inaugurado em 22/7/2006, com a virada (2 x 1) do Arsenal sobre o Ajax (Holanda), em amistoso que atraiu 61 mil torcedores. O primeiro jogo entre seleções foi em 3/9/2006, Brasil 3 x 0 Argentina, gols de Elano (2) e Kaká. O Arsenal, de 132 anos, fundado em 1886, fez homenagem às duas seleções e guardou como lembrança o teipe completo do jogo.

48 ANOS DEPOIS – Na história das Copas do Mundo, Uruguai – primeiro e só duas vezes campeão (1930 e 1950) – e Brasil, recordista de cinco títulos, só se enfrentaram duas vezes. Na final de 1950, ano da inauguração do Maracanã, com mais de 200 mil torcedores, Uruguai 2 x 1, de virada, quando o empate daria o título ao Brasil. 48 anos depois, na semifinal de 1970, no estádio Jalisco, em Guadalajara (México), a virada foi do Brasil (3 x 1).

TESTEMUNHA – Alegra-me recordar a semifinal da Copa de 70 – primeira e melhor das oito consecutivas que cobri como repórter – porque cheguei ao México mais de um mês antes da seleção e vivi todo o clima da mais emocionante das Copas em que estive, convivendo diariamente com os jogadores e a comissão técnica, na Suítes Caribe, muito próxima do hotel em que me hospedei, de onde era só atravessar a Av.Mariano Otero para chegar ao hotel da seleção.

DESDE ENTÃO, passaram-se doze Copas e não houve outro Brasil x Uruguai, jogo carregado de tensão pela rivalidade, que até se sobrepõe aos confrontos com a Argentina. A ferida de 1950 demorou para cicatrizar e a pena máxima de 30 anos no Brasil foi estendida a quase 50 anos, punindo Moacir Barbosa, um dos mais notáveis goleiros da história, como se fosse o único culpado pela derrota daquela tarde de 16 de julho de 1950 no Maracanã.

COPA AMÉRICA – Depois de quatro Copas fora da decisão, a seleção brasileira busca na preparação para a Copa América 2019 – 14 de junho a 7 de julho -, com 10 seleções sul-americanas e as convidadas do Japão e Catar, que em verdade quase nada somam, o reencontro do caminho para evitar que 2022 não seja a quinta Copa sem título, como aconteceu de 1974 a 1990. O técnico atual não pode se queixar de falta de apoio. É o terceiro em duas Copas consecutivas.

Tite em coletiva seleção brasileira — Foto: Reuters

BRASIL – Tite não quis antecipar a escalação para o jogo desta sexta (16). Especula-se que a mais provável seja com Alisson, Danilo, Marquinhos, Miranda e Filipe Luis; Arthur, Paulinho e Renato Augusto; Douglas Costa, Neymar e Firmino, quase todos de alguns dos principais times da Europa. Paulinho e Renato Augusto, que jogam na China, são as exceções.

URUGUAI – Óscar Tabárez, 71 anos, ex-zagueiro, técnico da seleção desde 2006 – quase 200 jogos -, contratado renovado até a Copa de 2022, tem boa base para este amistoso com o Brasil. O Uruguai vai iniciar com Martin Silva, Cáceres, Lemos, Velazquez e Laxalt; Torreira, Vecino, Betancur e Arrascaeta; Luis Suarez e Cavani. O goleiro Fernando Muslera, do Galatasaray (Turquia), está contundido. Martin Silva (Vasco) será o substituto.

ARBITRAGEM – Craig Pawson, 39 anos, árbitro desde 1993, foi o sétimo inglês na Fifa desde 2015. Nasceu em Sheffield, cidade do primeiro clube de futebol da história – Sheffield FC, fundado em 1857 – e cenário de um dos filmes vencedores do Oscar, Tudo ou Nada. Localizada na região norte do país, Sheffield é a sexta cidade mais populosa da Inglaterra, com mais de 600 mil habitantes, a 228 km da capital Londres. Brasil x Uruguai começa às 21 horas (18 horas, no Rio de Janeiro).