Horas depois de a sede do clube ter sido invadida por torcedores, revoltados com a má campanha, o Botafogo empatou (2 x 2) com o Ceará, no estádio Nilton Santos, após ficar duas vezes em vantagem. O time poderia ter saído para o intervalo com 3 x 1, mas a indefinição do cobrador do segundo pênalti, que o lateral Victor Luis chutou sobre o travessão, foi decisiva em chance rara. Honda converteu o primeiro pênalti e pediu que Victor Luis batesse o segundo. Exemplo claro de falta de comando.
REBAIXAMENTO – O excesso de empates (11) e só 3 vitórias em 18 jogos dificultam a situação do Botafogo, com 20 pontos, que pode voltar ao rebaixamento neste domingo (1), se: o Bahia, com 19 pontos e 5 vitórias, ao menos empatar com o Santos, na Vila Belmiro; se o Vasco, com 18 pontos, vencer o Goiás, em Goiânia, e se Bragantino, com 19 pontos e 4 vitórias, ao menos empatar com o Grêmio, amanhã (2), em Porto Alegre. É a dura realidade do Botafogo no final do turno.
EM 12 MINUTOS – O jogo de ontem (31), no estádio Nilton Santos, mostrou o Botafogo melhor desde o início, merecendo o gol de abertura aos 16 minutos, com Honda convertendo de canhota o pênalti claro de Bruno Pacheco em Lecaros, sem que se tenha entendido a consulta ao VAR, tanto quanto no empate do Ceará,com relação à posição de Cleber, que fez o gol mais bonito da tarde aos 23. Mateus Babi, no segundo gol do Botafogo, aos 28, usou bem a cabeça no cruzamento de Nazario.
INDECISÃO E ERRO – Nos minutos finais do primeiro tempo, a indecisão de Honda e Victor Luis prejudicou o Botafogo, que teve o segundo pênalti bem marcado no toque de mão do lateral Eduardo, confirmado pelo VAR. Ainda não disseram a Victor Luis que pênalti não é força, é jeito. A cobrança que fez foi de um tiro de meta do tempo antigo. Quando a bola é chutada com tanta força, bem embaixo, dificilmente deixa de ganhar altura, como na cobrança do pênalti que não soube aproveitar.
DEDO DO TÉCNICO – O início do segundo tempo mostrou que o paulista Guto Ferreira, técnico do Ceará, vê bem o jogo. O time voltou do intervalo com Rick, melhor que Leo Chu, e Leandro Carvalho mais decisivo que Lima, tanto que empatou em seis minutos, em boa tabela com Vinícius, e o técnico o tirou aos 40 para recompor a defesa com a expulsão do zagueiro Luis Otávio. Bom lembrar: Leandro Carvalho não foi notado ao passar pelo Botafogo em 2018-19, sem gol em nove jogos.
AS EXPULSÕES – Além dos sete cartões bem aplicados em Benevenuto, Honda e Nazario, e Tiago, Fabinho, Leandro Carvalho e Wescley, e também em Guto Ferreira, técnico do Ceará, o árbitro Diego Pombo Lopez, da Federação Baiana, foi correto nas expulsões. A do zagueiro Luis Otávio, do Ceará, por atingir a cara de Caio Alexandre com o braço, e a do estreante Ivan Angulo, atacante colombiano de 21 anos, do Botafogo, após o segundo cartão amarelo por falta dura no meia Charles.
BOTAFOGO – Diego Cavalieri, Kevin, Benevenuto, Kanu e Victor Luis; Caio Alexandre (Pedro Raul), Honda (Welison) e Nazario; Lecaros (Kelvin), Mateus Babi e Warley (Ivan Angulo, entrou aos 32 do segundo tempo e foi expulso aos 49). Técnico – Flavio Tênius. Dos 11 empates, quinto em casa, e duas das três vitórias, em casa: 2 x 1 no Atlético Mineiro e no Palmeiras. A única vitória fora, 2 x 1 no Sport, 11 de outubro, rodada 15. As derrotas em casa: 0 x 2 Inter, 2 x 3 Vasco e 1 x 2 Bahia.
TERÇA DECISIVA – O Botafogo terá missão difícil na próxima terça (3), na Arena Pantanal, onde ontem (31) o Cuiabá manteve a vice-liderança da Série B, com 36 pontos em 19 jogos (10 vitórias, 6 empates, 3 derrotas), ao ganhar fácil (3 x 0) do CRB. A derrota (1 x 0) no estádio Nilton Santos, obriga o Botafogo a vencer por 2 gols, para evitar os pênaltis. Não é nada, não é nada, são R$3.300 mil para entrar na conta de quem se classificar para as quartas de final da Copa do Brasil.
Foto: UOL