AO EMPATAR COM A VENEZUELA (1 x 1), na noite de ontem (12), na Arena Pantanal, em Cuiabá, o Brasil perdeu a liderança das eliminatórias sul-americanas para a Argentina, única com 100% de aproveitamento, e sem sofrer gol, que venceu o Paraguai (1 x 0, gol do zagueiro e capitão Nicolás Otamendi), no Estádio Monumental de Nuñez, em Buenos Aires. Foi o segundo jogo consecutivo em que o Brasil só conseguiu fazer gol de bola parada, em cobrança de escanteio.

PELA SEGUNDA VEZ, depois de catorze anos, o Brasil não venceu a Venezuela em 15 confrontos de eliminatórias, após treze vitórias – três por 6 x 0 -, tal como no 0 x 0 de 14 de outubro de 2009, no Estádio Pedro Pedrossian, em Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul. Na noite de ontem (12), em Cuiabá, a seleção brasileira não teve competência para vencer um adversário que se defendeu bem e se limitou aos contra-ataques, em um deles, chegando ao empate.

A SELEÇÃO BRASILEIRA deveria ter finalizado mais de meia distância, mas insistiu nas bolas altas, que os zagueiros só não cortaram no gol de cabeça de Gabriel Magalhães, o primeiro, no segundo jogo pela seleção do zagueiro paulistano de 25 anos, 1,90m, do Arsenal de Londres, aos 5 minutos do 2º tempo, após escanteio de Neymar, da esquerda, com o pé direito. Neymar mostrou mais empenho que em outros jogos, mas sem atuação brilhante.

HÁ ALGUMAS CONVOCAÇÕES questionáveis na seleção, mas nenhuma pode ser mais contestada que a de Richarlison, seguindo-se às de Danilo, Bruno Guimarães, André e Mateus Cunha. Que o Brasil estará em mais uma Copa, nenhuma dúvida, mas a qualidade do futebol terá que melhorar muito para não completar seis Copas sem Copa em 2026, seja com Diniz ou com Ancelotti. A queda do nível técnico da seleção brasileira assusta.

OS 40.020 PAGANTES vaiaram o anúncio da renda de Brasil 1 x 1 Venezuela – R$12.746.150,00 -, tal como os 60.390 pagantes do Flamengo 0 x 1 São Paulo, no Maracanã, no primeiro jogo da decisão da Copa do Brasil, com a renda de R$26.343.300,00, pelos preços abusivos que o Flamengo cobrou. Convenhamos que mais de R$12 milhões pelo futebol dessa seleção brasileira é algo exorbitante em um país de milhões de desempregados e de salário baixo.

QUEM SALVOU A NOITE foi o belíssimo gol da Venezuela, que empatou aos 39 minutos, com a meia-bicicleta de Eduard Bello, meia de 28 anos do bem modesto Mazatlan, penúltimo, entre os 18 do Campeonato Mexicano. Quando fiz o título da publicação de apresentação do jogo, DE QUANTO O BRASIL VAI GANHAR?, estava me baseando no retrospecto dos confrontos, mas o jogo da noite de ontem (12) me obriga a reconhecer que o futebol brasileiro mudou. Para pior.

A SELEÇÃO DO 1 x 1 com a Venezuela: Ederson, Danilo (Yago Couto), Marquinhos, Gabriel Magalhães e Arana; Casemiro (André), Bruno Guimarães (Gerson) e Neymar; Rodrygo, Richarlison (Gabriel Jesus) e Vinicius Jr (Mateus Cunha). Técnico – Fernando Diniz. Próximo jogo, 3ª feira (17), no Estádio Centenário, em Montevidéu, com o Uruguai, 4º com 4 pontos, que empatou (2 x 2) com a Colômbia, 3º com 5 pontos, no estádio Metropolitano de Barranquilla.

OS JOGADORES da seleção brasileira reclamaram muito com o árbitro peruano Kevin Ortega, correto nos cartões amarelos aplicados em Richarlison e André, e em deixar o jogo fluir com a lei da vantagem. Ele não interveio nas discussões e empurrões entre jogadores, logo após apitar o final do jogo, que teve três minutos de acréscimos no 1º tempo e 10 minutos no 2º tempo.

A SELEÇÃO SAIU SOB VAIAS e um torcedor arremessou um pacote de pipocas sobre Neymar, gesto reprovado pelo técnico Fernando Diniz: “Ficar insatisfeito com o resultado e vaiar é admissível, mas o que essa pessoa fez foi uma falta de respeito a um grande profissional”. Diniz disse que “a seleção não jogou mal e até criou para ampliar a vantagem, mas cedeu alguns contra-ataques que não devia, como no gol que sofremos, se a marcação estivesse ajustada”.

PARAGUAIO COSPE EM MESSI

ANTONIO SANABRIA, atacante paraguaio de 27 anos, desde 2009 na Europa, cuspiu nas costas de Messi, aos 23 minutos do 2º tempo da derrota para a Argentina (1 x 0), na noite de ontem (12), no Estádio Monumental de Nuñez, em Buenos Aires, ao discutirem após um lance de bola dividida, não visto pelo árbitro nem pelo VAR. Messi substituiu Julian Alvarez aos 7 minutos do 2º tempo, depois de não ter ido a La Paz para o jogo anterior das eliminatórias com a Bolívia.

O GOL DA 3ª VITÓRIA consecutiva foi marcado logo aos 3 minutos pelo zagueiro Nicolás Otamendi, de 35 anos, desde 2020 no Benfica, seu 4º time na Europa. Ele passou a braçadeira de capitão a Messi, que está sendo preservado pelo técnico Lionel Scaloni, desde o problema no joelho, ainda no PSG. A última vez que Messi iniciou um jogo foi pelo Inter de Miami, em 4 de setembro. Desde então, só tem entrado no transcurso.

EM JOGO DE TÉCNICOS argentinos, Colômbia e Uruguai empataram (2 x 2), em tarde de 40 graus no Estádio Metropolitano de Barranquilla. James e Uribe colocaram os colombianos duas vezes em vantagem, mas Matias Olivera e Darwin Nuñez, de pênalti, empataram. O goleiro Camilo Vargas foi expulso pelo árbitro chileno Piero Maza, ao cometer o pênalti, e o tricolor Jhon Arias saiu para a entrada do reserva Alvaro Montero, aos 39 do 2º tempo.

NÉSTOR LORENZO, argentino de 57 anos, ex-zagueiro, completou o 10º jogo sem derrota no comando da seleção da Colômbia, com sete vitórias e o terceiro empate. Marcelo Bielsa, argentino de 68 anos, ex-zagueiro, está renovando a seleção uruguaia. O meia Arrascaeta, do Flamengo, teve atuação discreta, e o lateral Puma, do Vasco, sequer ficou na reserva porque não se vacinou contra a febre amarela. Uruguai x Brasil, 3ª feira (17), em Montevidéu.

RECORDISTA – O meia Kendry Páez, de 16 anos e 161 dias, tornou-se o mais jovem a marcar gol nas eliminatórias sul-americanas, ao fazer o 1º dos 2 x 1 do Equador na Bolívia, ontem (12), no estádio Hernando Siles, em La Paz. Ele bateu o recorde de 1989 do paraguaio Gustavo Neffa, aos 17 anos e 325 dias. Kendry Páez foi vendido pelo Del Valle ao Chelsea por 20 milhões de euros (R$107 milhões), mas só vai para a Inglaterra em maio de 2025, ao completar 18 anos.

NO ESTÁDIO Monumental de Santiago, o Chile subiu ao 5º lugar com 4 pontos, ao vencer o Peru por 2 x 0, gols dos meias Diego Valdez e Marcelino Nuñez. Peru, Bolívia e Paraguai ainda não venceram em três rodadas.

Fotos: Vitor Silva / CBF e Terra