Não foi uma vitória tão convincente, mas, pelo menos, deu para apagar o vexame do 1 x 1 com o Panamá. Já se esperava, diante de outro adversário fraco, goleado (5 x 0) quatro dias antes pela Inglaterra, que o Brasil ganhasse, até com folga, da República Tcheca, porém a seleção só melhorou no segundo tempo, quando Arthur e Neres entraram e criaram boas jogadas, deixando Gabriel Jesus livre para marcar os gols da virada nos dez minutos finais.
INÍCIO BEM RUIM – A seleção teve começo sem criatividade, apresentou futebol de baixo nível técnico e mereceu sair para o intervalo perdendo. O gol de canhota de Pavelka, aos 36, foi a melhor coisa que se viu no primeiro tempo, com a finalização da meia lua no canto direito, sem defesa para o goleiro Alisson. O Brasil só deu dois chutes em gol, com Casemiro cobrando falta que o goleiro defendeu aos 21, e Paquetá, aos 42, tentando de longe e isolando por cima da trave.
VOLTOU MELHOR – Ainda que sem brilho, a seleção voltou melhor, com Everton no lugar de Paquetá, outra vez bem apagado, e Firmino aproveitou falha dupla grosseira da zaga para empatar logo aos quatro minutos, marcando seu nono gol em 31 jogos. A entrada do estreante Neres, saindo Richarlison aos 18, e as substituições simultâneas aos 26 – Arthur no lugar de Casemiro e Gabriel Jesus na vaga de Philippe Coutinho, sem brilho – fizeram a seleção render mais e encontrar o caminho da virada.
OS DOIS DOS 3 x 1 – Com assistência de Neres, canhoto sem posição fixa, como joga no Ajax, o gol de Gabriel Jesus, aos 38 – livre e sem goleiro na pequena área – garantiu a virada, que o próprio atacante paulista do Manchester City completou aos 44. Ele voltou a ter a assistência de Neres e marcou no rebote do goleiro. Além de limitada tecnicamente, a seleção tcheca sentiu cansaço e teve que recorrer às cinco substituições, três por cãibras. Só conseguiu fazer bom primeiro tempo. Depois do intervalo, quase não passou do meio do campo.
O ESTÁDIO CHINÊS – Eden Arena era o nome do estádio onde o Brasil jogou nesta terça (26), mas passou a estádio Sinobo, após ser comprado em 2017 por chineses do Grupo Imobiliário Sinobo, que administra o Estádio dos Trabalhadores em Pequim. O grupo ganhou a concorrência da empresa de apostas Synot e agora anuncia que vai aumentar a capacidade do estádio para 50 mil lugares, com o objetivo de oferecer também muitos shows de artistas internacionais. 18 mil torcedores viram República Tcheca 1 x 3 Brasil.
63 ANOS DEPOIS – O único jogo do Brasil em Praga (0 x 0) havia sido em 21 de abril de 1956, diante de 25 mil torcedores, no estádio Armedy, quando a seleção realizou o quarto jogo da excursão de sete jogos à Europa, sugerida pelo técnico Flávio Costa, a fim de que o futebol brasileiro intensificasse o intercâmbio atuando fora do país. O resultado apareceu dois anos depois, quando a seleção ganhou a primeira Copa do Mundo em 1958 na Suécia.
A SELEÇÃO – Há 63 anos, escalada no 4-2-4 da época, a seleção teve Gilmar (Corinthians), Djalma Santos (Portuguesa), De Sordi (São Paulo), Zózimo (Bangu) e Nilton Santos (Botafogo); Dequinha (Flamengo) e Didi (Botafogo) depois Walter Marciano (Vasco); Paulinho (Flamengo), Evaristo (Flamengo) depois Álvaro (Santos), Gino (São Paulo) e Canhoteiro (São Paulo). Nos outros amistosos da excursão de 1956: 1 x 0 Portugal, gol de Gino, de bicicleta; 1 x 1 Suíça; 3 x 2 Áustria; 0 x 3 Itália; 1 x 0 Turquia e 2 x 4 Inglaterra.
COPA AMÉRICA NO BRASIL – A comissão técnica da seleção brasileira terá até 17 de maio para elaborar a lista dos convocados para a Copa América, que começará dia 14 de junho, no Morumbi, com Brasil x Bolívia. Os 23 jogadores se apresentarão dia 20 de maio para o início da preparação na Granja Comary, em Teresópolis, e antes da estreia a seleção fará dois amistosos.
ARGENTINA DECEPCIONA – Em jogo de baixíssimo nível técnico, a Argentina ganhou (1 x 0) do Marrocos, no amistoso da noite desta terça (26), diante de 45 mil torcedores, lotação máxima do estádio Ibn Battouta, em Tanger, cidade do norte da África. O gol, aos 39 do segundo tempo, foi do atacante Ángel Correa, de 24 anos, 1,74m, destro, que completou 11 jogos pela seleção e marcou seu segundo gol, desde a estreia em 4/9/2015 com a Bolívia. Desde maio de 2014 no Atlético de Madrid, fez 29 gols em 180 jogos, e já se naturalizou espanhol.
VENTANIA E 49 FALTAS – Próximo do deserto e descampado, o estádio da cidade de Tanger é sujeito à ventania nessa época do ano. Algumas vezes, os jogadores tiveram dificuldade para a cobrança de escanteios e faltas porque a bola não ficava parada. O jogo descambou muito para a violência, e embora não tenha sido registrada nenhuma expulsão, foram marcadas 49 faltas. O árbitro africano Janny Sikazwe, de 39 anos, primeiro da República de Zâmbia a atuar na Copa do Mundo – apitou Bélgica x Panamá e Japão x Polônia, em 2018 -, teve que agir com energia e advertiu nove jogadores (5 do Marrocos) por faltas duras.
DECEPCIONANTE – A seleção da Argentina está causando preocupação entre seus torcedores após a segunda apresentação ruim em amistosos, antes da estreia na Copa América de junho e julho no Brasil. No primeiro jogo, em Madrid, perdeu (3 x 1) para a Venezuela, e nesta terça (26), em Tanger, quase nada criou e só ganhou (1 x 0) do Marrocos, graças à jogada individual de Ángel Correa. O técnico Lionel Scaloni disse que terá Maradona na Copa América. O craque do Barcelona foi dispensado do jogo com o Marrocos, devido às dores na região pubiana.
Fotos: CBF.com.br