NO QUARTO JOGO do técnico Fernando Diniz, a seleção brasileira perdeu oito anos de invencibilidade nas eliminatórias, ao ser derrotada pelo Uruguai por 2 x 0, na noite de ontem (17), no Estádio Centenário de Montevidéu. O Brasil caiu para o terceiro lugar e o Uruguai subiu para a vice-liderança, ambos a cinco pontos (7 a 12) da líder Argentina, única invicta e sem sofrer gol nas quatro primeiras rodadas, ao vencer o Peru por 2 x 0, gols de Messi, no último jogo da noite.
NEYMAR TORCEU o joelho esquerdo aos 44 minutos do 1º tempo, ao disputar a bola com Nicolás de La Cruz, próximo do grande círculo. A torção foi depois que caiu, ao pisar de mau jeito. Saiu chorando na maca e deixou o vestiário de muletas, a caminho do ônibus, já com uma proteção na perna. Será submetido a exame de ressonância magnética e avaliado hoje (18), em São Paulo, pelo médico Rodrigo Lasmar, que nada antecipou sobre possível cirurgia. Neymar é o terceiro com mais jogos (128) pela seleção, depois de Cafu (150) e Roberto Carlos (132).
URUGUAI 2 x 0 BRASIL foi a 13ª derrota em 14 participações nas eliminatórias, em que o Brasil perdeu a invencibilidade de 37 jogos, depois de 28 vitórias e 9 empates, desde a derrota para o Chile por 2 x 0, gols de Alexis Sanchez e Eduardo Vargas, na noite da 2ª feira, 8 de outubro de 2001, no Estádio Nacional de Santiago. A invencibilidade anterior da seleção brasileira era de 31 jogos nas eliminatórias, de 1954, com Zezé Moreira, até 1993, com Carlos Alberto Parreira.

A SELEÇÃO BRASILEIRA havia sofrido a última derrota para o Uruguai nas eliminatórias, na tarde do domingo, 1 de julho de 2001, no Estádio Centenário, por 1 x 0, gol do atacante Magallanes, convertendo pênalti de Cafu em Recoba, em jogo da estreia do técnico Luis Felipe Scolari, que no ano seguinte (2002) ganharia a última das cinco Copas. A seleção: Marcos, Antonio Carlos (Jardel), Roque Jr e Cris; Cafu, Emerson, Juninho Paulista, Rivaldo e Roberto Carlos; Elber (Euller) e Romário.
NA DERROTA da noite de ontem (17), o Brasil não deu um chute na direção do gol no 1º tempo. A única chance real de gol foi aos 34 minutos do 2º tempo, quando Rodrygo acertou o travessão do Uruguai em cobrança de falta. Poucas vezes se viu a seleção tão desorganizada, jogar tão mal e sem nada melhorar, mesmo após o limite máximo de cinco substituições. Não é crível que certos convocados, que iniciaram e entraram no transcurso, possam vestir a camisa da seleção brasileira.
DARWIN NUÑEZ fez o 1º gol aos 42 minutos, completando de cabeça o cruzamento de Maxi Araújo. Nuñez, de 24 anos, revelado no Peñarol, joga na Europa desde 2019, vendido por 6 milhões de euros ao espanhol Almeria (32 jogos, 16 gols), que o vendeu por 75 milhões de euros em 2020 ao Benfica (85 jogos, 48 gols), que o revendeu em junho de 2022, por 100 milhões de euros, ao Liverpool (45 jogos, 17 gols), seu time atual.
DE LA CRUZ marcou o 2º gol aos 31 minutos do 2º tempo, finalizando na pequena área a bola atrasada da linha de fundo por Darwin Nuñez, que ganhou a disputa com Gabriel Magalhães e Casemiro, que ao final do jogo resumiu: “O momento da seleção não é bom. Precisamos melhorar muito”. Nicolás de la Cruz, meia de 26 anos, é do River Plate, e o clube argentino espera o momento certo de negociá-lo, diante do interesse do Palmeiras, Flamengo e de vários outros.

A SELEÇÃO DA DERROTA para o Uruguai: Ederson, Yan Couto (David Neres), Marquinhos, Gabriel Magalhães e Carlos Augusto (Arana); Casemiro (c), Bruno Guimarães (Raphael Veiga) e Neymar (Richarlison); Rodrygo, Gabriel Jesus e Vinicius Jr (Mateus Cunha). Técnico – Fernando Diniz. Os últimos jogos de 2023 das eliminatórias serão em novembro, dia 16 com a Colômbia, no Estádio Metropolitano de Barranquilla, e dia 21 com a Argentina, no Maracanã.
A SELEÇÃO URUGUAIA, que conseguiu marcar dois gols no Brasil, depois de 40 anos: Sergio Rochet, Nandez (Bruno Mendez), Ronald Araújo, Cáceres e Olivera (Viña); Ugarte, Valverde (c) e De La Cruz; Pellistri (Piquerez), Maxi Araújo (Vecino) e Darwin Nuñez. Técnico – Marcelo Bielsa, ex-zagueiro argentino de 62 anos. O Uruguai está igual ao Brasil em pontos (7), vitórias (2), empate (1), derrota (1), saldo de gols (3), mas é vice-líder por mais um gol (8); o Brasil marcou 7.
ATUAÇÃO SEGURA do árbitro venezuelano Alexis Herrera, de 33 anos, que aplicou bem os oito cartões amarelos em Ronald Araújo, Darwin Nuñez e Nandez, e em Rodrygo, Casemiro, Ederson, Gabriel Jesus e Mateus Cunha. Os assistentes Alberto Ponte e Antonio Garcia foram precisos ao assinalar os seis impedimentos (três de cada seleção). Os próximos jogos do Uruguai, dia 16 com a Argentina, em Buenos Aires, e dia 21 com a Bolívia, em Montevidéu.
Reprodução/ Guillermo Legaria/ Andre Durao/ Montagem