Escolha uma Página

ARGENTINA E BRASIL NÃO SAÍRAM DO 0 x 0, na noite de ontem (16), no estádio Bicentenário, em San Juan, onde ficou claro que sem Neymar, poupado com dores musculares, a seleção deixa de ter uma referência e quem decida. Vinícius Junior, que o substituiu, esteve bem abaixo, perdeu a melhor chance, ao tentar cavadinha, e se preocupou mais com jogadas individuais de efeito, como no lance em que deu um drible por cobertura no zagueiro Christian Romero.

O SUPERCLÁSSICO DAS AMÉRICAS, com baixo nível técnico, teve mais faltas – 21 de cada seleção – do que finalizações – 9 a 9 – e, menos ainda, chutes na direção do gol, três da Argentina, dois do Brasil. Os argentinos tiveram sete escanteios sem aproveitamento e os brasileiros sequer criaram um. Se considerarmos que as duas seleções representam o que há de melhor no continente, não se pode esperar tanto em 2022, faltando exatamente um ano para começar a Copa.

O DESEMPENHO DE Mateus Cunha, reserva de luxo do Atlético de Madrid, onde não consegue se firmar, foi decepcionante no primeiro jogo como titular. Outro que não consegue convencer, provando que há jogador de clube e jogador de seleção, é Gerson, lento, sem criatividade, bem abaixo de Paquetá, que também fica meio sumido quando o jogo esquenta. Da forma como as coisas caminham, não haverá surpresa se o Brasil completar cinco Copas sem Copa.

INACREDITÁVEL o que se viu aos 33 minutos de jogo: a agressão do truculento Nicolás Otamendi, com uma cotovelada que fez Raphinha sangrar na boca e levar cinco pontos no intervalo. Pior do que o complacente árbitro uruguaio Andrés Cunha ter ignorado, foi o VAR não ter pedido que ele fizesse a revisão do lance. A arbitragem na América do Sul não é caso de polícia, não. É de incompetência mesmo.

COM O EMPATE SEM GOL, as seleções só aumentaram os números de sua invencibilidade. O Brasil chegou ao 30º jogo e a Argentina ao 27º, com 17 vitórias e 10 empates. Desde que o ex-lateral Lionel Scaloni, de 43 anos, substituiu o técnico Jorge Sampaoli, a Argentina ganhou 22 dos 37 jogos, com a última derrota em 2019 para o Brasil, na semifinal da Copa América. Scaloni se aproxima do recorde de Álfio Basile, que ficou 37 jogos sem perder, entre 1991 e 1993.

NA LIDERANÇA COM 35 PONTOS, o Brasil retoma as eliminatórias e faz o primeiro jogo de janeiro na altitude de Quito com o Equador. A Argentina, com 29 pontos e com a classificação bem encaminhada, fará com o Chile o primeiro jogo de 2022. O Uruguai, em sétimo na classificação, deve trocar de técnico, entrando Diego Aguirre, do Internacional, no lugar do longevo Óscar Tabárez, para evitar o risco de não ir à primeira Copa no Oriente Médio.

Foto: Futebol Bahiano