COM A DERROTA do Cruzeiro para o Racing por 3 x 1, o Brasil perdeu hoje (23) a terceira final consecutiva da Copa Sul-Americana. Em 2022, o Del Valle, do Equador, venceu o São Paulo por 2 x 0, e em 2023, a LDU, do Equador, venceu o Fortaleza nos pênaltis por 4 x 3, após 1 x 1.
O RACING não só venceu a primeira final em jogo único entre argentinos e brasileiros, mas também dobrou a vantagem de títulos (10 a 5) da Argentina sobre o Brasil na Copa Sul-Americana, em que só o campeão tem vaga direta na fase de grupos da Copa Libertadores.
NAS FINAIS em jogos de ida e volta, Internacional, São Paulo e Athletico foram campeões, sendo o time paranaense o único a ganhar dois títulos, em 2018 e 2021, enquanto Fluminense, Goiás, Ponte Preta e Flamengo foram vice-campeões. A Chapecoense foi campeã em 2016, por concessão do Nacional, de Medellin.
O RACING iniciou pressionando, sem deixar o Cruzeiro sair do próprio campo, e decidiu no 1º tempo, com dois gols em cinco minutos, depois de ter tido o primeiro, de Martirena, logo aos 3 minutos, bem anulado por impedimento de Salas, que fez o cruzamento da linha de fundo.
NO GOL QUE VALEU, aos 15 minutos, Martirena encobriu o goleiro Cássio, em chute sem defesa, no ângulo direito. Adrian Martinez fez 2 x 0 aos 20 minutos, completando na pequena área o cruzamento de Salas, que o goleiro Cássio e o zagueiro Villalba poderiam ter desviado.
O CRUZEIRO deu um alento aos torcedores, ao voltar mais ofensivo do intervalo, mas ficou no gol de Kaio Jorge, aos 8 minutos, após o goleiro Gabriel Arias rebater sua própria cabeçada. O Racing se fechou bem e ainda conseguiu o 3º gol, aos 47, em contra-ataque de Roger Martinez.
CAMPEÃO da Libertadores e Intercontinental em 1967, e 18 vezes campeão argentino, o Racing volta a comemorar um título 36 anos depois da Supercopa Sul-Americana de 1988. O Racing passou a usar camisa azul claro e branco, cores da bandeira argentina, em 1905, na comemoração do centenário da Revolução de Maio.
O TÉCNICO Gustavo Costas, ex-zagueiro de 61 anos, ganhou a segunda decisão com o Cruzeiro: a primeira, como jogador, na Supercopa da Libertadores de 1988, e a segunda hoje (23), como técnico, depois de perder a Supercopa de 1992, goleado (4 x 0) no Mineirão.
O RACING teve a falência decretada em 4 de março de 1999, com dívidas de 30 milhões de dólares, mas os torcedores evitaram o pior, e neste sábado (23), os mais antigos choraram mais emocionados no estádio La Nueva Olla, em Assunção, lembrando do que aconteceu há 25 anos.
O RACING, campeão pela 1ª vez da Copa Sul-Americana, entrou para o grupo seleto de argentinos com 40 títulos, depois do Boca (74), River (72) e Independiente (45). E passou a ser o 4º, em títulos internacionais, com o 7º, depois do Boca (22), Independiente (20) e River (18).
Fotos: Daniel Duarte / AFP / CP e La Nacion (DANIEL DUARTE – AFP)