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O empate entre Japão e Equador colocou um adversário mais forte no caminho do Brasil nas quartas de final, sobretudo se levarmos em conta, que foi eliminado pelo Paraguai, nas duas últimas edições da Copa América, ainda que nos pênaltis. O adversário de quinta (27), na Arena Grêmio, mesmo sem vitória na fase de grupos e a despeito de ter entrado nas quartas apenas como um dos melhores terceiros, requer atenção, a fim de que o desfecho não seja mais uma decepção em casa.

RETROSPECTO – É usual no futebol brasileiro recorrer à estatistica, como se resultados do passado, ainda que recente, possam ter alguma ligação com o jogo seguinte. É o caso do mata-mata das quartas de final que começa precisamente no jogo isolado com o Paraguai, que merece respeito, mas, no contexto da história, sempre esteve em desvantagem nos confrontos com o Brasil. Não pode haver ligação entre as duas eliminações na Copa América com o jogo de depois de amanhã (27), em Porto Alegre. 

COMPARAÇÃO – O Brasil não começou bem, mesmo com 3 x 0 na Bolívia, que perdeu os três jogos, tanto que não conseguiu romper a boa marcação no 0 x 0 com a Venezuela. Houve dois gols anulados pelo árbitro de video, mas foi o jogo em que o Brasil menos finalizou. Os 5 x 0 no Peru deram um alento porque a seleção criou e finalizou mais, o que também não chega a ser motivo para exaltação, tamanha a fragilidade do adversário, que pouco saiu do seu próprio campo.

EQUILÍBRIO – Os paraguaios respiraram com o empate entre Japão e Equador, que não tiveram competência para ganhar. O diário Hoy, de Assunção, destaca em sua edição desta terça (25): “A sorte ajudou o Paraguai a entrar nas quartas de final”. Mas, no texto mais detalhado da matéria, reconhece:“Não podemos ter tanto otimismo com a nossa seleção, que só empatou dois jogos e terminou a primeira fase com saldo negativo de gols”. É uma análise feita com equilíbrio por um dos bons jornais paraguaios.

18 JOGOS, 46 GOLS – Os números mostram que a fase de grupos, com média de 2.56 gols por jogo, foi razoável. As goleadas de 5 x 0 (do Brasil no Peru) e de 4 x 0 do Uruguai no Equador e do Chile no Japão, cobriram os dois 0 x 0 registrados em Brasil x Venezuela e Peru x Venezuela. Os outros quatro empates foram em 2 x 2 e 1 x 1. Os números mostram também o declínio acentuado na média de público – 28.544, por jogo -, efeito claro dos preços praticados pela Confederação Sul-Americana.

A DIFERENÇA – Esta é a edição 46 da Copa América, quinta que o Brasil promove em sua trigésima sexta participação, menos uma que a do Paraguai. O último dos oito títulos ganhos pelo Brasil foi em 2007. O jejum dos paraguaios, duas vezes campeões, é mais longo: 40 anos. Ganharam em 1953 e só voltaram a comemorar em 1979.

OS BICAMPEÕES – Com medo de ganhar, o Chile perdeu o primeiro lugar do Grupo C para o Uruguai. No tudo ou nada de sexta (28), na Arena Corinthians, vai jogar com a Colômbia, que melhorou muito nas mãos do técnico português Carlos Queiroz, elogiado pelo El Tiempo, principal jornal da capital Bogotá:“Queiroz mudou a mentalidade do futebol colombiano”. Atual bicampeão, o Chile participa pela trigésima nona vez. A Colômbia, em sua edição 22, só foi campeã uma vez, no já distante 2001.

ARGENTINA – Com 42 participações, a Argentina é a segunda maior vencedora da Copa América, com 14 títulos, o último em 1993, em decisão com o México, que cobri em Guaiaquil, no Equador. Por mais que se possa reconhecer alguma evolução no futebol da Venezuela, os argentinos entram como favoritos no outro jogo de sexta (28), às 16 horas, no Maracanã. Os venezuelanos estão presentes pela décima oitava vez e o melhor que conseguiram foi o quarto lugar, em 2011.

MAIOR CAMPEÃO – O Uruguai detém os recordes de participações (44) e de títulos (15), embora não ganhe a Copa América desde 2011. Confirmou o favoritismo acentuado na estreia com os 4 x 0 no Equador, mas teve dificuldade para escapar da derrota nos 2 x 2 com o Japão, após ficar duas vezes em desvantagem. O 1 x 0 da noite de ontem (24), no Maracanã, sobre o Chile, reacendeu a chama. Em sua trigésima segunda participação, o Peru só foi campeão em 1939 e 1975. Penso que os uruguaios são favoritos do único jogo de sábado (29), o último do mata-mata das quartas, na Arena Fonte Nova, em Salvador.

BOLA E MASCOTE – Bom lembrar: a bola da Copa América 2019 ganhou o nome de Rabisco, com desenho inspirado na arte urbana do Brasil. E o mascote Zizito é homenagem a um dos monstros-sagrados do futebol: Tomás Soares da Silva – Zizinho -, cuja carreira de 718 jogos e 338 gols, fez dele um gênio da bola. Primeiro tricampeão no Flamengo – 42-43-44 – e campeão no São Paulo em 1957, foi o craque da Copa do Mundo de 1950, a primeira realizada no Brasil.BEM QUE SERIA possível acrescentar outros dados importantes da carreira brilhante de Zizinho, mas basta dizer o que poucos sabem: ele foi o ídolo e a fonte de inspiração do Pelé. 

Foto: UOL Esporte