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Uma semana depois de ter sido convocado, com todos os méritos, para os amistosos de setembro da seleção, Bruno Henrique brilhou pelo segundo jogo consecutivo e há de ter deixado o técnico Tite, que estava no Maracanã, contente com seu desempenho e com os gols da vitória (2 x 0) da noite de ontem (21) sobre o Internacional, que abriram a porta da semifinal da Libertadores para o Flamengo.

JOGO FECHADO – O Flamengo foi superior ao Internacional, mas precisou ter mais criatividade na volta do intervalo para encontrar o caminho do gol, bem fechado pela excessiva proposta defensiva do Internacional. Bruno Henrique, autor dos dois gols, foi o único a chutar de meia distância no primeiro tempo, obrigando o goleiro Marcelo Lomba à única defesa defesa difícil, a escanteio.

BEM TRABALHADOS – O Flamengo cresceu com a entrada de Gerson, que no intervalo substituiu o apagado Arrascaeta. Por extensão, o rendimento de Everton Ribeiro também subiu, aparecendo então os gols, bem trabalhados, de Bruno Henrique, aos 30 e aos 34. O atacante chegou a 18 em 37 jogos na temporada. E ainda deixou Gabriel, que falhou feio, livre na pequena área, sem goleiro, para marcar o terceiro.

502 MINUTOS DEPOIS – Não só por ter tido criatividade para desmontar em quatro minutos o esquema defensivo do Inter, mas também por ter superado a marcação firme dos bons zagueiros – o carioca Rodrigo Moledo e o argentino Victor Cuesta -, o Flamengo teve méritos. Com os dois em campo, o Internacional estava há 502 minutos sem levar gol, até que o mineiro Bruno Henrique abrisse o placar.

AUSÊNCIA SENTIDA – Com certeza, o Flamengo se ressentirá no jogo de volta da ausência do volante Willian Arão, suspenso pelo terceiro cartão amarelo. Terceiro dos quatro advertidos, ele foi duro na entrada em Edenilson, aos 27 minutos, e mereceu o cartão. Todos os cartões aplicados no segundo tempo. O primeiro foi o do peruano Guerrero, aos 2 minutos, por insistir em reclamar com o árbitro da falta que cometeu, pisando no pé do lateral Rafinha. O segundo, aos 24, foi do lateral Patric, por falta dura em Willian Arão, advertido três minutos depois. O último cartão, aos 36, foi o de Rafinha, por falta em Wellington Silva.

UMA CONSULTA – O árbitro Roberto Tobar e seus assistentes Christian Schiemann e Claudio Rios, tiveram atuação sem falha. Tobar aplicou corretamente os quatro cartões amarelos e só fez uma consulta ao árbitro de video, aos 35 do segundo tempo. Acertou em não marcar pênalti no lance em queGuerrero chutou, a bola bateu na coxa e depois na mão do zagueiro Rodrigo Caio.

28 FALTAS – Com entradas ríspidas em certos lances, Flamengo 2 x 0 Internacional registrou 28 faltas, 15 do Internacional. Das 28 faltas, 16 foram cometidas no primeiro tempo (10 do Flamengo). O jogo expôs de forma bem clara o nervosismo, não só dos que estavam em campo, mas também o dos técnicos e até de alguns reservas, que chegaram a se levantar para reclamar.

BOA VANTAGEM – O Flamengo pode perder por um gol o jogo de volta, na próxima quarta (28), na Arena Beira Rio, em Porto Alegre. A derrota de 2 x 0 no Maracanã obriga o Internacional a também vencer por dois gols para levar a decisão da vaga aos pênaltis. Bom lembrar: Flamengo ou Internacional fará a semifinal com Grêmio ou Palmeiras, que tem a vantagem do empate, terça (27), no Pacaembu, pela vitória (1 x 0) na Arena Grêmio.

O TREM PAGADOR – R$4.758.998,75 – 60.797 pagantes -, na noite de ontem (21), no Maracanã, confirmou a paixão dos torcedores do Flamengo. Não gosto muito de me referir ao público presente porque os números não são tão precisos quanto o dos que pagam. Mas, mesmo assim, cito sempre o que dizia Celso Garcia, descobridor do Zico e um dos grandes narradores esportivos do rádio com quem trabalhei: “O Flamengo é o trem pagador do futebol”.

FLAMENGO – Diego Alves, Rafinha, Rodrigo Caio, Pablo Marí e Filipe Luis; Cuellar, Willian Arão, Arrascaeta (Gerson, intervalo) e Everton Ribeiro (Berrio, 44 do segundo tempo); Bruno Henrique (Piris da Mota, 51 do segundo tempo) e Gabriel. Técnico – Jorge Jesus.

INTERNACIONAL – Marcelo Lomba, Bruno, Rodrigo Moledo, Victor Cuesta e Uendel; Rodrigo Lindoso, Edenilson (Guilherme Parede, 43 do segundo tempo), Patrick e D’Alessandro (Nico Lopez, 21 do segundo tempo); Rafael Sóbis (Wellington Silva, 16 do segundo tempo) e Guerrero. Técnico – Odair Hellmann. 

Foto: Fox Sports