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Quando tratado em elevado nível profissional, e por dirigentes qualificados, o futebol sempre pode encontrar solução, por mais difícil que seja o problema. Foi o que aconteceu ontem (28), no último sábado de março, em Turim, quando o presidente Andrea Agnelli e o zagueiro e capitão Giorgio Chiellini, da Juventus, octacampeã italiana, reuniram-se para decidir sobre a situação provocada no futebol pela epidemia do novo coronavírus. A Juventus economizará 90 milhões de euros, em torno de 510 milhões de reais, com a redução dos salários.

250 MILHÕES – A Juventus, tratada como Velha Senhora, de 122 anos – 1/11/1897 -, um dos clubes mais antigos do mundo, tem folha anual de 250 milhões de euros com o futebolem torno de 21 milhões de euros/mês, e paga dia 30, ou antes, se for sábado ou domingo. O mês de março foi depositado ontem (28), já com a redução dos salários, que vai pendurar até junho, quando o campeonato deverá ser reiniciado. O presidente e o capitão do time fizeram o acordo, em pouco mais de meia hora de conversa.

ANDREA AGNELLI, de 44 anos, poliglota, economista, é presidente do Conselho de Administração da Juventus desde maio de 2010, herança do pai, tio e avô, que também presidiram a Fiat, uma das maiores fabricantes de automóveis do mundo, com sede em Turim, norte da Itália. Antes, foi diretor da Iveco, Philips Morris e Ferrari. Seu pai, Umberto Agnelli, foi senador da República Italiana e CEO da Fiat de 1970 a 1976.

GIORGIO CHIELLINI, de 35 anos, capitão do time nos oito campeonatos italianos consecutivos – 2011/12 a 2018/19 -, é zagueiro da Juventus desde 2005, com 509 jogos e 36 gols. É administrador de empresas, formado pela Universidade de Turim. Jogou em seis categorias da seleção, de sub-15 a sub-21, e na principal fez 103 jogos e 8 gols, de 2005 a 2018. De poucas palavras e muita ação, foi escolhido capitão e líder do elenco por unanimidade.

A MORDIDA – Ir à Roma e não ver o Papa, é o mesmo que falar de Chiellini e não lembrar de um lance que ele nunca vai esquecer: a mordida que levou no pescoço, ainda mais porque naquela derrota (1 x 0, gol do zagueiro Diego Godin) para o Uruguai, em 24 de junho de 2014, na Arena das Dunas, em Natal, a Itália foi eliminada da Copa do Mundo no Brasil. O árbitro mexicano Marco Antonio Rodriguez não viu a mordida de Luis Suarez, mas a Comissão de Disciplina da FIFA, revendo na TV,  suspendeu o atacante por quatro meses. 

BOM LEMBRAR – O primeiro jogador brasileiro notável da história da Juventus foi o gaúcho Chinesinho – 1935 – 2011 -, campeão no Internacional e no Palmeiras, campeão da Copa Itália em 65 e campeão italiano em 66-67, fez 90 jogos e 10 gols. Meia ou ponta-esquerda, Sidney Cunha, o Chinesinho, foi da seleção brasileira vice-campeã sul-americana de 1959, formando um dos grandes ataques da história: Garrincha, Didi, Paulo Valentim, Pelé e Chinesinho.

BOM DIZER – Na extensa galeria de grandes treinadores da história centenária da Juventus, em que figuram Giovanni Trapattoni (76 a 86), Dino Zoff (88 a 90), Marcelo Lippi (2001 a 2004) e Didier Deschamps (2006/2007), terceiro campeão do mundo como jogador e técnico da França, só há um brasileiro, o carioca Paulo Lima Amaral (62 a 64), preparador-físico da seleção que ganhou as duas primeiras Copas do Mundo, em 1958 e 1962.

Foto: Divulgação Juventus