Mundo Deportivo, editado em Madrid e de grande circulação em toda a Europa, faz parte da minha leitura diária dos grandes jornais, que tratam sempre das matérias com inteligência e elevado senso profissional, o que me permite aprender mais. Sua equipe de especialistas escolheu cinco brasileiros para formar a seleção dos melhores da Copa do Mundo de 1970, destacando ter sido a primeira que o Brasil ganhou vencendo todos os jogos e sob o comando do técnico mais novo da história.

EXCEÇÃO – Depois de deixar Pelé à parte, como natural Hors Concours – termo francês usado sempre para algo excepcional -, o jornal explica que recuou Franz Beckenbauer para a zaga, a fim de não deixar de incluir Bobby Charlton, melhor volante inglês de todos os tempos. Há destaques também na análise de Carlos Alberto Torres, mais jovem capitão campeão do mundo aos 22 anos, e do outro lateral, Giacinto Facchetti, dos mais técnicos e o mais limpo dos marcadores do Calcio (futebol, em italiano).

GOLEIRO – Em análise criteriosa, o jornal ressalta a melhor defesa de todas as Copas, praticada pelo inglês Gordon Banks na cabeçada de Pelé, mas diz ser impossível não reconhecer que Ladislao Mazurkiewicz teve contribuição decisiva, com defesas notáveis, para levar o Uruguai à semifinal, que perdeu para a Alemanha, sua melhor colocação desde o título de 1950. E cita outro uruguaio, Atílio Ancheta, que no ano seguinte estreou no Grêmio, que defendeu em oito temporadas consecutivas.

A MELHOR – Recorrendo aos seus e aos jornalistas mais antigos dos continentes europeu e sul-americano, Mundo Deportivo ressalta que a Copa de 70 foi a melhor de todas as 21, de 1930 a 2018, destacando Pelé, único três vezes campeão e a criar os lances mais marcantes; Zagallo, primeiro campeão como jogador e técnico, o mais jovem da história, aos 38 anos, e Jairzinho, chamado de Punhal da Copa, segundo a fazer gol em todos os jogos, vinte anos depois do uruguaio Gigghia, em 1950.

A SELEÇÃO – Então, na avaliação do Mundo Deportivo, baseando-se em opiniões diversas, a seleção da Copa de 70 ficou assim:  Makurkiewicz (Uruguai)Carlos Alberto Torres, Atílio Ancheta, Franz Beckenbauer (Alemanha) e Facchetti (Itália); Bobby Charlton (Inglaterra), Gerson e Rivellino; Jairzinho, Gerd Muller (Alemanha, artilheiro da Copa com 10 gols) e Pelé. Técnico – Zagallo. Revelação – Teófilo Cubillas, meia-atacante do Peru, seleção treinada pelo bicampeão mundial Didi.