Coincidência nada agradável nesta quarta-feira, 8 de julho de 2020, em que o Flamengo terá uma noite de contraste na festa da décima Taça Rio e do trigésimo sexto título carioca, depois de 17 meses da tristeza da maior tragédia de seus 125 anos. A tragédia da madrugada de 8 de fevereiro de 2019, quando 10 jovens morreram dormindo, em contêineres impróprios,  no incêndio no Centro de Treinamento do Ninho do Urubu. Quase dois anos depois, uma tragédia dolorosa e ainda sem solução.

NÃO HÁ PARÂMETRO, mas é igualmente triste, doloroso e chocante para a história de um campeonato que começou e terminou sempre festivo, que o Fla-Flu, clássico recordista mundial de público, sequer seja visto pelo que estão em casa. Final vazia de um campeonato avacalhado, que usou a política para um retorno apressado e sem lógica, em detrimento da técnica,  base de sempre do futebol. Um campeonato marcado pela divisão de ideias, que deveriam estar unidas para mantê-lo forte e respeitado. 

OS DE BOM SENSO jamais poderiam imaginar que um dia o futebol carioca, de tantos valores, eternizados na história pelo que representaram nos primeiros títulos mundiais, desceria a nível tão rasteiro. Que o campeonato reconhecido como o mais charmoso do país, pudesse ter final tão melancólico e desprezível quanto o da noite de hoje, 8 de julho de 2020. Uma noite para deixar triste e envergonhado o futebol do Rio de Janeiro.