Não há mais nenhum sentido em que os campeonatos estaduais continuem sendo disputados. Só está faltando coragem à CBF para a extinção de um modelo ultrapassado, falido, há tempos em desuso em todos os países do mundo evoluído do futebol. A decisão tímida de reduzir em duas datas, neste ano de 2020, precisa e deve ser alterada, sem mais nenhuma perda de tempo. Nem mesmo o Campeonato Paulista, de todos, o mais organizado, pode ser poupado. Foi bom, passou; sem chance de volta.
BOM GANCHO – A pandemia do novo coronavírus, provocando atraso geral na programação, já obrigou a CBF a estender o Campeonato Brasileiro de 2020, até o final de fevereiro de 2021. É um bom gancho para que os campeonatos estaduais sejam disputados pela última vez este ano. O título de campeão estadual nada mais vale, e os clubes, sobretudo os que mais investem, ficariam livres de tantos jogos deficitários, que há tempos deixaram de atrair os torcedores.
BOM EXEMPLO – Na Bahia, um dos estados com mais paixão pelo futebol, não há mais que aguente assistir a cinco, seis Vitória x Bahia por ano. A repetição banalizou o clássico, tanto assim que ambos já adotaram posição firme: se o estadual for mantido em 2021, disputarão com times sub-23. O presidente do Bahia foi além, ao afirmar, com todas as letras, que prefere ganhar três pontos no Campeonato Brasileiro do que ser campeão estadual, “um título que nada mais representa” – deixou bem claro.
CONFUSO – Entre os campeonatos estaduais, não há dúvida, o do Rio de Janeiro é dos mais confusos, com regulamento difícil de ser entendido, muito menos interpretado, pelos torcedores. Os times pequenos, que sempre foram formadores e lucravam com esse trabalho, perderam a razão de ser. Para quem não sabe ou não se lembra, três, dos tantos notáveis da história, saíram do Madureira – Jair Rosa Pinto, Evaristo e Didi – para brilhar no Vasco, Flamengo, Fluminense e na seleção. E hoje?
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