O ex-atacante Célio, de 79 anos, terceiro brasileiro artilheiro da Libertadores, será sepultado amanhã (30), em João Pessoa, onde foi uma das 1.124 vítimas fatais do novo coronavírus, hoje (29), no quarto dia consecutivo com mais de mil mortes, em que o Brasil, com o recorde de novos casos (26.928), registrou o total de 465.166 infectados, tornando-se o quinto país do mundo com mais casos fatais (27.878), em uma semana com 5.865 mortes.

BICAMPEÃO – Em suas redes sociais, o Nacional publicou homenagem ao antigo ídolo, que defendeu o clube de 1967 a 1970, ganhando o bicampeonato uruguaio em 69-70. Célio foi o segundo artilheiro do time e o terceiro brasileiro com mais gols (21) na Libertadores, depois de Luizão, campeão em 98 com o Vasco, com 29, e Palhinha, campeão em 76 com o Cruzeiro, com 25. Um atacante que marcou época no time que divide com o Peñarol a hegemonia do futebol uruguaio.

NO VASCO – Célio estreou no Vasco em 63, no torneio pentagonal do México, com o Dukla, de Praga, base da seleção tcheca que um ano antes perdeu a final da Copa do Mundo para o Brasil (3 x 1). Foi artilheiro nos quatro anos no Vasco, com 25 gols em 63; 29 em 64; 32 em 65, e 14 gols em 66. Marcou o primeiro gol no 1 x 1 com o Palmeiras, em 28 de março de 63, no Pacaembu, ao entrar no intervalo substituindo Viladôniga, outro bom valor jovem. O zagueiro Brito, campeão do mundo em 70, era o capitão do time dirigido pelo técnico Zezé Moreira.

100 GOLS – Célio foi o décimo sexto artilheiro da história centenária do futebol do Vasco, ao marcar exatos 100 gols. Foi também o melhor do time em 63, 65 e 66, ano em que ganhou o torneio Rio-São Paulo. Célio foi o autor do primeiro gol noturno no Estádio Nacional de Brasília, em 31 de março de 66, na vitória (2 x 1) sobre o Flamengo, em amistoso de inauguração dos refletores, com o Vasco, campeão do Rio-São Paulo (66) e o Flamengo, vice-campeão carioca (66) como convidados.

COM O REI – Pelé foi companheiro de Célio no ataque da seleção do Exército, que ganhou o campeonato militar disputado em Santos, onde se conheceram no quartel. Nascidos em outubro de 1940, Célio, do dia 16, era só uma semana mais velho que Pelé (23). Antes de se transferir para o Vasco, Célio havia jogado na Portuguesa Santista e no Jabaquara. Encerrou a carreira aos 32 anos, no Corinthians, depois de fraturar a clavícula em choque com Rivellino, quase no final de um treino no Parque São Jorge.

REMADOR – Célio Taveira Filho era empresário em João Pessoa, que escolheu para viver com a família. Foi comentarista de rádio e tinha simpatia pelo Botafogo, da capital paraibana, que também o homenageou em seu site. Ficou oito dias internado no Hospital Metropolitano, onde morreu hoje (29), após gripe e mal estar. Gostava de contar histórias do avô Antonio Taveira de Magalhães, um de seus grandes incentivadores, remador bicampeão carioca, que ganhou os primeiros títulos do Vasco em 1905 e 1906. Que Deus dê muita luz ao espírito de Célio.