MOMENTOS DEPOIS de se emocionar com o abraço dos jogadores na beira do gramado, após classificar o Corinthians para as oitavas de final da Copa do Brasil, Cuca entregou o cargo ao Corinthians. O clube tem pressa na contratação do substituto, e Fernando Lazaro, que dirigia a equipe antes de Cuca e é da comissão técnica permanente, deve assumir para o jogo de sábado (29), no Allianz Parque, com o Palmeiras, pela terceira rodada do Campeonato Brasileiro.

APÓS A ENTREVISTA coletiva, em que agradeceu aos jogadores e aos dirigentes pelo tratamento que lhe foi dado, o técnico disse que já havia tomado a decisão na véspera do jogo: “Só não saí antes porque os jogadores do Corinthians, dignos e corretos, não mereciam ser abandonados pelo comandante antes de uma decisão importante como era o jogo com o Remo. Graças a Deus nos classificamos e o mérito é todo do grupo pelo empenho”.

O PRESIDENTE Duílio Monteiro Alves, do Corinthians, classificou como “massacre” o que parte da torcida fez com Cuca. Por sua vez, o técnico disse que vai fazer 60 anos em junho (dia 7), e que não admite, sob qualquer pretexto ou hipótese, que sua dignidade seja colocada em xeque: “Pedi para sair porque me massacraram. Fui julgado e punido pela internet, entre aspas. Minha família me chamou de volta, e estar de novo em casa é o que mais quero agora”.

ANUNCIADO 5ª FEIRA (20), Cuca estreou domingo (23), perdendo de virada (3 x 1) o jogo da 2ª rodada do Brasileiro com o Goiás, e entregou o cargo na noite de ontem (26), momentos depois da vitória do Corinthians por 2 x 0, e 5 x 4 nos pênaltis, que se classificou para as oitavas de final da Copa do Brasil. Cuca foi alvo de protestos de parte da torcida feminina e sempre reafirmou sua inocência no caso da condenação na Suíça.

EM 1987, QUANDO O GRÊMIO excursionava pela Europa, Cuca e mais dois jogadores, Eduardo e Henrique, foram acusados de estuprar uma menor de 13 anos no quarto do hotel em que a equipe estava hospedada. Os três foram condenados a 15 meses pela Justiça suíça, pelo crime de atentado ao pudor, com uso de violência, mas não foram presos nem chegaram a cumprir pena.

Foto: Marcos Ribolli