ESTA MATÉRIA foi sugerida pelo repórter fotográfico Marcelo Santos, craque na seleção das fotos e nas publicações, desde que iniciamos a parceria no Blog/Facebook. O futebol é rico em histórias e inspira os que escrevem sobre suas grandes figuras, tais como Assis e Washington, o casal 20, e Gabi e Bruno Henrique. Por isso, na sugestão de pauta, o rubro-negro Marcelo Santos foi direto na pergunta: qual a dupla mais entrosada?
ASSIS E WASHINGTON, em 1982, foram figuras principais do título estadual e da primeira vez do Atlético Paranaense nas semifinais do Brasileiro, então disputado no primeiro semestre. Chegaram juntos ao Fluminense, na tarde da 3ª feira, 28 de junho de 83, e se destacaram em uma equipe sólida, que não perdeu a consistência, mesmo com a filosofia diferente de cinco técnicos, durante as campanhas do primeiro tricampeonato tricolor no Maracanã (83-84-85).
POUCOS SABEM, mas o Fluminense só queria Washington, então aos 23 anos. Assis, aos 30, já era tratado como veterano, mas o Atlético só aceitava a venda casada: os dois, ou nenhum. Era o último ano do mandato de Silvio Kelly, campeão sul-americano de polo aquático e nadador dos Jogos Olímpicos de 52, e o Fluminense precisava manter a tradição de ter um presidente campeão, confirmada em 84 (carioca e brasileiro) e 85 por Manuel Schwartz.
QUEM MARCOU MAIS GOLS?, 2ª curiosidade de Marcelo Santos. Assis e Washington, tricampeões cariocas e campeões brasileiros, fizeram 104 gols em 160 jogos: 58 gols de Washington, 46 de Assis. A uma só voz, diziam: “O segredo não está no entrosamento, mas na amizade, no apoio recíproco”. Apesar das vitórias e dos títulos, o casal 20 não chegou a entrar na estatistica das parcerias, em que Gabi-Bruno Henrique, com 43%, superam Pelé-Coutinho, com 34%.
QUEM VENCEU MAIS?, outra pergunta de Marcelo Santos. Desde os 3 x 0 no São Cristóvão, na estreia, sábado, 2 de julho de 83, Assis e Washington ganharam 83, perderam 26 e empataram 51 dos 160 jogos. O roupeiro Ximbica guardou as chuteiras de 83, quando Assis fez de pé esquerdo o gol do título, e deu a ele, ao entrar no vestiário, para a final de 84, em que marcou de cabeça o gol do bi. Assis gostava do coro da torcida: “Recordar é viver, Assis acabou com você”.
GABI-BRUNO HENRIQUE, a dupla estreou em jogos diferentes. Gabi não fez gol no 1 x 1 com o Volta Redonda, 4ª feira, 23 de janeiro de 2019, emprestado pela Inter. Três dias depois, também pela Taça Guanabara, Bruno Henrique fez os dois gols dos 2 x 1 no Botafogo. Gabi-Bruno Henrique têm algo em comum: fizeram gol em todas as atuais competições de 1º nível, do Carioca ao Mundial de clubes.
BRUNO HENRIQUE-GABI, lado a lado, nos 10 títulos mais importantes do Flamengo: Brasileiro (19-20), Carioca (19-20-21), Supercopa do Brasil (20-21), Libertadores (19-22), Copa do Brasil (2022). Quando o Flamengo voltou a ganhar a Libertadores, em 2019, Bruno Henrique foi premiado como o melhor do torneio. A dupla também tem percentual bem acima dos 6% de Bebeto-Romário e dos 3% de Muller-Careca, no São Paulo, e Edmundo-Evair, no Palmeiras.
OS BUSTOS DE ASSIS E WASHINGTON foram inaugurados na 3ª feira, 24 de fevereiro de 2015, próximos da entrada da sede social, nas Laranjeiras, com discurso emocionado dos técnicos campeões de 84, Carlos Alberto Torres (carioca) e Parreira (brasileiro). Na sede da Gávea, só falta o busto de Tita para o Flamengo completar a homenagem aos campeões mundiais de 1981, e os bustos de Bruno Henrique-Gabi para eternizar os gols e os títulos dos artilheiros atuais.
Fotos: COluna do Fla, Fluminense FC e Divulgação / Conmebol