Após entrar na zona de rebaixamento, depois de apenas uma vitória em seis jogos, o Botafogo de 2020 está assustado com o fantasma de 2002, que voltou em 2014 e já se apresenta como nova ameaça de levá-lo outra vez à Série B. São parecidos os problemas deste início de campeonato, com os que marcaram as duas primeiras quedas, e um deles é o da situação financeira, que o clube já vivia nas duas épocas em que não conseguiu evitar os descensos.

A PRIMEIRA QUEDA – Campeão em 68 e 95, o Botafogo sofreu a primeira queda em 2002, último campeonato antes dos pontos corridos, em que conseguiu só 6 vitórias em 25 jogos, perdendo 12, empatando 7, com saldo negativo de 15 gols (24 a 39). Foi o último colocado, com 25 pontos, 27 abaixo do campeão São Paulo, que obteve a maior goleada (6 x 0 no Fluminense) e teve o artilheiro Luis Fabiano, dividindo com Rodrigo Fabri, do Grêmio, com 19 gols. O Fluminense foi sétimo, com 40 pontos; o Vasco, décimo quinto com 33, e o Flamengo, décimo oitavo com 30.

QUATRO TÉCNICOS – No primeiro rebaixamento do Botafogo, em 2002, quatro técnicos dirigiram o time: Arthur Bernardes, que saiu logo; Abel Braga, que também não demorou muito; Ivo Wortmann, ex-volante do América, campeão da Taça Guanabara de 74, e Carlos Alberto Torres, que assumiu nos três jogos finaisTime-base: Carlos Germano, Marcio Gomes (Rodrigão), Gilmar, Sandro e Rodrigo Fernandes; Carlos Alberto, Almir, Lucio e Esquerdinha (Camacho); Daniel (Geraldo) e Ademilson. Em 2003, o time voltou à Série A, dirigido por Levir Culpi, contratado pelo presidente Bebeto de Freitas, que assumiu em janeiro.

A SEGUNDA QUEDA – Doze anos depois, a segunda queda, em que o Botafogo terminou a Série A de 2014, com 20 equipes, em penúltimo, com 34 pontos em 38 jogos, 22 derrotas, 9 vitórias, 7 empates, saldo negativo de 17 gols (31 a 48). O último foi o Criciúma, com 32 pontos. O Botafogo caiu no penúltimo jogo, que perdeu para o Santos (2 x 0, gols de Leandro Damião), na Vila Belmiro, no domingo, 30 de novembro de 2014. O campeão, pela quarta vez, foi o Cruzeiro, com 88 pontos. Fluminense, sexto, 61 pontos, com Fred, artilheiro do campeonato (18), e o Flamengo em décimo, com 52 pontos. O Vasco estava na Série B.

CLIMA MUITO TENSO – Na derrota para o Santos, em que foi rebaixado na Vila Belmiro, o clima estava muito tenso entre os jogadores do Botafogo, e houve discussão áspera, antes do fim do primeiro tempo, entre os zagueiros Dankler e André Bahia, por conta da eliminação e dos salários atrasados. Time-base: Jefferson, Regis, Dankler, André Bahia e Jr Cesar; Airton, Gabriel, Andreazzi (Murilo) e Rony (Gegê); Yuri Mamute e Bruno Corrêa (Maikon).

SÓ UM TÉCNICO – Na gestão do cirurgião-dentista Maurício Assumpção, presidente do Botafogo entre 2009 e 2014, foi quando o clube menos trocou de técnico, sete, em seis anos. Em 2014, no segundo rebaixamento, o único técnico foi o paulista Vagner Mancini, então aos 48 anos, hoje no Atlético Goianiense. Antes dele, Ney Franco, Estevam Soares, Joel Santana, Caio Junior, Osvaldo Oliveira e Eduardo Húngaro. Campeão da Série B em 2015, o Botafogo voltou em 2016, em quinto, com 59 pontos; Flamengo, terceiro, 71, e o Fluminense, décimo terceiro, com 50. O campeão foi o Palmeiras, com 80 pontos. O Vasco estava na Série B.

INÍCIO DA REAÇÃO – O Botafogo precisa iniciar a reação em 2020, no jogo de hoje (5), na Arena Corinthians, onde buscará a primeira vitória como visitante, depois de 1 x 1 com o Bragantino e 0 x 0 com o Fortaleza. A única vitória foi na quarta rodada, quando tirou a invencibilidade do Atlético Mineiro (2 x 1), no estádio Nilton Santos. O Botafogo precisa aproveitar o retrospecto dos jogos com o Corinthians, em que tem vantagem: 24 vitórias, 18 derrotas e 16 empates em 58 jogos do Campeonato Brasileiro. 

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