O MINEIRO Fernando Diniz, ex-meia de 49 anos, é o primeiro interino, não o primeiro a acumular a direção técnica de uma equipe e da seleção. Bem antes dele, quatro desempenharam a função do comando duplo, por coincidência, todos enquanto técnicos do Fluminense.
O PRIMEIRO foi Luis Vinhaes, técnico do único título carioca do São Cristóvão (1926) e do primeiro do Bangu (1933), que dirigiu o Fluminense de 1929 a 1933, e comandou a seleção de 1931 a 1934, ano da 2ª Copa do Mundo, em que se tornou o único a comandar a seleção em apenas um jogo. Com 16 seleções, a Copa de 1934 era no mata-mata: o Brasil perdeu para a Espanha por 3 x 1, dia 27 de junho, no Estádio Luigi Ferraris, em Gênova, e foi eliminado.
O SEGUNDO foi Zezé Moreira, técnico que mais dirigiu o Fluminense (467 jogos), e na primeira passagem pelo clube, entre 1951 (campeão carioca) e 1955, assumiu a seleção, campeã do Pan-Americano em 1952 no Chile, e 6º lugar na Copa do Mundo em 1954 na Suíça, onde sofreu a única derrota, em 27 de junho, no Estádio Wankdorf, da capital Berna, ao ser eliminado pela Hungria (4 x 2). Em 15 jogos na seleção, Zezé Moreira ganhou 11, empatou 3 e perdeu 1.
O TERCEIRO foi Sylvio Pirilo, técnico do Fluminense de 1956 a 1958 (primeiro carioca campeão invicto do Torneio Rio-São Paulo, em 1957, após nove títulos de equipes paulistas), que assumiu a seleção em 1956 e ganhou a Copa Roca de 1957, vencendo a Argentina por 2 x 0 no Pacaembu, depois de perder por 2 x 1, em 7 de julho, no Maracanã, onde lançou Pelé, que fez o gol. Pirilo dirigiu a seleção em quatro jogos, com três vitórias.
O QUARTO FOI ZAGALLO, recordista de jogos no comando da seleção (135, com 99 vitórias), entre 1967 e 1998, que assumiu o Fluminense e foi campeão carioca em 1971, e sequenciou o trabalho na seleção, ganhando em 1972 a Taça Independência (1 x 0, gol de Jairzinho, na final de 9 de julho com Portugal, com 105 mil pagantes no Maracanã), nas comemorações dos 150 anos da Independência do Brasil.
FERNANDO DINIZ, no Fluminense desde maio de 2022, com 55 vitórias em 95 jogos, bicampeão carioca, 5º colocado no Campeonato Brasileiro com 58 pontos, estreou na seleção, com o rótulo de técnico interino, goleando a Bolívia por 5 x 1, vitória mais expressiva de suas catorze estreias, em que ganhou cinco jogos, perdeu três e empatou seis. O técnico só não gostou do gol sofrido: “Vamos corrigir falhas e evoluir muito com a sequência do trabalho”.
EM CONTRASTE CHOCANTE, a CBF reconhece os 95 gols de Pelé em 113 jogos, mas homenageou Neymar, após os 5 x 1 da noite de ontem ( 8 ), com uma placa pelos 79 gols em 125 jogos, como principal artilheiro da seleção. A FIFA só reconhece jogos entre seleções, desprezando amistosos em sua estatistica. Os jornais esportivos europeus repercutiram a goleada do Brasil sobre a Bolívia. O diário AS, da Espanha, ressaltou: “Show histórico de Neymar”.
A BOLA, principal jornal esportivo de Portugal, destacou a atuação de Rodrygo: “Em noite de goleada do Brasil, Rodrygo foi a figura mais brilhante”. MARCA, principal diário esportivo da Espanha, salientou o futebol ofensivo: “Brasil goleou com grande largada para a Copa de 2026”. Na Argentina, a goleada foi recebida com frieza pelo jornal Olé: “O Brasil só cumpriu a obrigação. As chances de vitória da Bolívia eram nulas”.
Fotos: Wikipedia e divulgação.