HORAS DEPOIS DAS CENAS DEPLORÁVEIS no Maracanã, onde torcedores foram vítimas da truculência dos policiais militares, que usaram cassetetes longos de madeira para espancá-los, imagens a que o mundo ainda assiste, sem querer acreditar no que vê, o presidente da Fifa, Gianni Infantino, suíço-italiano de 53 anos, usou as redes sociais: “A violência não tem lugar no futebol, e episódios lamentáveis, como os de Brasil x Argentina, são absolutamente condenáveis”.
A FIFA APENAS AGUARDA A SÚMULA do árbitro chileno Piero Maza, de 39 anos, na FIFA desde 2018, e o relatório do delegado do jogo, Óscar Astudillo, de 69 anos, ex-presidente do Deportivo Cali e da Federação Colombiana de Futebol, para encaminhá-los à avaliação da Comissão Disciplinar. Não há prazo para a decisão, a ser anunciada através das redes sociais da FIFA, até porque as eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026 só serão reiniciadas em setembro de 2024.
ALÉM DA SÚMULA E DO RELATÓRIO, desta vez a análise da Comissão Disciplinar poderá ser completada pelo vídeo, já enviado pelos observadores da FIFA no Maracanã. Causou muita estranheza que a CBF tenha se eximido de culpa e classificado o Brasil x Argentina, da noite de ontem (21), como “organização cuidadosa e bem planejada”, diante dos fatos chocantes das imagens. O processo disciplinar será aberto e o Brasil não escapará de punição rigorosa.
A COMISSÃO DISCIPLINAR DA FIFA tem representantes da Inglaterra, Escócia, Irlanda do Norte e País de Gales, que analisam e decidem, quase sempre em votação unânime, baseando-se na súmula e no relatório do delegado do jogo. Brasil x Argentina estava entre os de alto risco, daí a punição ser mais dura, podendo variar de multa à perda de mando de campo, ou ambas, pela gravidade dos problemas registrados na noite de ontem (21), no Maracanã.
SOBRE A TORCIDA MISTA, no setor Sul do estádio, onde a confusão teve início, após as vaias ao Hino Nacional argentino, a Confederação Brasileira de Futebol disse, em nota oficial desta 4ª feira (22), ser um padrão, em competições da FIFA e da Confederação Sul-Americana de Futebol: “A Polícia Militar e as autoridades públicas estavam cientes”. A PM retrucou, culpando a CBF pela confusão, o que deu origem ao jogo de empurra.
Foto: GABRIEL BOUYS / AFP