O FLAMENGO AGRAVOU ainda mais a situação, ao multar Pedro em 5% do salário de julho e ao afastá-lo do jogo de amanhã (3) com o Olímpia, o primeiro das oitavas de final da Libertadores. Se a decisão do clube é correta, depende da interpretação de cada um; só não pode haver dúvida de que a situação se agravou. O anúncio de hoje (2), de multa e suspensão, veio confirmar o título da matéria que postamos 2ª feira (31): FLA PUNIRÁ PEDRO POR INDISCIPLINA.
A POUCO E POUCO, PEDRO está perdendo cada vez mais espaço no clube. Antes, era só o de vaga na equipe, com o técnico reduzindo seu espaço, fazendo dele uma simples opção, de acordo com as circunstâncias do jogo. Na última chance que teve, ao substituir Bruno Henrique, no 1 x 1 com o América Mineiro, Pedro perdeu os chamados gols feitos, que poderiam ter deixado o time mais perto do líder Botafogo. O técnico não digeriu bem as duas situações.
PEDRO SENTIU TER SIDO SUPERFICIAL, tipo burocrático, o apoio da maioria dos companheiros, após o soco na cara que levou no vestiário, tanto que nenhum do grupo titular o acompanhou durante a ida à delegacia de Belo Horizonte para testemunhar na queixa contra o agressor. Se ainda restava dúvida, foi desfeita logo na reapresentação, quando a maioria dos jogadores o reprovou por ter faltado ao treino de 2ª feira (31).
NO MESMO DIA, ao receber em casa o vice-presidente de futebol, Pedro disse que ainda sentia dores, mas prometeu (e cumpriu) voltar aos treinos no dia seguinte, ontem (1). Só que foi um retorno frio, com ressentimentos à flor da pele, sem que os companheiros demonstrassem alegria por tê-lo de volta. Escrevi que Pedro e Sampaoli não caminham na mesma direção, e agora já é possível escrever, sem dúvida alguma, de que sequer se entreolham.
QUANDO ENCERRAR A CARREIRA, PEDRO poderá até nem se lembrar dos gols importantes e decisivos que marcou, com a reverência da comemoração diferente que criou. No entanto, também é certo que nunca vai esquecer do que sofreu. O soco que levou na cara é uma cicatriz irremovível, que o tempo, por mais que passe, jamais vai apagar.
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