Foto: Gilvan de Souza/Flamengo

O novo comando do futebol do Flamengo vai promover a volta de Gilmar, corrigindo a falha dos ex-dirigentes. Gilmar fará parte da comissão técnica, com Abel Braga à frente, unificando o trabalho de todas as categorias, projeto adotado com sucesso nos clubes europeus e que será o modelo moderno do Flamengo de 2019. De volta ao sub-20, ou como assistente permanente, o ex-meia terá muito o que acrescentar. É um profissional preparado e que sempre trabalhou com empenho e dedicação.

MUITA VISÃO – O ex-jogador foi formado na base do clube, depois que chegou de Manaus, onde nasceu em 18 de fevereiro de 64, e desde o sub-20, em 1983, passando pelo sub-23, de 84 a 86, mostrou sempre muita organização e evolução. Foi um meia canhoto habilidoso e de técnica refinada, preciso nos lançamentos e nas finalizações, até se retirar em 1988, após 135 jogos, 40 gols -, alguns em belas cobranças de falta, outros em chutes de meia distância, fundamento em que também se destacou.

EXPERIÊNCIA -Bom observador, Gilmar não só aprendeu jogando, mas com os bons técnicos que o orientaram. Ganhou muita experiência ao jogar em Portugal e no México, que sempre desenvolvem bons intercâmbios. Foi campeão brasileiro em 83, carioca em 86, e ganhou o Mundial sub-20 em 83. No ano seguinte, artilheiro e medalha de prata dos Jogos Olímpicos de 84, reconhecido como cérebro da seleção, praticamente formada pelo bom time gaúcho do Internacional.

ÚNICO DO RIO – Valores do nível de Gilmar Rinaldi, goleiro que também brilhou no São Paulo e no Flamengo; do lateral Luis Carlos Winck, campeão brasileiro no Vasco, e do apoiador Dunga, que dez anos depois seria o capitão na conquista do quarto título mundial, compunham a base do Inter, montada pelo técnico Jair Picerne, em que o meia Gilmar, único do Rio, se encaixou como luva. Não à toa, artilheiro e melhor jogador das Olimpíadas, eleito pelos observadores do Comitê Olímpico Internacional (COI).

Foto: Arquivo / CBF

OS JOGOS – Nos seis jogos das Olimpíadas 84, o Brasil saiu sempre aplaudido. Gilmar fez o primeiro gol, nos 3 x 1 na Arábia Saudita, na estreia no Rose Bowl, estádio de Pasadena, no estado da Califórnia, cenário da final da Copa de 94. Dois dias depois, no estádio da Universidade de Stanford, foi também de Gilmar o gol no 1 x 0 sobre a Alemanha. De volta ao Rose Bowl, Gilmar brilhou de novo nos 2 x 0, gols de Dunga e Kita, sobre o Marrocos, do técnico carioca José Faria, ex-Fluminense.

OS PÊNALTIS – O que parecia fácil, tornou-se o mais difícil. No quarto jogo, Gilmar fez o gol de empate no 1 x 1 com o Canadá, e depois converteu um dos pênaltis na vitória (4 x 2), que levou o Brasil à semifinal. A Itália tinha o goleiro Tancredi, o zagueiro Baresi, o meia Salvatore Bagni, os atacantes Serena, Massaro, e o técnico Enzo Bearzot, que dois anos antes eliminara o Brasil da Copa de 82 na Espanha, com a virada (3 x 2), no antigo estádio Sarriá. Gilmar fez o primeiro gol e o Brasil venceu (2 x 1) a Itália.

GRANDE FINAL – O retrospecto indicava o Brasil favorito a ganhar a medalha de ouro na final de 11 de agosto de 84, diante de 102 mil torcedores, no Rose Bowl, mas a França, do técnico Henri Michel, se segurou no primeiro tempo e venceu em dois contra-ataques, no único jogo em que o Brasil não fez gol. Gilmar e os companheiros saíram aplaudidos após receberem a medalha de prata. Gilmar ganhou outros dois prêmios: artilheiro (5 gols) e melhor jogador das Olimpíadas de 1984.

O FLAMENGO, agora, traz de volta Gilmar, com a certeza de que seu trabalho na comissão técnica em 2019 será importante para a volta das vitórias e dos títulos, que sempre caminharam lado a lado em sua vitoriosa carreira.