A boa atuação de dois jogadores emprestados, o zagueiro Digão, que fez o gol, e o goleiro Rodolfo, que defendeu pênalti, fez o Fluminense subir quatro posições ao vencer (1 x 0) o Botafogo, no clássico mais antigo do futebol carioca, na tarde deste domingo (9), no Maracanã, pela vigésima quarta rodada do Brasileirão 2018. Com 31 pontos, o Fluminense é nono colocado – 8 vitórias, 7 empates, 9 derrotas -, mas ainda com saldo negativo de gols (23 x 27).

GOL DE BICO – O gol de Digão foi de bico, aos 11 minutos, completando na pequena área a bicicleta de Everaldo, após escanteio. O goleiro Julio Cesar garantiu a vantagem com duas grandes defesas nos dois últimos lances do primeiro, em chute de Lindoso de fora da área e em cabeçada de Kieza na pequena área. 

DIGÃO, 30 anos, 1,87m, foi formado na base do clube no CT de Xerém, quarto distrito de Duque de Caxias, segundo município do Rio de Janeiro, onde nasceu em 7 de maio de 88, batizado como Rodolfo Júnior Paula Silva. Fez parte do elenco campeão brasileiro de 2010 e 2012, jogou de 2014 a 2017 na Arábia Saudita, sendo comprado na volta pelo Cruzeiro, que o emprestou em 28 de junho de 2018 ao Fluminense.

RODOLFO, o goleiro canhoto de 27 anos, 1,89m, que defendeu o pênalti do capitão Lindoso, aos 39 do segundo tempo, só entrou após o intervalo porque Julio Cesar estava com muita dor no quadril. Nascido em Santos, em 19 de março de 1991, Rodolfo Alves de Melo começou no Paraná em 2009 e foi comprado em 2011 pelo Atlético Paranaense. O Fluminense é o terceiro a tê-lo por empréstimo, depois do Oeste e da Ferroviária, de Araraquara, onde foi campeão paulista da Série A-2.

VOLTA POR CIMA – O goleiro que defendeu o pênalti e garantiu a vitória do Fluminense teve que se superar ao enfrentar o problema mais sério da vida, ao ser suspenso por dois anos, após o segundo exame antidoping, em decisão unânime do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, flagrado por uso de cocaína. Rodolfo diz que enfrentou o problema de frente, ao admitir, com muita franqueza, ser dependente químico.

APOIO – Rodolfo diz que, se não fosse o apoio jurídico e psicológico do Atlético Paranaense, a carreira teria acabado: “Foi um apoio como nunca tive outro igual na vida” – resume o goleiro. Ele diz também que, com o pensamento no futuro dos dois filhos, que sempre citava na conversa com os psicólogos, teve força para reagir e se reabilitar.

RODOLFO voltou a ter condições de jogo em 5 de setembro de 2013 e recorda que, no primeiro jogo após a suspensão, o Atlético Paranaense lhe deu ainda mais força ao fazê-lo capitão do time sub-23: “Eles são muito preparados e pensam em todas as situações, sobretudo no lado humano dos profissionais do clube” – diz o goleiro.

LINDOSO E O PÊNALTI – O Botafogo melhorou no segundo tempo, ao voltar mais ligado no jogo. Teve poucas, mas boas chances, que não soube aproveitar, e perdeu a melhor no pé direito do capitão Rodrigo Lindoso. Foi o oitavo que bateu em 151 jogos com a camisa do clube e o segundo que perdeu, depois de converter seis, um deles o do título carioca de 2018. 

LINDOSO lamentou muito por não ter evitado a décima derrota do Botafogo, que neste Brasileirão perdeu (10) mais do que empatou (8) e venceu (6), além de ter saldo negativo aumentado para 12 gols, com apenas 21 marcados e 33 sofridos. Sem o mando de campo, foi a nona derrota do Botafogo em 13 jogos, sendo que em oito não fez gol.

DAS OITO VITÓRIAS do Fluminense em 24 rodadas, foi a sétima como mandante, a quarta sem sofrer gol. O time volta a jogar domingo (16), na Arena da Baixada, em Curitiba, com o Atlético Paranaense, sem o lateral Airton, suspenso pelo terceiro cartão amarelo. O próximo jogo do Botafogo será o único das 11 horas, domingo (16), com o América Mineiro, no estádio Nilton Santos.

PÚBLICO – Cada jogo tem o público que merece. O clássico mais antigo do futebol carioca, disputado pela primeira vez em 13 de maio de 1906, no estádio das Laranjeiras, pela segunda rodada do Campeonato Carioca – Fluminense 8 x 0 -, neste domingo (9) recebeu apenas 10.019 pagantes. Os números refletem bem o interesse do torcedor.

GRAMADO – Lamentáveis as condições do gramado do Maracanã! O estádio cobra taxas elevadas e não cuida como devia do palco do outrora maior estádio do mundo. A arbitragem do gaúcho Leandro Pedro Vuaden, de 43 anos, foi correta. Deixou o jogo fluir, aplicando sempre com acerto a lei da vantagem.

Foto: Lucas Merçon/ FFC
Foto: Celso Pupo/FotoArena (Goleiro Rodolfo)