A declaração do virologista alemão Jonas Schmidt-Chanasit, do Instituto Bernard-Nocht, da cidade de Hamburgo, de que “o futebol só vai recomeçar em 2021”, feita ao canal NDR, da televisão pública alemã, ganhou destaque em todos os jornais de ontem (20) da Europa. A matéria teve mais repercussão na Itália, que passou a ser o primeiro em mortes (4.035), ao registrar a maior alta diária, com 622 mortes, desde o início da pandemia.

56 MIL – Depois de acompanhar a entrevista do virologista, o vice-presidente da Federação Alemã de Futebol admitiu ser cedo para dizer quando o futebol será reiniciado no país: “Sei que é um negócio de bilhões de euros no mundo, mas, bem no centro do negócio, está todo o jogo em si, com 56 mil empregados dependentes do futebol em nosso país. A saúde de todos eles é a nossa mais alta prioridade, e depois está a segurança financeira”.

SEGURO – O vice-presidente Christian Seifert, de 50 anos, destacou também que “nenhuma Liga de futebol no mundo pode ter seguro contra pandemia”. Segundo ele, “é preciso mais de uma solução para resolver problema tão grave porque sem patrocínio, receita de televisão e bilheterias, a existência dos clubes e os empregos estão ameaçados. Os jogos sem público são a única maneira de sobrevivência do futebol a curto prazo”.

750 MILHÕES – Christian Seifert, vice-presidente da Federação Alemã de Futebol, lembrou que faltam sete rodadas para terminar o campeonato e “é inevitável que os 36 clubes das Séries A e B deixem de ter prejuízo em torno de 750 milhões de euros, mesmo que o campeonato recomece em abril”. Ele disse que a decisão da ministra Angel Merkel, de reduzir ainda mais a circulação de pessoas, complicou de vez a situação do futebol alemão. 

BOM DIZER – A Alemanha é o país da Europa com o menor número de casos (11 mil), mas com apenas 20 mortes, o que representa 0,18%, muito abaixo da Espanha (4%), França (2,9%)  e dos 9% da Itália, que passou a ser, desde ontem (20), o recordista com 4.035 mortes, em um dia em que registrou o maior aumento de mortes (622). De acordo com os especialistas, o serviço médico alemão está entre os três primeiros do mundo, com Estados Unidos e França.

BRASILEIRO – Não há registro de jogador brasileiro com caso de coronavírus na Alemanha, entre eles o meia Paulinho, ex-Vasco, do Bayer Leverkusen, e o atacante Matheus Cunha, do Hertha Berlim, que foram da seleção sub-23, vice-campeã do torneio pré-Olímpico, em fevereiro, na Colômbia. O zagueiro alemão Luka Kilian, de 20 anos, do Paderborn, último colocado do campeonato, está em isolamento.

Foto: Diário de Notícias