O REAL MADRID JOGARÁ DE LUTO com o Elche, domingo (23), pela 22ª rodada de La Liga, no estádio Santiago Bernabeu, em respeito à memória de Francisco Gento. O ex-ponta-esquerda morreu ontem 3ª feira (18), aos 88 anos, com os recordes de 12 títulos de campeão espanhol e 6 da Liga dos Campeões, em 18 anos com a camisa 11, entre 1953 e 1971. De 55 a 69 disputou 43 jogos pela seleção e participou das Copas do Mundo de 62 e 66. 

O TÉCNICO CARLO ANCELOTTI transmitiu a notícia aos jogadores, no vestiário, onde foi respeitado um minuto de silêncio, antes da saída para o treino. Dois dias depois de erguer a Supercopa da Espanha como capitão do time, igualando os 23 títulos de Gento, o lateral carioca Marcelo foi o primeiro a se pronunciar: “É um dia triste e de muita dor para todos os madridistas. As conquistas do Gento dizem bem o que ele representa na história do clube”.

O EX-GOLEIRO IKER CASILLAS, de 40 anos, segundo que mais vestiu a camisa do Real Madrid – 725 jogos, entre 1998 e 2015 -, cinco vezes campeão espanhol e três vezes da Liga dos Campeões, disse emocionado: “Até sempre, eterna legenda. Obrigado por tudo”. Casillas foi capitão da equipe e da única seleção da Espanha, campeã do mundo em 2010.

VICENTE DEL BOSQUE, de 71 anos, zagueiro e técnico campeão no Real Madrid, disse: “Quando cheguei ao clube, Gento estava encerrando a carreira como jogador extraordinário, aplaudido por tantas gerações”. Del Bosque foi técnico do Real Madrid de 94 a 2003, e dirigiu a seleção de 2008 a 2016, ganhando a Copa do Mundo de 2010 na África do Sul.

SERGIO RAMOS, zagueiro de 35 anos, com 22 títulos no Real Madrid, entre 2005 e 2021, hoje no PSG, escreveu em sua conta no Twitter: “Exemplo para todos, Gento deixou o nome do clube escrito para a eternidade como legenda do Madrid e do futebol”. Sergio Ramos marcou 101 gols em 671 jogos pelo Real Madrid.

LUCAS VAZQUEZ, ala e ponta de 30 anos, formado na base do Real Madrid desde 2007, resumiu: “Até sempre, legenda. Teu legado será eterno para todas as gerações do nosso clube”. ALEJANDRO BLANCO BRAVO, de 71 anos, presidente do Comitê Olímpico Espanhol: “Tristes, dizemos adeus a um mito”.

LUIS RUBIALES, de 44 anos, ex-zagueiro, presidente da Real Federação Espanhola de Futebol: “Um grande entre os grandes; um humilde entre os humildes”. GIANNI INFANTINO, de 51 anos, suíço-italiano, presidente da Fifa: “Um dos melhores de sua geração, Gento deixa uma vida de boas recordações para todos os fãs do futebol”.

FLORENTINO PEREZ, de 74 anos, engenheiro civil, presidente do Real Madrid, bem emocionado: “Gento honrou nossa camisa durante 18 anos e se tornou uma das grandes lendas do clube e um dos mitos do futebol mundial. Fez parte de uma geração de jogadores que mudaram nossa história e fizeram do Real Madrid o maior clube do mundo”. 

FRANCISCO GENTO nasceu no sábado, 21 de outubro de 1933, em Guarnizo, município da região de Cantábria, no Norte da Espanha, próximo da cidade de Santander, a 449 km da capital Madrid. Revelado aos 18 anos no Rayo Cantábria, foi em 52-53 para o Racing Santander, clube em que desde garoto queria jogar, mas em meados de 53 foi para o Real Madrid, onde se tornou ídolo, sem, no entanto, conseguir superar a timidez. Paco é apelido de Francisco em espanhol.

OS 23 TÍTULOS DE GENTO, IGUALADOS POR MARCELO, já haviam sido superados por Xavi Hernandez, hoje técnico, enquanto meia do Barcelona, ao ganhar a Supercopa da Espanha em 2013. Gento conseguia correr 100 metros, com a bola dominada, em 10 segundos, índice próximo de um velocista do nível do recordista jamaicano Usain Bolt. Com os seis títulos da Liga dos Campeões, superou Di Stéfano, Paolo Maldini e Cristiano Ronaldo, que ganharam cinco.

O VELÓRIO DO CORPO DE GENTO, na capela que o Real Madrid mandou fazer e instalar na tribuna presidencial do estádio Santiago Bernabeu, começou às 7 da noite e termina na tarde de hoje (19), quando será levado para o enterro em sua cidade natal de Guarnizo. O clube fretará um jatinho para levá-lo.