O BRASIL DIVIDIU A GOLEADA de 4 x 1 na Guiné, na noite deste sábado (17), no estádio RCDE, em Barcelona, com dois gols no 1º tempo, em que usou uniforme preto, pela primeira vez na história de 109 anos da seleção, e dois gols na volta do intervalo, com a camisa amarela, que usou pela primeira vez em 1954, na goleada por 5 x 0 no México, na estreia da 5ª Copa do Mundo, na Suíça. A camisa preta voltará a ser usada no 1º tempo do amistoso com Senegal, 3ª feira (20), no Estádio José Alvalade, em Lisboa.
ANTES DO JOGO, um segurança do estádio estava com uma banana no bolso esquerdo da calça, e ofendeu um dos integrantes da equipe de apoio de Vinicius Junior, que também ouviu discretas manifestações de poucos torcedores. Os jogadores brasileiros se ajoelharam no gramado, como parte dos protestos contra o racismo, antes que o árbitro apitasse o início do jogo, quase todo dominado por uma seleção de técnica bem superior, que ganhou com facilidade, sem precisar se empenhar muito.
O ESTREANTE Joelinton, meia de 26 anos, 1,87m, revelado no Sport, campeão pernambucano e da Copa do Nordeste de 2014, marcou o 1º gol pela seleção, aos 27 minutos do 1º tempo, após rebote do goleiro Koné, francês de 22 anos, do Borussia Monchengladbach, 10º do último Campeonato Alemão. Joelinton é desde 2019 do Newcastle, 4º da última Premier League, comprado do alemão Hoffenheim por 40 milhões de euros (R$170 milhões).
RODRYGO marcou o segundo gol com a bola rolando, aos 30 minutos, depois de driblar o marcador, entrar na área e finalizar cruzado à meia altura. O gol da Guiné foi do atacante Sehrou Guirassy, de 27 anos, 1,87m, que subiu mais que o zagueiro Marquinhos e completou de cabeça, no canto esquerdo, o cruzamento do atacante Sylla, do Alavés, da 2ª divisão da Espanha. O francês Guirassy, autor do gol, joga no FC Stuttgart, da Alemanha.
DE CAMISA AMARELA, a seleção ampliou a vantagem logo aos 2 minutos do 2º tempo, com o gol de cabeça do zagueiro Eder Militão no ângulo direito, após falta cobrada por Paquetá. A goleada foi completada por Vinicius Junior, aos 43 minutos, convertendo o pênalti sofrido por Malcom, do Zenit da Rússia, puxado pelo capitão Sylla. O goleiro Ederson só fez duas defesas, com as mãos em chute de Sylla, de fora da área, e no rebote, com a canhota de Diaby.
BRASIL 4 x 1 GUINÉ não teve público divulgado, mas o Estádio RCDE não recebeu metade de sua lotação de 40 mil assentos, e a parte superior sequer foi aberta. O jogo só despertou interesse em brasileiros que vivem na região da Catalunha, onde o Espanyol, dono do estádio, foi rebaixado à 2ª divisão em 2023-24, junto com o Elche e o Valladolid, clube de Ronaldo Fenômeno, que não conseguiu se manter na Série A.
OS PRINCIPAIS jornais esportivos da Espanha deram pouco espaço ao amistoso. Marca: “Brasil se veste de preto e se distrai”. Mundo Deportivo: “Brasil e Vinicius levam a melhor em festa contra o racismo”. A seleção: Ederson, Danilo (Vanderson), Militão, Marquinhos e Ayrton Lucas; Casemiro (c), Joelinton (Bruno Guimarães) e Paquetá (Raphael Veiga); Rodrygo (Malcom), Richarlison (Pedro) e Vinicius Junior (Rony). Com Richarlison apagado, o técnico interino Ramon Menezes deu pouco tempo a Pedro, que jogou oito minutos, e Rony, nos acréscimos, só com quatro minutos em campo.
BOA ATUAÇÃO de Andris Treimanis, de 38 anos, árbitro natural de Riga, capital e maior cidade da Letônia, país do Norte da Europa. Acertou na marcação do pênalti e nos cartões amarelos por faltas duras: Paquetá, aos 21, e nos capitães Casemiro, aos 10, e Sylla, aos 22 minutos do 2º tempo. Andris Treimanis é árbitro da Fifa desde 2011 e apitou a final do Mundial Sub-17, Brasil 2 x 1 México, em 17 de novembro de 2019, no Estádio Bezerrão, na região Sudoeste de Brasília.
A SELEÇÃO BRASILEIRA completará 40 jogos com seleções da África na próxima 3ª feira (20), no amistoso com o Senegal, no Estádio José Alvalade, do Sporting de Lisboa. As próximas datas Fifa, entre 20 de setembro e 5 de outubro, marcarão o início das eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026, primeira com 48 seleções e em três países. O Brasil jogará em casa com a Bolívia e fora com o Peru. Os outros quatro jogos de 2023 serão em outubro, com Venezuela, em casa, e Uruguai, fora, e em novembro, o Brasil jogará fora com a Colômbia e em casa com a Argentina.
Fotos: Divulgação CBF