UM DOS MAIORES GOLEIROS da história do Botafogo, Manga foi homenageado neste sábado (20) pela Confraria do Leblon, criada por Moreira e Carlos Roberto, amigos e companheiros de time do segundo bicampeonato carioca no Maracanã (67-68), com Zagallo no comando.
MANGA HONROU A CAMISA do Botafogo em 442 jogos, sexto que mais vestiu, entre 1959 e 1968, destacando-se com Wagner (412 jogos), campeão do último Brasileiro (1995), e Jefferson (459 jogos), como os três melhores de sempre da vitoriosa história do futebol do clube.
QUANDO LHE PERGUNTEI sobre os grandes ataques do Botafogo, ele me disse que Garrincha, Didi, Quarentinha, Amarildo e Zagalo – “era um senhor ataque”, mas o do 2º bi – Rogerio, Gerson, Roberto, Jairzinho e Paulo Cesar – “era melhor, mais criativo e bem mais rápido”.
MANGA É O 2º BRASILEIRO com mais jogos na Libertadores: 73. 52 pelo Nacional do Uruguai, campeão em 1971; 16 pelo Internacional e 5 pelo Botafogo, em nove participações. Ele resume: “É uma competição bem diferente de todas as outras, com outro astral e outro clima”.
TETRACAMPEÃO URUGUAIO – 1969/70/71/72 -, Manga foi dirigido no 1º título por Zezé Moreira, que disse ter sido, junto com Zagalo, bi 67-68 no Botafogo, e Minelli, bi 75-76 no Internacional, um dos três técnicos mais competentes que teve: “Tinham muito conhecimento e sabiam orientar”.
MANGA RECORDA o zagueiro chileno Elias Figueroa como “o melhor estrangeiro” com quem jogou: “Além de muita técnica, era um líder que nunca gritou com os companheiros”, e lembra que “o Internacional teve um meio-campo fora do comum: Caçapava, Falcão e Carpegiani”.
MANGA NA SELEÇÃO: 15 jogos, 10 vitórias. Só perdeu 1, o único de Copa do Mundo, Portugal 3 x 1, em 19 de julho de 1966, no Goodison Park, em Liverpool, onde o Brasil foi eliminado. Ele lembra: “Foram três jogos, três formações diferentes. Ninguém vi tanta bagunça”.
REPÓRTER, EU ESTAVA atrás do gol à esquerda da tribuna de honra do Maracanã, no amistoso Brasil x União Soviética, domingo, 21 de novembro de 1965. Gerson e Pelé fizeram 2 x 0 em cinco minutos, aos 5 e aos 10 do 2º tempo. Manga interrompe: “Já sei, o gol do russo”…
INCRÍVEL, MANGA. E ele: “Foi uma resposta que continuo devendo”. Manga cobrou o tiro de meta quando Barischevski voltava, a bola bateu na nuca do atacante e entrou. Pouco depois, Metrevelli empatou. Foi a única vez que vi jogar Lev Yashin, um dos maiores goleiros de sempre.
O DIA DO GOLEIRO foi criado em homenagem a Manga, na 2ª feira, 26 de abril de 1976, dia em que completou 39 anos, pelo gaúcho Raul Alberto Carlesso, tenente e professor da Escola de Educação Física do Exército, na Urca, Zona Sul do Rio. 1º treinador de goleiros da seleção na Copa de 70.
HAILTON CORRÊA DE ARRUDA, o Manga, taurino de 26 de abril de 1937, natural do Recife, campeão pernambucano em 55, 56, 58 no Sport, e também no Operário do Mato Grosso do Sul, Coritiba, Grêmio e Barcelona do Equador, onde encerrou a carreira, em 1982, aos 45 anos.
Fotos: Arquivo pessoal Deni Menezes.