O italiano Massimiliano Allegri, de 53 anos, sem clube desde que saiu da Juventus em 2019, e o alemão Hans Dieter-Flick, de 56 anos, de saída do Bayern Munique, são os mais cotados para técnico do Tottenham, de Londres, que demitiu hoje (19) José Mourinho, de 58 anos, após 86 jogos – 44 vitórias, 23 derrotas, 19 empates -, desde novembro de 2019. O time é sétimo do Campeonato Inglês com 50 pontos, a 24 do líder Manchester City, com quem decidirá domingo (25) a Copa da Liga Inglesa. 

BOM DIZER – Disputada desde 1961 em dois jogos e em jogo único a partir de 1967, a Copa da Liga Inglesa desperta pouco interesse nos clubes porque o prêmio é de 100 mil libras para o campeão e de 50 mil libras para o vice, enquanto o campeão inglês ganha dois milhões de libras. Maior vencedor com oito títulos, o Liverpool pode ser igualado domingo (25) pelo Manchester City. O Tottenham tenta o quinto título. Até que chegue o novo técnico, Ryan Mason, ex-meia, de 39 anos, assume.

PRIMEIRA VEZ – Técnico português mais bem-sucedido na Europa, Mourinho iniciou como assistente e tradutor do inglês Bobby Robson, no Sporting, e depois no Porto e no Barcelona, onde continuou como auxiliar do holandês Louis van Gaal. A primeira chance como treinador foi em 2000 no Benfica, mas os primeiros títulos, no Porto, bicampeão 2002-03 e 2003-04, quando ganhou também a Liga dos Campeões da Europa. Pela primeira vez, Mourinho saiu hoje (19) de um clube sem ser campeão.

OS TÍTULOS – Depois de 50 anos, o Chelsea foi campeão inglês e da Copa da Liga Inglesa 2004-05, com Mourinho, que se tornou um dos técnicos mais bem pagos do mundo, e voltou a ser campeão inglês em 2014-15. Na Inter de Milão, foi o primeiro técnico do mundo a ganhar os três títulos na mesma temporada: campeão italiano, Copa da Itália e Liga dos Campeões da Europa em 2008-09, e bicampeão italiano 2009-10. No Real Madrid, campeão espanhol 2011-12 e a Copa do Rei, depois de 17 anos.

GROSSEIRO – São muitas e variadas as reações em torno da demissão de Mourinho. Presidente de clube mais antigo da Premier League, desde 2001, Daniel Levy, de 59 anos, publicou nota de agradecimento ao técnico e aos seus assistentes Nuno Santos, João Sacramento, Carlos Lalin e Giovanni Cerra, ressaltando: “Profissionais do mais elevado nível”. Já o meia-atacante francês Paul Pogba, de 28 anos, dirigido por Mourinho em 2018 no Manchester United, chamou o técnico de “grosseiro e prepotente”.

BEM-HUMORADO – Seguido por um grupo de cinegrafistas até chegar em casa, Mourinho usou o celular para filmar e postou video em suas contas sociais. Bem-humorado, o técnico disse sorrindo: “Não me deixam em paz, mas reconheço que essa é a minha vida”. Sobre seus críticos, foi bem objetivo: “Eles acham que podem discutir futebol com um dos melhores técnicos do mundo”. Os analistas consideram que “Mourinho não ficará muito tempo desempregado”.

FURIOSOS – Continua tendo grande repercussão a criação da Superliga formada por 12 clubes para organizar um novo Campeonato Europeu, diferente dos moldes do que é promovido pela União Europeia de Futebol. Oliver Dowden, de 42 anos, do Partido Conservador de Londres, foi duro: “Um pequeno grupo de proprietários quer criar uma loja fechada de clubes de elite no topo, com base na riqueza e no reconhecimento da marca, em vez de no do mérito, mas não vai conseguir”.

SANÇÕES – Os governos dos principais países europeus antecipam que imporão as mais duras sanções aos 12 clubes que criaram a nova Superliga, anunciada na noite de ontem (18) pelo presidente Florentino Perez, do Real Madrid, que terá como um dos vice-presidentes Andrea Agnelli, dono da Fiat, presidente da Juventus e uma das grandes fortunas mundiais. O tema domina a pauta dos assuntos do futebol da Europa, ofuscando o noticiário da reta final dos campeonatos nacionais.

ATÉ O PRINCIPE – Causou surpresa na maioria dos observadores que até mesmo o principe William, de 38 anos, duque de Cambridge, nobre do Reino Unido e membro da família real britânica, tenha feito o primeiro pronunciamento, dois dias após o funeral de seu avô. Ele resumiu dizendo que “uma nova Liga só causaria danos irreparáveis ao futebol”. O presidente da União Europeia de Futebol, Aleksander Ceferin, advogado esloveno de 53 anos, disse: “Não sabíamos que existiam cobras perto de nós”. Ele reafirmou que “as sanções serão duras, a começar pela desfiliação dos clubes da UEFA”.

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