Foto: UOL Esporte

A despedida de Jefferson, um dos grandes da história do Botafogo, foi marcada pelos dois gols do atacante Erik na vitória (2 x 1) sobre o Paraná, a emoção e as lágrimas do goleiro, que não se conteve com a presença em campo, pela primeira vez, da mãe, D.Sônia. Jefferson foi recebido com aplausos, antes do aquecimento, e quando o time entrou em campo teve a escolta da guarda de honra formada por garotos da base, que agitavam a bandeira especial com sua foto e “Obrigado Jeff”. 

Botafogo x Parana pelo Campeonato Brasileiro no Estadio Nilton Santos. 26 de Novembro de 2018, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo.

10 MIL PÔSTERS – O Botafogo organizou uma festa linda, com a presença marcante dos torcedores – quase 30 mil -, apesar de a última segunda-feira (26) de novembro ter sido de muita chuva, criando problemas no trânsito, em todo o Rio de Janeiro. O estádio Nilton Santos foi aberto duas horas antes do jogo, que começou às 20 horas, e os primeiros 10 mil torcedores que entraram receberam pôster com a foto e o autógrafo do goleiro.

Foto: Alexandre Brum / Agencia O Dia

BELA FLÂMULA – O Botafogo mandou fazer flâmula especial, com escudo do clube em relevo, tendo abaixo três estrelas, Botafogo x Paraná – 26/11/2018 – e a assinatura de Jefferson, além de Obrigado, Jeff. O goleiro abriu o coração na hora de agradecer ao clube, destacando que “o Botafogo lembrou de tudo e não esqueceu de nada para me deixar emocionado e comovido. A presença da minha mãe nem passava pela minha ideia. Foi uma lembrança maravilhosa”.

OS TORCEDORES – Jefferson dizia que guardará para sempre no coração o que os torcedores fizeram na noite do seu jogo de despedida: “Uma noite realmente inesquecível. Sempre fui muito bem tratado pelos torcedores do Botafogo e o apoio foi fundamental para que eu chegasse ao ponto máximo da carreira de todo jogador, a seleção”. O goleiro fez questão de repetir que “o Botafogo é um clube que trata seus profissionais com muito carinho”.

Foto: Jefferson e os companheiros / O Dia – IG

SÓ FALTOU UMA COISA – Jefferson queria se despedir com vitória e sem sofrer gol, o que não foi possível porque o volante Alex Santana, após boa jogada individual, chutou de canhota da entrada da área e acertou o ângulo direito, no gol de empate do Paraná, aos 19 minutos do segundo tempo. Jefferson sequer teve ação porque não dava mesmo para chegar na bola. Erik, que fez 1 x 0 de cabeça, logo aos seis minutos, marcou o da vitória aos 30 do segundo tempo.

Foto: Jefferson / Portal do Zacarias

O ARTILHEIRO – O gol da vitória foi o quinto que Erik marcou em dezessete jogos desde que chegou ao Botafogo em 24 de agosto, emprestado pelo Palmeiras até o fim do Brasileirão 2018. Poucos terão ouvido falar de Novo Repartimento, assentamento do projeto Tuerê, onde Erik Nascimento Lima, 24 anos, nasceu em 18/7/94, a 560 km de Belém, capital do estado do Pará. É um município da tribo indígena Parakanã, entre a Usina Elétrica de Tucuruí e a rodovia Transamazônica.

Foto: Marcelo Gonçalves / PhotoPremium

TIME DA DESPEDIDA – Jefferson, Marcinho, Marcelo, Igor e Moisés; Lindoso, Gustavo (João Paulo, 22 do segundo tempo) e Valencia (Marcus Vinícius, 42 do segundo tempo); Luis Fernando (Pimpão, 29 do segundo tempo), Brener e Erik. Técnico – José Ricardo Mannarino. A primeira das quatro boas defesas de Jefferson foi logo aos quatro minutos, em chute forte e colocado da entrada da área do volante Leandro Vilela. Os torcedores foram ao delírio! 

                                       OS 10 QUE MAIS VESTIRAM A CAMISA DO GLORIOSO

1 – NILTON SANTOS – 721 jogos, 11 gols, de 1948 a 1964. Maior lateral-esquerdo de todos os tempos do futebol mundial, titular em todos os jogos das duas primeiras Copas do Mundo que o Brasil ganhou em 1958 e 1962. Quem o chamou pela primeira vez de Enciclopédia foi o comentarista Luiz Mendes.

2 – GARRINCHA – 612 jogos, 243 gols, de 1953 a 1965. Maior ponta-direita de todos os tempos do futebol mundial. Craque da Copa de 62. A seleção, com Garrincha e Pelé, juntos, nunca perdeu um jogo: 36 vitórias, 4 empates, 55 gols (44 de Pelé e 11 de Garrincha).

3 – JEFFERSON – 459 jogos, entre 2003 e 2005, e 2009 e 2018. Primeiro goleiro do Botafogo capitão da seleção no Superclássico das Américas em 2012. Primeiro goleiro de seleção a defender pênalti batido por Messi. Santista, 35 anos, foi artista de circo e praticava capoeira antes de ser goleiro.

4 – VALTENCIR – 453 jogos, 1967 a 1976. Lateral-esquerdo do time do segundo bicampeonato carioca do Botafogo, no Maracanã, em 67-68.

5 – MANGA – 442 jogos, de 1959 a 1968. Participou dos dois bicampeonatos que o Botafogo ganhou no Maracanã, em 61-62 e 67-68. Foi goleiro da seleção na Copa do Mundo de 1966.

6 – CARLOS ROBERTO – 440 jogos, 15 gols, de 1967 a 1976. Formou com Gerson, na época do 4-2-4 um meio-campo notável. Depois de Zagallo, bicampeão como jogador (61-62) e como técnico (67-68), só Carlos Roberto conseguiu ser campeão carioca como jogador (67-68) e técnico (2006).

7 – QUARENTINHA – O artilheiro nascido no Pará foi o sétimo jogador que mais vestiu a camisa do Botafogo: 438 jogos, 298 gols de 1954 a 1964. Foi três anos consecutivos artilheiro do Campeonato Carioca, com 19 gols em 1958; 25 gols em 1959 e 25 gols em 1960.

8 – GENINHO – 425 jogos, 115 gols, de 40 a 1954. No último título de campeão carioca do Botafogo, antes do Maracanã, integrou um dos maiores ataques do futebol carioca de todos os tempos: Paraguaio, Geninho, Pirilo, Otávio e Braguinha, do time campeão de 1948, sob o comando de Zezé Moreira.

9 – JAIRZINHO – Um dos grandes artilheiros do Botafogo e da seleção. Com a camisa do Glorioso, de 62 a 74, e ao voltar em 1981, ele fez o total de 187 gols em 412 jogos. Bicampeão carioca 67-68, dois anos depois tornou-se o primeiro, e até hoje único brasileiro, a fazer gol em todos os jogos de uma única edição da Copa do Mundo, como artilheiro da seleção campeã em 1970, quando os mexicanos passaram a chamá-lo El Huracan (O Furacão).

10 – WAGNER – 412 jogos, de 93 a 2000. Goleiro do único título de campeão brasileiro ganho pelo Botafogo em 1995. 

DESTAQUE DA NOITE da despedida de Jefferson, com os dois gols da décima terceira vitória – décima primeira no estádio Nilton Santos e a quinta por 2 x 1 no Brasileirão 2018 -, Erik começou na base do Goiás aos 11 anos, tornando-se profissional em 2013. Em dois anos no Goiás, 30 em 78 jogos, o que despertou o interesse do Palmeiras. Como não correspondeu – 3 gols em 55 jogos, em 2016 -, o Palmeiras o emprestou ao Atlético Mineiro e depois ao Botafogo. Erik foi campeão com a seleção brasileira sub-20, no Torneio de Toulon (França), em 2013, e depois atuou nas seleções sub-21, 22 e 23.

NONO LUGAR – O Botafogo voltou ao nono lugar ao somar 51 pontos – 13 vitórias, 12 empates, 12 derrotas – e reduziu a sete o saldo devedor de gols, com 38 marcados e 45 sofridos. O time não conseguiu a esperada vaga na Libertadores, mas garantiu a participação na Copa Sul-Americana de 2019, independente do resultado do último jogo, domingo (2), em Belo Horizonte, com o Atlético Mineiro, no estádio Independência. O Botafogo ultrapassou o Santos, décimo com 50 pontos.

Foto: Guilherme Pinto / Extra