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Foto: Tulio Rodrigues – Blog ser Flamengo

Nunes queria que seu primeiro livro fosse lançado em dia muito especial e escolheu o 13 de dezembro, em que marcou os dois gols mais importantes de sua carreira, nos 3 x 0 sobre o Liverpool, campeão da Europa, em que o Flamengo comemorou, faz 37 anos, a conquista mais importante de sua história de único time do Rio campeão mundial de clubes. A festa na sede da Gávea deu ao atacante a alegria da presença de antigos companheiros e de torcedores que foram prestigiar o evento.

O livro escrito por Marcos Eduardo Neves e lançado pela editora Rotativa, com o artilheiro na capa, comemorando seu primeiro gol na final de 1981, no antigo Estádio Nacional de Tóquio, tem prefácio assinado por Zico, cuja referência diz tudo: “Considero Nunes um dos melhores com quem tive a oportunidade de jogar. Ele foi importantíssimo naquele time que montamos, por causa da movimentação. Nunes não só fazia gol, mas contribuía de forma decisiva na parte tática”.

TRIPA, BUCHO, MOCOTÓ – Nunes nasceu em 20 de maio de 54, em Cedro de São João, maior produtor de carne de sol de Sergipe, a 54 km da capital Aracaju. Na adolescência, tratado pelo diminutivo Joãozinho, ajudava o pai Iranildes, comerciante no mercado popular, a limpar tripa, bucho e mocotó, que depois levava de carroça. O pai o incentivou a ser jogador porque ele queria mesmo era ser cantor, utilizando a vassoura como pedestal ao tentar imitar o ídolo Roberto Carlos.

FOTO COM GARRINCHA – Quando o Flamengo fez um amistoso em Feira de Santana, na Bahia, em 69, tendo Garrincha como  principal atração, Nunes tinha 14 anos e jogou a preliminar pelo Fluminense de Feira. Não podia faltar a foto, que fez ao lado de Garrincha, no intervalo, guardada com muito carinho para ser lembrada sempre: “Eu só sabia que ele era o maior ponta do mundo, mas nunca o tinha visto de perto, muito menos em campo” – recorda o artilheiro das decisões.

QUATRO SALTOS – Nunes deu o primeiro salto ao sair do Confiança, de Aracaju, para o Santa Cruz, do Recife. O segundo foi para o Fluminense e o terceiro para o México. Na volta, o quarto salto o levou ao Flamengo, com o surpreendente convite de Claudio Coutinho, que o adaptou bem ao time para ser campeão brasileiro na final em que fez o gol no Atlético Mineiro (3 x 2), campeão sul-americano e à consagração no histórico e inesquecível Mundial de clubes de 1981.

O restante da história bonita do sucesso de João Batista Nunes – artilheiro das decisões – está nas 311 páginas do livro, com fotos que ilustram bem o texto e contam como um jovem que limpava tripa, bucho e mocotó chegou ao estrelato no futebol.