Idealizador, fundador e primeiro presidente da Comissão Nacional de Médicos de Futebol, o Dr.José Luiz Runco criticou ontem (20) a postura do médico do Flamengo e do presidente do Vasco, que também é médico, na visita da véspera (terça, 19) a Brasília, para pedir ao presidente da República, que ajude no reinício dos jogos o quanto antes.
QUATRO COPAS – Médico da seleção em quatro Copas do Mundo, o doutor José Luiz Runco foi também 34 anos médico do Flamengo. Ele ressaltou: “O Campello, embora médico, está na posição de presidente de uma instituição, já o outro (referindo-se a Marcio Tanure, médico do Flamengo), que conheço um pouco, não me parece estar centrado como um médico, como deveria estar”.
MARCANTE – Doutor Runco também salientou: “A palavra médico me marcou muito por ter conseguido muita coisa na vida como médico, em uma época bem difícil. O trabalho aparece pela qualidade do profissional, e uma coisa é que ter que vender o que não é vendável. Por isso, a meu juízo, a falta de postura de um médico foi muito grande”.
POSTURA – O ortopedista José Luiz Runco disse ainda, na entrevista da noite de ontem (20), nos canais Fox Sports: “Se eu ainda estivesse no futebol, não adotaria a postura que tenho visto em certos profissionais. Eu continuaria mantendo a ética. Perco o emprego, mas não perco a dignidade”. O médico do Flamengo não escapou de crítica por estar sem máscara.
BOM LEMBRAR – Na Copa de 2002, última que o Brasil ganhou, o Dr. Runco disse que o meia Rivaldo não precisaria de cirurgia, como disse o médico do Barcelona, na visita a Teresópolis. Dr. Runco bancou também a ida de Ronaldo, que havia feito uma cirurgia de reconstrução de joelho. Ronaldo foi o artilheiro da Copa e Rivaldo, outro destaque.
OS MELHORES – Formado há 41 anos, o carioca José Luiz Runco, foi médico da seleção sub-20, campeã mundial em 85, com o técnico Gilson Nunes, e da seleção do Iraque na Copa de 86. Pelo trabalho na seleção brasileira principal, nas Copas de 2002, 2006, 2010 e 2014, Dr. Runco foi comparado aos Drs.Hilton Gosling, bicampeão mundial 58-62, e Lídio Toledo, campeão em 70.
FOTO: Rafael Ribeiro/CBF