Com mais uma atuação notável, que levou ao delírio 99.299 torcedores, em noite de gala no Camp Nou, Messi marcou dois gols e abriu caminho para o Barcelona na final da Liga dos Campeões, com os 3 x 0 da noite de ontem (1) sobre o Liverpool. O grande time campeão espanhol, por antecipação, da temporada 2018-19 fez os três gols em 12 minutos, no segundo tempo. Suarez aos 26, e os de Messi, aos 30 e aos 38, em mais uma primorosa cobrança de falta, o gol 600 de sua carreira esplendorosa.
TEMPO DE EQUILÍBRIO – Barcelona 3 x 0 Liverpool só teve equilíbrio no primeiro tempo, quando o time inglês também atacou, mas demonstrou muito mais cautela, escalando sempre três para controlar Messi. O lance de mais perigo no primeiro tempo foi o chute de fora da área, colocado e com efeito, de Philippe Coutinho, aos 15, que o goleiro Alisson, seu companheiro na seleção, defendeu. O atacante Mané perdeu aos 34 a melhor chance do Liverpool, ao encobrir o goleiro e o travessão.
TRÊS DEFESAS – O Liverpool criou boas chances na volta do intervalo, obrigando o (excelente) goleiro alemão Ter Stegen a três grandes defesas. A primeira, antes dos dois minutos, quando mandou a escanteio o chute rasteiro do meia Milner junto à trave direita. A segunda, aos sete, em chute rasteiro de fora da área do egípcio Salah, no canto direito. A terceira, aos 13, em outro chute forte de Milner no meio do gol.
SUAREZ 1 x 0 – A partir dos 15 minutos, o Barcelona assumiu o controle do jogo, pressionou o Liverpool com o envolvente toque de bola e as saídas rápidas e bem trabalhadas da defesa ao ataque. No primeiro gol, aos 26, o lançamento longo do meia chileno Arturo Vidal para Coutinho, que estendeu ao lateral Jordi Alba, que deu a assistência em profundidade para Suarez, na pequena área, desviar do goleiro com o pé direito e marcar no canto.
MESSI 2 x 0 – O lance do segundo gol, criado em contra-ataque em alta velocidade, contou outra vez com a participação de três: Messi recebeu ainda no próprio campo e lançou Sergi Roberto, que com a entrada de Semedo no lugar de Coutinho, passou da lateral para o meio-campo. Com seu passe, Suarez “chutou” com o joelho esquerdo e acertou o travessão. Messi apareceu bem rápido e praticamente entrou com bola e tudo.
A PINTURA – O volante brasileiro Fabinho – o que mais fez falta, embora tenha sido o único do Liverpool a levar cartão amarelo -derrubou Messi na entrada da área, bem em frente ao gol. Os ingleses armaram barreira de quatro. Messi não tomou tanta distância e bateu com a categoria habitual, lado interno do pé esquerdo. A bola fez meia curva e entrou no ângulo, rente à junção da trave direita com o travessão. Alisson esticou-se o quanto pôde, mas sequer conseguiu tocar na bola. Pintura de gol!!!
DUAS NA TRAVE – Não restava ao Liverpool se não tentar um gol, para não ter que fazer quatro gols na próxima terça (7), quando vai tentar uma virada muito difícil no jogo de volta em seu estádio, o Anfield Road. Mas o Barcelona estava benzido pelos deuses do futebol, que abençoaram sua trave. Um chute de Henderson bateu no travessão e logo a seguir Salah acertou a trave esquerda. Antes do apito final do holandês Bjorn Kuipers, o francês Dembélé não aproveitou o passe açucarado de Mesi e chutou em cima do goleiro perdendo a chance do quarto gol.
23 FALTAS, 4 CARTÕES – Árbitro de duas Copas do Mundo e de duas finais da Liga dos Campeões, o holandês Bjorn Kuipers – 43 anos, administrador de empresas e sócio da maior rede de supermercados de Oldenzaal, pequena cidade do interior – marcou 23 faltas (12 do Liverpool, 11 do Barcelona), e houve uma coincidência: no primeiro tempo, cinco faltas de cada time, além de algo raro, uma falta de Messi, que recebeu três das seis faltas do volante brasileiro Fabinho.
O único amarelo do primeiro tempo foi para Jordi Alba, que puxou Salah pela gola da camisa. No segundo tempo, Fabinho, por falta em Messi no lance que originou o terceiro gol; Suarez, que reclamou no mesmo lance, pedindo expulsão, e o último para o zagueiro francês Lenglet, que barrou o compatriota Samuel Umtiti e ganhou a posição ao lado de Gerard Piqué.
MESSI E COUTINHO – Sem surpresa, Messi voltou a ter um gesto enaltecedor. Diante das vaias que os torcedores dirigiam ao meia carioca Philippe Coutinho, o capitão do Barcelona fez sinais bem claros de que precisavam parar de hostilizar o jogador brasileiro. As vaias a Coutinho se acentuaram quando ele foi substituído, aos 14 do segundo tempo, pelo lateral-direito português Nelson Semedo, passando Sergi Roberto a atuar no meio.
FC BARCELONA – Ter Stegen, Sergi Roberto (Alleñá, 47 do segundo tempo), Piqué, Lenglet e Jordi Alba; Rakitic, Busquets e Arturo Vidal; Messi, Suarez (Dembélé, 47 do segundo tempo) e Coutinho (Semedo, 14 do segundo tempo).Técnico – Ernesto Valverde. O Barcelona, já campeão, volta a jogar pelo Espanhol, sábado (4), com o Celta, da cidade de Vigo. Dia 25 de maio, Barcelona e Valencia disputarão a decisão da Copa do Rei da Espanha.
LIVERPOOL FC – Alisson, Gomez, Matip, Van Djik e Robertson; Fabinho, Keita (Henderson, 23 do primeiro tempo) e Milner (Origi, 39 do segundo tempo); Mané, Wijnaldum (Roberto Firmino, 33 do segundo tempo) e Salah. Técnico – Jurgen Klopp, sempre muito simpático, entrou em campo após o jogo e cumprimentou a todos os jogadores com sorriso como se houvesse ganho. O goleiro gaúcho Alisson, que usa o número 13, lançou um vistoso uniforme rosa: meia, calção e camisa.
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