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Uma semana depois dos 50 anos de sua fundação, em 12 de junho de 1970, o Paris Saint Germain chega à primeira final da Liga dos Campeões – maior torneio de clubes do mundo -, graças aos milhões de euros do Qatar. O investimento no clube começou em 2011, e há exatos três anos, em 2 de agosto de 2017, só para ter Neymar, pagou ao Barcelona a multa de 222 milhões de euros – R$845 milhões, ao câmbio do dia -, recorde de compra sequer igualado até hoje na história do futebol mundial.

MERECIDO – PSG, vermelho e azul, cores de Paris, e branco, de Saint Germain, distrito onde está localizado, no Sul da capital, vai à primeira final de sua história na Liga dos Campeões com todos os méritos. Impõe-se do início ao fim, dominando o Leipzig, que teve o espaço reduzido para não criar, e já saiu para o intervalo com 2 x 0, o jogo sob controle e praticamente definido, o que confirmou com o terceiro gol, segundo de cabeça, logo no início da fase final na noite desta terça (18), no estádio da Luz, em Lisboa.

DE GALA – Foi uma atuação de gala do heptacampeão francês, com mais de 60% de posse de bola, e no acerto de passes, com mais 191 que o adversário (579 a 388), desde o primeiro tempo, quando a diferença de 232 foi ainda mais acentuada (360 a 128). A volta do meia canhoto argentino Ángel Di Maria, após suspensão, somada à criatividade de Mbappé e Neymar, só fez aumentar a criatividade do time dirigido pelo alemão Thomas Tuchel, de 46 anos, que assiste sentado sobre um isopor.

SOB DOMÍNIO – Esperava-se mais do Leipzig, após eliminar o Atlético de Madrid, de Diego Simeone, e o Manchester City, de Pep Guardiola, mas o PSG jogou e não deixou o adversário jogar, o que se refletiu nas raras defesas do goleiro reserva espanhol Sergio Rico, devido ao estiramento muscular na coxa do costa-riquenho Keylor Navas. Diria que o terceiro colocado do campeonato alemão esteve sob quase domínio total do heptacampeão francês, finalista, bom repetir, com todos os méritos.

VERSÁTIL – O PSG contou com a versatilidade de Marquinhos, zagueiro de bons recursos na marcação, mas criativo e achando espaços no meio-campo. Subiu no momento certo de cabecear a bola, fora do alcance do goleiro, depois que Di Maria bateu de curva, com o lado interno do pé, a falta do volante Laimer, aos 11 minutos. Ganha-se pelos próprios méritos, mas também nas falhas do adversário. Foi o que aconteceu no segundo gol, aos 42, quando o goleiro errou na saída de bola e Di Maria fez 2 x 0.

COINCIDÊNCIA – O alemão Julian Nagelsmann, técnico mais jovem (33) do torneio, fez o certo no intervalo, tirando Olmo e Nkunku, mas os substitutos Schik e Forsberg pouco acrescentaram. O lateral espanhol Juan Bernat usou a cabeça no cruzamento de Di Maria para fazer 3 x 0, por coincidência aos 11 minutos, tempo do gol do meia argentino no primeiro tempo. Sem razão, os alemães reclamaram de um lance em que seu zagueiro Mukiele caiu sozinho. O VAR só confirmou o acerto do árbitro.

FICOU FALTANDO – Ainda que não tenha sido brilhante nem feito gol, Neymar teve outra boa atuação, apesar de muito marcado, algumas vezes até com certo rigor nas entradas duras que sofreu. Mandou duas bolas na trave, a segunda em que surpreendeu o goleiro em cobrança direta de falta, e quando o gol que merecia, parecia surgir, escorregou e perdeu a chance. E foi até diferente da maioria dos jogos porque desta vez não centralizou as atenções, dividindo-as com Mbappé e Di Maria. Foi a terceira bola de Neymar na trave, recorde da atual Champions.

ÁNGEL DI MARIA, argentino de Rosário, onde também nasceu Messi, está na Europa desde 2007, quando estreou no Benfica: 123 jogos, 15 gols; 2010 a 2014 – Real Madrid, 190 jogos, 36 gols; 2014-15, Manchester United, 32 jogos, 4 gols, e no PSG, desde 2015, fez hoje (18) seu jogo 219, com 82 gols. Nas últimas 10 Champions, Di Maria igualou-se a Messi com 26 assistências. Neymar fez 24 e o líder é Cristiano Ronaldo com 28.

QUATRO CARTÕES – O zagueiro Kimpembe, do PSG, único advertido do primeiro tempo, por falta dura em Olmo. Os três cartões do segundo tempo para os do Leipzig: Laimer, por falta em Kimpembe; Halstenberg, por falta em Neymar, e o capitão Poulsen, por reclamar da falta. O árbitro holandês Bjorn Kuipers, com atuação segura, marcou 37 faltas: 24 do Leipzig, que já havia cometido 15 no primeiro tempo, e 13 do PSG, que havia feito 7 no primeiro tempo. 

MARQUINHOS, paulistano de 26 anos (14/5/94), começou em 2012 no Corinthians, 14 jogos, 0 gol. Vendido à Roma, disputou 30 jogos, 0 gol, em 2012-2013. Desde junho de 2013 no PSG, em 282 jogos, 25 gols. Em 2019-2020 foi seu jogo 36, com o segundo gol em dois jogos consecutivos, o que não acontecia desde maio de 2017. Por coincidência, em 2013, quando entrou no PSG, foi seu primeiro ano na seleção brasileira principal, campeã da Copa América em 2019 no Maracanã. 

PSG – Sergio Rico, Kehrer, Tiago Silva (cap), Kimpembe e Bernat; Marquinhos, Paredes (Draxler) e Ander Herrera (Marco Verratti); Mbappé (Choupo-Moting), Neymar e Di Maria (Sarabia). Técnico – Thomas Tuchel. O PSG é o quarto francês na final. Vice em 90-91, o Olympique Marselha foi campeão em 92-93. Reims perdeu as finais de 55-56 e 58-59, e o Mônaco perdeu a decisão de 2003-2004 em jogo único. 

LEIPZIG – Peter Gulacsi, Klostermann (Orban), Upamecano e Mukiele; Laimer (Halstenberg), Angeliño, Kampl (Adams) e Sabitzer; Olmo (Schik), Nkunku (Forsberg) e Poulsen (cap). Técnico – Julian Nagelsmann. Foi a segunda participação do Leipzig, eliminado na fase de grupos de Champions 2017-2018. O Leipzig sofreu nesta terça (18) a derrota por mais gols (3 x 0) de um time alemão para um time francês na Liga dos Campeões.

BAYERN FAVORITO – Em outro confronto Alemanha x França, nesta quarta (19), o Bayern Munique, octacampeão alemão, é favorito frente ao Lyon, sétimo colocado no campeonato francês. O Bayern tem 86% de chance de ser finalista e 56% de ser campeão; as chances do Lyon são de 14% de ser finalista e de 4% de ser campeão. Se for decidir com o Bayern, no próximo domingo (23), a chance do PSG é de 41% de ser campeão, pela primeira vez, da Liga dos Campeões.

Fotos: Facebook do PSG, Foto: David Ramos/Reuters, Esporte R&, Jovem Pan, UOL Esporte, Agora RN, Goal.com

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