O NAPOLI VOLTOU A SER CAMPEÃO italiano, 33 anos depois de Maradona liderar o time de 1989-1990, de que também faziam parte o volante Alemão, ex-Botafogo, e o atacante Careca, ex-São Paulo, ao empatar em um gol com a Udinese, na noite de ontem (4), no estádio Friuli, em Udine. Faltando cinco rodadas, o Napoli soma 80 pontos e não pode ser mais alcançado pela vice-líder Lazio, de Roma, com 64.
QUASE TODOS OS 25 MIL LUGARES do estádio Friuli foram ocupados pelos torcedores visitantes, que viajaram 843 km de Napoli a Udine e invadiram o gramado assim que o árbitro Rosario Abisso apitou o final do jogo. A polícia interveio de forma tranquila para retirar os napolitanos, que abraçavam os jogadores e o técnico Luciano Spalletti, de 64 anos, bicampeão da Copa da Itália 2006-07/2007-06 dirigindo a equipe da Roma.
O NAPOLI PROPORCIONOU também uma das maiores alegrias ao consagrado produtor de cinema Aurelio de Laurentis, no mês de seu 74º aniversário no próximo dia 24. Embora nascido em Roma, ele se declarou torcedor do Napoli, após os títulos de 1986-87 e 1989-90, encantado com as exibições do craque argentino Diego Maradona. Catorze anos depois, em 2004, De Laurentis comprou o Napoli e livrou o clube da falência.
DIEGO MARADONA realizou 588 jogos e marcou 312 gols, em toda a carreira, entre 1976 e 1997. No Napoli, 259 jogos, 115 gols, entre 1984 e 1991, superando os 166 jogos no Argentinos Juniors, entre 1976 e 1981, no início da carreira de um dos mais notáveis da história do futebol mundial. No Napoli, ele só fez menos 1 gol do que os 116 marcados com a camisa do Argentinos Juniors, que sempre disse ser o clube do coração, embora tenha brilhado mais no Boca.
QUANDO O MEIA Sandi Lovric, de 25 anos, nascido austríaco e naturalizado esloveno, marcou o gol da Udinese aos 13 minutos do 1º tempo, os 25 mil napolitanos ficaram apreensivos no estádio Friuli. Mas, logo aos 7 minutos, após o intervalo, foram ao delírio e quase loucura, quando o nigeriano Victor Osimhen, de 24 anos, artilheiro do campeonato marcou o 22º gol, empatando o jogo. No final, invadiram o gramado e comemoraram o empate com sabor de vitória e de título.
LOGO APÓS O JOGO começou a festa nas ruas de Napoli, terceira maior cidade do país, com mais de um milhão de habitantes, depois da capital Roma, e de Milão, um dos símbolos da indústria e da moda mundial. A festa se estendeu à madrugada, com fogos de artifício, bombas de fumaça da cor azul da camisa do clube, buzinaço e muita música. O Centro Histórico de Napoli, patrimônio mundial da Unesco, estava superlotado. Final de 5ª, início de 6ª feira de muita festa.
A FESTA SERÁ AINDA MAIOR no próximo domingo (7), quando o campeão italiano de 2022-2023 voltar ao estádio Diego Armando Maradona para o jogo com a Fiorentina. O Napoli ainda terá mais dois jogos para comemorar em casa, com a Inter e, na última rodada, com a Sampdoria. Inaugurado em 1959, com 55 mil lugares, o estádio San Paolo passou a ter o nome de Diego Armando Maradona em dezembro de 2020, um mês após a morte do notável meia argentino que encantou o mundo.
Fotos: Terra e Golazzo